Em Angola há muitos baobás.
Podem ser vistos das estradas,
solitários, alguns sem suas folhadas
mas firmes todos, como a nos olhar.
Certamente, um dia ali não estarão mais.
A natureza faz da certeza uma miragem.
E depois, no seu tempo, outros traz,
para dignificar e preencher a paisagem.
Da África para o mundo, outro baobá,
Alto, forte, veloz, comunitário,
Ousado teimoso visionário
De carne e alma, Deus fez chegar.
"Henoch Quiavauca" constava no seu passaporte.
Quem percorrer as terras por onde andou
Não mais o verá.
Suas folhas caíram,
Depois, o tronco gigante, finalmente, tombou.
Não está entre nós o baobá que nos encantou,
Porque Deus para si o levou.
Do seu tronco, folhas voaram,
Do seu frutos, sementes se plantaram.
Com elas, a graça de Deus outros baobás dará
para nos fortalecer em nossa viagem.
(Henoch Quiavauca, 12/02/62–14/01/2017)