“Àquele que é poderoso para vos impedir de tropeçar e para vos apresentar imaculados e com grande júbilo diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor, sejam glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém.” (Judas 24,25).
Glória, majestade, domínio e poder, da maneira como Judas preconiza, somente podem ser atribuídos a Deus. Algum personagem da história pode ter tido esses atributos, de maneira incompleta, por um pouco de tempo, e limitados a um espaço geográfico e político. Entretanto, só o único Deus, Todo Poderoso, nosso Salvador, o Deus Eterno, pôde tê-los antes de todos os séculos, os tem agora e os terá para todo o sempre.
Judas emprega quatro palavras de amplo significado. A primeira delas – glória – significa esplendor, como a radiância da luz. Sua grafia na língua grega deu origem à nossa palavra “doxologia”, e justamente estes dois últimos versículos de Judas constituem a mais bela doxologia da Bíblia. Um bom exemplo dessa glória é a descrição do Senhor Jesus em Apocalipse 1.12-16, que termina dizendo que “seu rosto brilhava como o sol no seu fulgor”.
A segunda – majestade – é o atributo por excelência de um rei. O salmista diz: “O Senhor reina; está vestido de majestade”, pois seu “trono está firmado desde a antiguidade” (Sl.93.1,2). E também: “Grandes são as obras do Senhor (….). Em suas obras há glória e majestade.” (Sl.111.2,3). Pedro, Tiago e João a presenciaram no Monte da Transfiguração e mais tarde Pedro escreve: “fomos testemunhas oculares de sua majestade” (1Pd.1.16).
A terceira – domínio – tem o sentido de governo. Sua raiz na língua grega deu origem à nossa tão apreciada palavra “democracia”. Deus é o Senhor da história e a está conduzindo para um desfecho final. Então se cumprirá a profecia de Daniel: “E foi-lhe dado domínio, e glória, e um reino, para que todos os povos e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino é tal que não será destruído.” (Dn.7.14).
A quarta palavra – poder – também pode ser traduzida por autoridade. Deus autoridade absoluta sobre a vida dos homens. Paulo compara Deus com o oleiro, que poder de fazer com o barro o que quiser (Rm.9.21). Assim, temos aqui também o sentido de soberania. Deus tem também o poder de julgar os homens; pela sua própria autoridade, fixou as datas e os tempos do fim.
Portanto, glória, majestade, domínio e poder são devidos somente a Deus.
Pr. Sylvio Macri