UMA ESTRANHA BEM-AVENTURANÇA (Sylvio Macri)

“Então, ouvi uma voz do céu que dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, pois suas obras os acompanham.” (Apocalipse 14.13).

Esta é a segunda das sete bem-aventuranças que o livro de Apocalipse contém (veja também 1.3; 16.15; 19.9; 20.6; 22.7 e 22.14).  É estranho afirmar que existe felicidade na morte, mas é justamente isso que é ordenado a João que escreva, para que fique registrado. Frequentemente vemos, mesmo nos cristãos, um grande apego à vida. Não parece que seriam felizes se morressem.

Além disso, o texto se refere aos morrem desde agora. E quanto aos outros? Estes, assim como os de agora, também morreram no Senhor, isto é, quando vieram a falecer estavam unidos a Cristo pela fé nele. A explicação está na expressão “para que descansem dos seus trabalhos” (ou fadigas). A palavra trabalhos ou fadigas se refere a atividades que nos deixam exaustos, que esgotam todas as nossas forças.

Os dois últimos capítulos anteriores falam de uma grande atividade satânica. Em Apocalipse 13.15, lemos: “Também lhe foi permitido dar fôlego à imagem da besta, para que a imagem falasse e fizesse com que todos os que não a adorassem fossem mortos.” Logo a seguir, no v.17, diz que os que não tinham o sinal da besta não podiam comprar nem vender nada. Informações do primeiro século realmente dão conta de uma grande perseguição aos cristãos nas cidades onde era adorada a imagem do imperador romano.

“A perseguição pela besta levou os santos ao fim das suas forças. Mesmo assim, eles morrem no Senhor, e suas obras, seus feitos os acompanham além-túmulo. Estas obras são sua perseverança, sua obediência aos mandamentos de Deus e sua em Jesus, mencionadas na bem-aventurança anterior.” (George E. Ladd, Apocalipse – Introdução e Comentário, Ed. Vida Nova, SP, 1980, p.147).

Esta bem-aventurança se aplica perfeitamente aos nossos irmãos perseguidos e mortos ao redor do mundo hoje em dia, por causa de sua fidelidade ao Senhor Jesus.

Pr. Sylvio Macri