BOM DIA: FALAR DE MÃE

BOM DIA AMIGO, 1934 (Israel Belo de Azevedo)

 

"A educação começa nos joelhos da mãe e cada palavra dita ao ouvido tenro do bebê contribui para a formação do seu caráter". (Hosea Ballou)

 

Falar de mãe

 

Falar de mãe é como procurar adjetivos para descrever um dia muito bonito. As palavras possíveis são repetitivas e se localizam muito aquém da exuberância que pretendem exaltar.

Falar de mãe é registrar lembranças que têm sons, cheiros e perfumes que nos acompanham como se a canção ainda fosse entoada, a comida ainda fumegasse sobre a mesa ou o talco ainda suavizasse a pele do nosso corpo de bebê carente do seu cuidar.

Falar de mãe é agradecer as orações, de joelhos, que fez em nosso favor; as noites curtas para nós e longas para ela à nossa espera, e as palavras que nos estimularam para nossos vitoriosos sonhos realizar.

Falar de mãe é reconhecer a sabedoria dela, intuitiva e rigorosa. Mesmo quando estava errada, estava certa. Mesmo quando desconfiava, era para nos proteger. Mesmo quando criticava, era para nos levantar. Mesmo quando exigia, era por nos amar.

Falar de mãe é aprender sobre a necessidade, a beleza, a profundidade, a riqueza, a felicidade, a fortaleza, a generosidade, a largueza, a longevidade, a delicadeza e a indispensabilidade dos afetos, que sentimos pelos nossos queridos por causa da inesquecível herança dela recebida como lição a guardar e praticar.

Falar de mãe, se ela já partiu para a sua casa definitiva, é ter certeza que o pranto se transformará em soluços que nos vão silenciar no compasso da saudade que nos faz chorar.

Falar de mãe, com palavras de sentido novo, com lágrimas de sentimento antigo, com gratidão mergulhada em lembranças de lágrimas tristes ou sorrisos ternos, é, apesar dos riscos e das limitações, uma sublime tarefa a executar.

 

Bom dia!!!!!!!

Israel Belo de Azevedo