O QUE ESTAMOS FAZENDO COM O EVANGELHO DE CRISTO? (Oswaldo Jacob)

Atos 20.24; 1 Coríntios 9.16; Romanos 1.16

A proclamação do evangelho é inseparável do chamado ao arrependimento e à fé. Pelo fato de Deus já estar atuando, convida-se os homens a deixar seu pecado e voltarem-se a ele. Sem arrependimento e fé não pode haver participação nas bênçãos da nova era. [1]

No preâmbulo de sua carta ao Romanos (1.1-6), Paulo descreve objetivamente a sua intenção ao escrever a epístola.

A nossa indagação no tema nos leva à reflexão acerca do que estamos fazendo com a missão que o Pai nos deu. Examinaremos três textos paulinos e tiraremos lições muito preciosas.

 

SABENDO QUE ELE É GRACIOSO E PRECIOSO, At 20.24.

 

Para Paulo, o evangelho – Cristo – era mais importante do que a Sua própria vida. O apóstolo tinha consciência do valor do evangelho da graça de Deus.

O velho apóstolo afirmou categoricamente: “Para mim o viver é Cristo e o morrer, lucro” (Fil 1.21).

À Timóteo, o apóstolo disse: “Eu sei em quem tenho crido e estou bem certo de que Ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia” (2 Tm 1.12).

Christopher Wright responde a uma pergunta que ele mesmo faz: O que é evangelho para Paulo?

 

Ele é histórico e também eclesiástico, ou seja, inclui fatos da história de Cristo e a realidade de uma nova humanidade em Cristo.

Ele é fé e obediência.

Ele é uma mensagem que deve ser ouvida e uma vida que deve ser vista.

Ele é pessoal e cósmico.

Ele é acima de tudo “o evangelho de Deus” – a graça de Deus, a promessa de Deus, a fidelidade de Deus, a salvação vinda de Deus, o Filho de Deus, o povo de Deus e a glória de Deus. [2]

 

Ele o é para você? 

        

TENDO CONSCIENCIA DE QUE ELE É UM IMPERATIVO, 1 Co 9.16.

 

Podemos fazer aqui um paralelo entre o “ai de mim” de Isaias 6.5 com “ai de mim” de 1 Co 9.16.

Isaias e Paulo tinham consciência e temor da ordem, urgência e necessidade de se pregar o amor de Deus ao povo.

Pedro e João, pressionados pelo Sinédrio judaico, disseram: “Não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido (At 4.19,20).  

Jesus deixou essa verdade muito clara em três textos clássicos: Mt 28.18-20; Mc 16.15 e At 1.8.

 

SABENDO QUE ELE DEVE SER PROCLAMADO COM CORAGEM, Rm 1.16.

 

O velho apóstolo afirmou: “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo … (Rm 1.16). Meditando sobre este versículo, A. W. Tozer diz o seguinte: “O maior e mais importante evento da história foi a vinda de Jesus Cristo ao mundo, para viver e morrer pela humanidade. O segundo evento mais importante foi a “saída” da igreja para personificar a vida de Cristo e transmitir o conhecimento da sua salvação por toda a terra”. [3]

Como os irmãos, que foram dispersos, iam por toda a parte anunciando a Palavra, At 8.4.

À semelhança de Paulo, Jason e outros irmãos em Tessalônica e Beréia, Atos 17.1-7.

Não nos esqueçamos de que devemos ser fiéis até à morte, Ap 2.10.

Pois “enquanto houver neste mundo homens em trevas, sem Deus e sem misericórdia, há de durar a tarefa missionária da Igreja Cristã. Mas ela só pode completa-la quando permanece poderosamente cônscia de ter, elas mesma, participado das mesma treva e alienação e que desde então é chamada a proclamar aos outros os feitos maravilhosos do Deus de luz, comunhão e misericórdia. Não existe outra “teologia de missão” e outro oráculo a não ser este. [4]

 

O que estamos fazendo com o evangelho de Cristo? O que estamos fazendo com a maior, melhor, poderosa e eterna mensagem que recebemos do Senhor?

Imitaremos Paulo, Pedro, João e os irmãos de Tessalônica? Sairemos por toda a parte proclamando Cristo ou ficaremos sentados e sossegados?

Ele nos deixou a Grande Comissão. Nós vamos transformá-la na Grande Omissão? Qual será a nossa resposta a este mundo cada vez mais caótico e desesperador? Cristo é a única esperança.

 


[1] PADILHA, Rene. Missão Integral. Ensaios sobre o Reino e a Igreja. São Paulo: FTL-B Temática, 1992, p. 77.

[2] WRIGHT, Christopher J. H. A Missão do Povo Deus – Uma teologia bíblica da missão cristã. São Paulo: Edições Vida Nova e Betel Brasileiro. 2012, p. 237.

[3] TOZER, Aiden Wilson. Bíblia com Anotações de A. W. Tozer. Meditação sobre Romanos 1.16. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p. 1340.

[4] BLAUW, Johannes. A Natureza Missionária da Igreja. São Paulo: Aste, 1966, p. 136.