“Basta que no tempo passado tenhais cumprido a vontade dos gentios, andando em libertinagem, prazeres, embriaguez, orgias, bebedeiras e idolatrias repulsivas. Eles acham estranho que não vos junteis a eles na mesma carreira desenfreada de licenciosidade e vos difamam.” (1Pedro 4.3,4).
Os cristãos verdadeiros têm um estranho modo de viver, que surpreende e desagrada as pessoas que têm uma mentalidade mundana, para quem é perfeitamente natural a prática do pecado em todas as suas modalidades; pessoas que, no dizer de Pedro, seguem uma “carreira desenfreada de licenciosidade”. Essa expressão é um resumo da lista de pecados que o apóstolo fez imediatamente antes – libertinagem, prazeres, orgias, bebedeiras e idolatrias repulsivas – muito provavelmente ligados a cultos pagãos. Assim, por serem práticas religiosamente justificadas, os gentios pagãos estranhavam que os cristãos não as aceitassem mais.
Tiago disse algo parecido: “Não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, quem quiser ser amigo do mundo, coloca-se na posição de inimigo de Deus.” (Tg.4.4). João também: “Não ameis o mundo nem o que nele há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, o desejo da carne, o desejo dos olhos e a soberba da vida, não vem do Pai, mas sim do mundo.” (1Jo.15,16). E, igualmente, Paulo: “Que sociedade tem a justiça com a injustiça? Que comunhão entre luz e trevas? Que harmonia entre Cristo e Belial? Que parceria tem o crente com o incrédulo? E que acordo tem o santuário de Deus com os ídolos? Pois somos santuários do Deus vivo.” (2Co.614b,15,16).
Portanto, não existe meio termo. Morremos para o pecado e para o mundo, e nascemos para uma nova vida em que o padrão é santidade de caráter, de mente, de sentimentos, de palavra e de ação. Temos que admitir que isso não agrada à maioria das pessoas que nos rodeiam, seja na família, no trabalho, na escola, ou na vizinhança. Na verdade ser cristão de fato é a verdadeira contracultura. Devemos esperar oposição, crítica e até agressividade. Sobre isso, Paulo advertiu a Timóteo: “Na verdade, todos os que querem viver uma vida piedosa em Cristo Jesus sofrerão perseguições.” (2Tm.3.12).
Pr. Sylvio Macri