A BENÇÃO DA NOSSA DESCONSTRUÇÃO (Oswaldo Jacob)

Como é precioso sermos desconstruídos em nossa arrogância, autossuficiência e autopromoção. À semelhança de Moisés, é no deserto que somos desconstruídos em nossas mazelas, em nossa violência e estupidez. Moises estudou na escola egípcia aprendendo as disciplinas do antropocentrismo ou centralidade do homem, do amor às riquezas, à honra, à fama, ao estilismo, ao elitismo, à cultura e toda a sorte de desvios do caminho de Deus. No palácio, Moisés tinha toda a influência da aristocracia egípcia. Ele seguiu um caminho doloroso entre o palácio e o deserto. O caminho do discípulo de Cristo é espinhoso e doloroso. Todavia, glorioso. 
 
Deus, em Cristo Jesus, nos confronta e nos humilha. Chegamos a Cristo quebrantados, arrependidos e profundamente conscientes de nossas fraquezas, de nossas profundas chagas e limitações humanas. Pelas Escrituras nós somos colocados em nosso devido lugar. Somos jogados ao chão, ao húmus. Gostávamos do lugar alto, do pódio, dos confetes e dos elogios. Paulo nos ensina que devemos ter o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus (Fil 2.5-8). Jesus nos ordena a aprendermos dele, que é manso e humilde de coração (Mt 11.29). A escola do Mestre possui disciplinas nobres e desafiadoras.  
 
Devemos ser descontruídos da natureza de Adão e construídos na natureza de Cristo. O evangelho é o poder ou a dinamite de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Rm 1.16). A função do evangelho de Cristo é demolir o velho homem e construir o novo para viver a vida de Cristo neste mundo.  A nossa nova vida em Cristo pressupõe a superação do domínio da velha vida (2 Co 5.17). Somos descontruídos do velho caráter adâmico e construídos no caráter do Cordeiro, por Seu sacrifício eterno, realizado na cruz.
 
A nossa desconstrução aponta para a nossa edificação no caráter de Cristo. A natureza dominada pelo pecado e pela morte, é substituída pela natureza da santidade e da vida. A obra da cruz é a da nossa crucificação, morte e ressurreição com Cristo (Rm 6.1-11; Gl 2.20). Somos identificados com Ele na Sua vida e na Sua morte. Temos um exemplo clássico no Novo Testamento: Saulo (descontruído) e Paulo (construído). Paulo e Moisés criam no mesmo Senhor e viviam debaixo da Sua autoridade absoluta.   
 
Em Cristo, construídos nEle, auferimos amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, fé, mansidão e domínio próprio (Gl 5.22,23). Esta nova vida em Cristo é a da diaconia, da expressão do evangelho, da integridade, novidade de vida e solidariedade. Em Cristo, somos a comunidade da graça, do perdão e da festa. Somos a comunidade do Rei. Exalamos o perfume de Cristo diante dos que se salvam e dos que se perdem (2 Co 2.14-16). Ele se torna o nosso prazer. A nossa glória é Cristo (Cl 1.27). Vivamos, pois, como pessoas construídas por Cristo. Vivamos como transformados pelo Salvador para transformarmos o mundo. Construídos, Ele quer que sejamos sal da terra e luz do mundo  (Mt 5.13-16).