O religioso crê num sistema e vive debaixo dele. O seu padrão é externo, da aparência. A religião é antropocêntrica. Ela é cruel e implacável em relação ao erro dos outros. O religioso é bonito por fora, mas podre por dentro. Esta foi a avaliação de Jesus quando examinou a religiosidade dos escribas e fariseus (Mt 23.27).
O religioso não possui uma experiencia de novo nascimento. Não experimentou uma conversão genuína. Temos o caso clássico de Nicodemos. O religioso está dentro da igreja, mas esta não está nele. Ele é implicante, legalista, maledicente e do seu pedestal legalista se arvora em julgar as pessoas. O religioso vive uma vida mecânica.
Segundo o ensino de Jesus Cristo, o religioso põe fardo pesado sobre os outros. Gostam de fazer as obras para os que os outros vejam. Gosta de vestimentas que chamam a atenção. Aprecia os primeiros lugares no templo. O religioso geralmente dá um péssimo testemunho. A sua vida é incoerente. Age com insensatez.
Na avaliação do Senhor Jesus, o religioso parece justo aos homens, mas interiormente está cheio de hipocrisia e de iniquidade (Mt 23.28). Jesus o chamou de raça de víboras (Mt 23.33). O religioso é solitário, mas não solidário. Não aprecia os relacionamentos saudáveis e repletos de insights abençoadores.
O religioso tem dificuldades com o evangelho. Ele tem muita facilidade em acusar, mas é praticamente nula a sua capacidade de perdoar, de aceitar o próximo em profundo amor. O religioso mente como Ananias e Safira; é implacável como os escribas e fariseus; usa de maledicência como Diótrefes; trai como Judas; ama o presente século como Alexandre, que causou muitos males a Paulo.
O religioso não aprecia a humildade. Não conhece o verdadeiro amor. Não entende o que é investir no Reino de Deus. Não tem sensibilidade para com o sofrimento humano. Não conhece a verdadeira dimensão da igreja de Jesus. Não experimentou a profundidade do evangelho. Não aprecia a oração. Não tem paciência com a meditação da Palavra. Não foca a solidariedade. Pensa de si e para si.
Temos visto lideres sofrendo nas igrejas por causa dos religiosos. Estes são especialistas em criar problemas dentro da igreja. São geradores de confusão. Dividem a igreja. São fomentadores de ressentimentos e amarguras. Estão na contramão do genuíno evangelho do Senhor Jesus Cristo. Mas sabemos que Deus é poderoso para transformar radicalmente os religiosos em cristãos comprometidos com o Senhor Jesus Cristo.
Quais devem ser as nossas atitudes em relação ao religioso? Primeiro, devemos orar por ele com um coração compassivo. Segundo, devemos conviver com ele em amor. Terceiro, devemos confrontá-lo com as Escrituras. Quarto, é relevante que o acompanhemos com bastante interesse. Quinto, crermos que Deus pode reverter o quadro, transformando-o radicalmente. Precisamos ter paciência. Deus age no tempo que lhe convier.