Livra-nos, Senhor, dos oportunistas, aqueles que se aproximam, não porque gostem de nós, nem porque concordem conosco, mas porque lhes é conveniente oferecer-nos ideias e apoios em busca de prestígios para si mesmos.
Afasta-nos, Senhor, dos bajuladores, os que sempre concordam conosco, os que sempre nos elogiam, os que sempre nos defendem, não porque nos amem, mas porque querem ser convidados para a festa que — imaginam — vamos dar.
Protege-nos, Senhor, dos adesistas, sempre prontos a mudar de opinião para cantar no coro dos vencedores, para desfilar com a maioria, não porque mudaram de ideia, mas por contribuir para os seus interesses serem vistos em determinado lugar.
Aproxima-nos, Senhor, dos altruístas, que se juntam a nós porque comungam dos mesmos ideais elevados, nunca mesquinhos, sob os quais queremos viver.
Junta-nos, Senhor, aos sinceros, que nos dizem a verdade que constrói, mesmo que exagerem e até quando suas palavras nos magoam num primeiro momento, porque o que fazem visa o nosso bem.
Mostra-nos, Senhor, os íntegros, em quem podemos confiar desde as intenções, esses que não trocam do lado por um prato de lentilhas, mas são amigos que se assentam conosco à mesa mesmo quando os pratos estão vazios ou que navegam conosco mesmo quando os ventos não sopram favoravelmente.
“Falam com falsidade uns aos outros, falam com lábios bajuladorese coração fingido. Sim, Senhor, tu nos guardarás;
tu nos livrarás desta geração para sempre”. (Salmo 12.2 e 7)