“O sétimo anjo derramou sua taça no ar; e do santuário saiu uma alta voz, vinda do trono, que dizia: Está feito.” (Apocalipse 16.17).
Após o toque da sétima trombeta, em Apocalipse 11.15, os acontecimentos se precipitam, até começar a última série de sete eventos, agora com o derramamento das sete taças da ira de Deus. A primeira foi derramada sobre a terra, a segunda sobre o mar, a terceira sobre os rios e as fontes das águas, a quarta sobre o sol, a quinta sobre o trono da besta, a sexta sobre o rio Eufrates, e a sétima, foi derramada no ar. Todas simbolizando destruição total.
Após a última taça, ouviu-se uma voz poderosa vinda do trono, dizendo: Está feito. Entretanto, João ainda verá muitas cenas antes do juízo final. Como entender esta expressão? Alguns encontram a explicação na interpretação de que as cenas do Apocalipse acontecem todas ao mesmo tempo. É possível, pois o autor antecipa várias o fim, para depois estender-se sobre os eventos antes do fim. O tema vai e volta em toda a narrativa.
Outros entendem que o derramar dessa sétima taça remove o tempo e a história, e a cena se passa na eternidade. Portanto não há mais cronologia, o que Deus irá fazer, já está feito. Isso concorda com a resposta que Pedro dá aos críticos de Deus, por sua demora em cumprir a promessa da segunda vinda de Cristo: “Mas vós, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos, como um dia.” (2Pd.3.8). Isto é, não há diferença.
Creio que o entendimento fica mais fácil se nos lembrarmos que Jesus ensinou, em João 16.11, que o Espírito Santo nos convencerá do “juízo, porque o príncipe deste mundo já está condenado.” Já no episódio da queda do homem no pecado, Deus advertiu a Satanás (a serpente) de que a descendência da mulher lhe esmagaria a cabeça (Gn.3.15). Paulo e Pedro vão mais longe, dizendo que fomos salvos “antes dos tempos eternos” (2Tm.1.9), e que o Cordeiro cujo sangue nos redimiu é conhecido “já antes da fundação do mundo”.
Portanto, o que Deus, no “tempo” dele, irá fazer,já está feito. Isto nos dá certeza e esperança.
Pr. Sylvio Macri
