No domingo após a morte de Cristo, algumas mulheres que o seguiam foram ao jardim onde ele havia sido sepultado para perfumar seu corpo, numa derradeira homenagem. Na última visão que elas tinham tido de Jesus, ele estava pregado numa cruz entre dois ladrões e agonizava lentamente, até que morreu. Mateus registra que ”muitas mulheres que haviam seguido Jesus desde a Galiléia para o ouvir também estavam ali,olhando de longe” (Mt.27.55. Elas viram também quando José de Arimatéia retirou seu corpo da cruz e o sepultou (Mt.27.61), mas o dia seguinte era sábado de páscoa, por isso esperaram até o domingo.
Entretanto, em vez de encontrar o cadáver do seu Mestre, encontraram a pedra removida e a sepultura vazia. Com isso ficaram perplexas, e logo após também com medo, porque lhes apareceram dois homens vestidos de branco. Eles lhes perguntaram: “Por que vocês procuram entre os mortos aquele que vive?” (Lc.24.5) e as fizeram lembrar que Jesus prometera ressuscitar. A cruz e a morte não puderam derrotá-lo (At.2.24).
A seguir Jesus Cristo apresentou-se vivo aos discípulos, “com muitas provas incontestáveis, aparecendo-lhes por quarenta dias e falando-lhes das coisas referentes ao reino de Deus.” (Atos 1.3). Nesse tempo os discípulos entenderam finalmente que Jesus era o Salvador do mundo, o Messias tão esperado por eles, e receberam a ordem de esperar o derramamento do Espírito, que os revestiria de poder e ousadia para testemunhar em seu nome.
Mas chegou o tempo de Jesus tomar seu lugar à direita do Pai, e nessa última visão que tiveram do Cristo ressurreto, os discípulos o contemplaram subindo por entre a nuvem que o encobriu. E ficaram ali, atônitos, olhando fixamente para o céu, até que lhes apareceram – novamente eles – dois homens vestidos de branco que lhes perguntaram: “Por que vocês estão olhando para o céu? Esse Jesus (….) virá do mesmo modo que vocês o viram partir.” (Atos 1.11).
Duas visões que levaram ao desalento, à frustração: a do Cristo crucificado, aparentemente derrotado, e a do Cristo ressurreto que, de partida, aparentemente os deixou sozinhos na terra. Mas também duas perguntas cujas respostas trouxeram ânimo e coragem: Jesus ressuscitou; Jesus voltará. E enquanto ele não volta, temos a tarefa de testemunhar a seu respeito até os confins da terra, expandindo seu reino entre os homens e preparando-nos para aquele grande dia. Para tanto, temos a direção, a instrução e o poder do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós.
Pr. Sylvio Macri
