PERDOE OU PEREÇA (Oswaldo Jacob)

O perdão é a capacidade dada por Deus em Cristo de relevar a ofensa. Quando o Samaritano socorreu, tratou e pagou as despesas do judeu que havia sido assaltado na estrada de Jerusalém para Jericó, ele demonstrou um coração amoroso, compassivo, sem preconceito e perdoador (Lucas 10.25-37). O poder do perdão vem de Cristo, sendo um traço de uma vida crucificada, morta, ressurreta, identificada plenamente com Ele (Gálatas 2.20; Romanos 6.1-11). O perdão surge do poder da vida de Cristo em nós. Deus nos perdoou em Cristo e nos deu o ministério de restauração e encorajamento.

A graça de Deus é suficiente para nos conduzir à ação perdoadora. Recebemos do primeiro Adão uma natureza cheia de amargura, ressentimento, mentira, cólera, ira, malícia, maledicência, maldade, hipocrisia, blasfêmia, murmuração, ingratidão, violência, incompreensão, injustiça. São características do homem natural que não conhece a Deus. Sabemos que o coração do homem é enganoso, mau, perverso e desesperadamente corrupto, afirma o profeta Jeremias (17.9,10).  Recebemos do primeiro Adão a marca do ressentimento. Auferimos de Cristo, o segundo Adão, a natureza do perdão e um coração em paz e harmônico (Colossenses 3.15).

Pela experiencia do novo nascimento, recebemos de Cristo Jesus o amor, a verdade, mansidão, bondade, paciência, sinceridade, gratidão, compreensão, justiça. Estes são os traços distintivos do cristão genuíno, que busca a semelhança com Cristo Jesus. O cristão autêntico tem prazer nos relacionamentos saudáveis. Ele é um facilitador de amizade sincera. A comunhão com Deus e com o próximo só possível quando vem de cima, quando desce do Pai (Salmos 133).

Uma das fontes de enfermidade física e emocional é a decisão de não perdoar. Há muitas pessoas que adoecem e morrem do veneno do ódio, ressentimento e da amargura. As doenças psicossomáticas têm levado muita gente para o cemitério. A questão é: Perdoe ou pereça. Jesus nos ensinou a amar os nossos inimigos, a bendizer os que nos maldizem e abençoar os que nos amaldiçoam (Mateus 5.43-48). Quando a graça está presente em uma situação, o poder grandioso de Deus é liberado. O perdão planta uma semente espiritual na pessoa perdoada […]. Onde existia ódio, agora existe amor. Onde existia dissensão, agora existe paz. Onde existia perturbação, agora existe contentamento. Onde existiam palavras amargas, agora existem palavras doces. Onde existia raiva, agora existe perdão. Onde existia separação, agora existe união (Wright, 153).

A base de todo o nosso perdão é o amor de Deus em Cristo por nós. É que Deus em Cristo Jesus nos perdoou. “A base do perdão divino sempre foi a cruz. É que em Deus, não há perdão sem justiça e por amar-nos de tal maneira, Deus fez Justiça em Seu Filho, imolando-O naquela cruz, onde Cristo Jesus agonizou e por fim morreu, pondo um fim em nossa natura do pecado. Isto, porque quando Ele morreu nós estávamos NELE (João 12.32)”. (Emerick, 2013:3-6).

O poder do perdão é o de uma vida crucificada com Cristo. É o perdão que vem da cruz, do sacrifício vicário, substituto. Deus nos perdoou através do sacrifício de Cristo, do Seu sangue derramado na cruz por nós. Devemos perdoar uns aos outros com o perdão de Cristo. A vontade do Pai é que Seus filhos vivam em profundo amor (1 Coríntios 13.4-8).

O Senhor nos deu um ministério de reconciliação (2 Co 5.18-20). Deu-nos, em Cristo Jesus, a capacidade de restaurar, recriar, refazer, redimensionar pelo perdão que emana da cruz, da Sua obra suficiente e perfeita. O perdão é de cima, de uma vida escondida com Cristo em Deus (Colossenses 3.1-4). Vem do nosso assento juntamente com Cristo nos lugares celestiais (Efésios 2.6). Não temos alternativa senão perdoarmos os nossos ofensores. Então, perdoe ou pereça.