A parábola do semeador aparece em todos os evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) e é bom lê-la nas três versões para entendê-la melhor. Assim, vemos que em Lucas Jesus sublinhou que a semente espalhada pelo trabalhador é a Palavra de Deus (Lc.8.11), e, em Mateus, que Jesus chamou-a de Palavra do Reino. Portanto, a Palavra de Deus é a Palavra do Reino. De fato, é a Bíblia a nossa única fonte de informações sobre o Reino de Deus, de onde os estudiosos têm bebido para pensar e escrever sobre esse Reino.
Porém, muito mais do que isso, a Palavra de Deus é a própria proclamação do Reino de Deus, começando com a narrativa da criação e da queda do homem no pecado, e, daí em diante, com aquilo que os teólogos chamam de “história da salvação”. Como alguém já disse, a Bíblia gasta três capítulos para contar como Deus criou o universo e a humanidade e como essa humanidade tornou-se pecadora, e gasta 1.186 capítulos para contar o que Deus fez, e fará, para salvar essa humanidade do pecado.
A história da salvação é, assim, a história do Reino, a narrativa das ações de Deus para se tornar efetivamente o Senhor da história, o soberano da criação e, principalmente, o Senhor daqueles que vão sendo transformados por sua graça salvadora e viverão no novo céu e na nova terra que ele mesmo criará (Is.11.6-9; Ap.21.1). E é claro que, paralelamente, essa Palavra do Reino também nos transmite os princípios espirituais e éticos que regulam a vida desse Reino.
Consequentemente, se queremos aprender e praticar o ensino do Reino de Deus, devemos aprender e praticar a Palavra de Deus.
Pr. Sylvio Macri