MARIA MADALENA (Maria Ignez Menegatte)

Seu nome era Maria, Maria de Magdala.
Ela carregava consigo uma identidade incomum
Para uma mulher de sua época,
O nome do seu lugar de origem.
Por muito tempo foi essa mulher
Dominada por malignas entidades
Que lhe roubaram a juventude,
os sonhos, a felicidade.
Desprovida de alegria, acorrentada pelo mal
Andava Maria a buscar a liberdade,
O respeito, o amor, a paz e a serenidade.
Mas, onde encontrar tudo isso
Carregando a má fama que lhe aprisionava a alma?
E assim passava àquela mulher dias e noites,
Acorrentada à vida sem sentido que levava.
Madalena! Gritavam alguns quando a avistavam
Só para lembrá-la que não dava pra se esconder
Pois naquela região quase todos a conheciam
Viam seu físico, só a aparência, não a alma.
Sua loucura lhe roubara a esperança de um futuro feliz
E o presente era um fardo de desenganos
Atado em laços de amargura  e solidão.
 
 
Mas, um dia ela conheceu alguém muito singelo,
Um homem diferente, era o amor e a justiça encarnados
Transmitia serenidade e encorajamento
E as expressões que fluíam dos seus lábios
Abrandavam qualquer sofrimento.
Também carregava no próprio nome o lugar de onde viera
Era ele Jesus de Nazaré.
E ao encontrá-la Jesus libertou Maria
Da sua angústia, do passado infeliz, da sua dor.
Desatou os nós que lhe aprisionavam a alma
Com um só remédio:  AMOR.
Convidou-a a segui-lo, deu a ela uma razão para prosseguir,
Ou melhor, recomeçar.
A Maria, insana, oprimida por demônios foi liberta
Dando lugar a outra Maria,
Equilibrada, serena, respeitada,
Uma discípula amada do Filho de Deus
E a antiga Maria? Simplesmente, morreu.