VIOLÊNCIA (Oswaldo Jacob)

Neste domingo, dia 12.11.2017, a violência chegou bem perto de nós com a morte do jovem Eleonardo, cabo da PMRJ, quando resistiu a um assalto no posto de gasolina do nosso bairro. Sabemos que a violência está em todo o lugar. Jesus foi muito preciso em sua avaliação acerca da natureza humana, do coração do homem ao dizer: “Porque do coração é que saem os maus pensamentos, homicídios, adultérios, imoralidade sexual, furtos, falsos testemunhos e calúnias” (Mateus t 15.19). O apóstolo Paulo também foi nessa mesma direção em 2 Timóteo 3.1-5. A violência está ligada visceralmente ao homem natural, à natureza de Adão, má e perversa. De todas as criaturas feitas por Deus, o homem é a mais contaminada, perversa, má, dissimulada e ruim. Por que razão? Por causa do seu pecado, da sua desobediência, rebelião, incredulidade e ingratidão (Romanos 3.23; 6.23).

Estamos numa guerra urbana sem precedentes. Há insegurança por todos os lados. Homens públicos apáticos, dissimulados, envolvidos em falcatruas, sem nenhuma autoridade moral, ética. O poder paralelo envergonha a nação brasileira. Humilha os homens e mulheres de bem. É um câncer que está atingido o tecido saudável do corpo do Estado brasileiro. A violência compromete a segurança do cidadão que trabalha muito para pagar os seus impostos e que cumpre a Lei. A violência desestabiliza a família. Projeta um país que não é sério. Revela homens públicos fracos, incompetentes, conluiados com bandidos. A bandidagem cresce no solo de um Estado fraco, sofrível, sem uma ética firme e sem planejamento e práticas eficientes e eficazes.

A violência produz insegurança, desespero, pânico e a política dos extremos. Levantam-se os messias, os “salvadores” da Pátria que “resolverão” todos os problemas. Os oportunistas de direita, centro e esquerda prometem fazer tudo e algo mais para eliminar a violência, para darem segurança ao cidadão e a sociedade. Sabemos que são promessas inócuas, utópicas e imorais. A violência se desenvolve no solo da inercia do Estado. Cresce na apatia, irresponsabilidade e ganância dos governantes. O pastor batista norte-americano Martin Luther King Jr, já dizia: “Não fico perplexo com o grito dos maus, mas com o silêncio dos bons”.  Somos um país a reboque. Não temos um planejamento de Estado, mas de ações politiqueiras da pior espécie. Trabalhamos nos efeitos e não nas causas. Somos péssimos em prevenção. Os homens e as mulheres públicos, de um modo geral, não têm paixão por servir à sociedade que os elegeu.

Os nossos adolescentes e jovens estão alienados pela tecnologia e por um niilismo sem precedentes. Estão contaminados pela mídia tendenciosa. São escravos, muitos deles, dos mais variados vícios. São filhos de lares desestruturados, sem paz e harmonia, sem ordem, sem ética e sem uma formação sólida de valores. A violência grassa em nosso amado Brasil porque as pessoas estão anestesiadas em si mesmas, no seu egoísmo, sua vaidade, em alimentar os seus mimos e em salvar a sua pele. A violência é estimulada pelas novelas, pelos seriados e programas medíocres. A violência ganha campo na sórdida ação maligna em desestabilizar e destruir as famílias. Jesus mesmo disse que o ladrão vem somente roubar, matar e destruir (João 10.10ª). Mas Ele disse também: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância” (João 10.10b).

O profeta Jeremias nos comunica de forma muito didática que “o coração é enganoso e incurável ou desesperadamente corrupto, mais que todas as coisas; quem pode conhece-lo?” (17.9). Aqui está junto com o diagnóstico fechado de Jesus e Paulo, o cerne de toda a nossa abordagem. Diante da violência, a Igreja de Cristo não pode ficar acovardada, amedrontada, com medo e em pânico, mas corajosa, intrépida e ousada em seu testemunho da eficácia do evangelho de Cristo em mudar o coração do homem. A única maneira de diminuirmos a violência é agirmos como sal da terra e luz do mundo (Mateus 5.13-16). Sabemos que a mudança do coração é que faz toda a diferença (Ezequiel 36.26). O resto é paliativo. Que o Pai tenha misericórdia de nós! Cumpramos a missão que Ele nos deixou até que Cristo volte (Mateus 28.18-20). Maranata, Senhor Jesus!!!