DESCONSTRUTORES DE CARÁTER (Oswaldo Jacob)

Há anos muita gente do Brasil tem se especializando em desconstrução do caráter do próximo. É lamentável que tantos brasileiros falem mal dos seus compatriotas. Somos versados em detonar as pessoas, rotulá-las. Somos conhecidos lá fora como os que destroem os seus heróis. As Escrituras são claras em dizer: “Irmãos, não faleis mal uns dos outros(Tiago 4.11,12). É muito triste vermos como as pessoas detonam o seu próximo sem nenhuma consciência ética, moral. Para mim, esta atitude é doentia e altamente nociva e criminosa.

Falamos mal de governos, artistas, escritores, policiais, e tantos outros. Perdemos o bom senso. Atropelamos a ética da convivência pacífica, respeitosa e criativa. Infelizmente, somos um país dividido por interesses político-partidários. Um Brasil partido por partidos fisiologistas. Um país fragmentado por ideologias bestas, idiotas e retrógradas, barrando o desenvolvimento sustentável. Os interesses corporativos estão acima do interesse comum. Perdemo-nos em discussões tolas, fúteis e inócuas.

Os nossos representantes no Congresso, com raríssimas exceções, chegaram a um nível baixíssimo de patriotismo, bom senso e consciência de missão dada pelo povo que os elegeu. São despreparados para legislarem, mas muito articulados para negociatas, falcatruas, interesses ocultos e fisiologismos. Gente apequenada por uma visão marcada pelo narcisismo e estilismo. São corporativistas, vaidosos e elitistas. Apreciam a ostentação. São sanguessugas da nação brasileira que paga os seus vultosos rendimentos.

Temos também os nossos jornalistas, excetuando muito poucos, que são experts em desconstruir o caráter e as boas intenções dos que governam bem, profissionais e pessoas que desejam fazer toda a diferença. Esses jornalistas estão sempre insatisfeitos. Eles não têm uma palavra de encorajamento, uma postura crítica construtiva, mas usam de críticas ferinas, céticas e altamente doentias para desfigurarem a imagem daqueles que não lhes apetecem. Percebe-se uma falta de caráter, ética e profissionalismo.

Quando descontruímos as pessoas estamos na contramão do ensino das Escrituras, do bom senso, equilíbrio, da dignidade e justiça. Parece-me que vivemos numa cultura estigmatizada pela maledicência na língua, mente doente e pela maldade no coração. Há muitos elegantes e cheirosos por fora, com um linguajar rebuscado, mas podres por dentro. O coração e a mente estão contaminados pelo vício de falar mal do próximo. Jesus mesmo, sabiamente, diagnosticou o coração do homem, ao dizer: “Porque do coração procedem maus desígnios ou pensamentos, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias” (Mateus 15.19). Jesus acertou na mosca. Diagnóstico preciso como lhe é peculiar.

Vivemos num país marcado pela cultura do jeitinho, do tá bom assim e da mediocridade. Temos enormes dificuldades em reconhecer o valor, a relevância do próximo. Seja em casa, nos escritórios, nas escolas, nas esquinas e mesas da vida, temos nos especializado em comentar negativa e maldosamente a vida das pessoas. Isso demonstra a enormidade do pecado e a pequenez do coração. Os detonadores do caráter alheio são dominados por um coração mal e perverso, adoecido, produzindo adoecimento (Jeremias 17.9). Eles trabalham para o adoecimento da nação brasileira.

Se desejamos um Brasil marcado por ordem e progresso, precisamos combater de forma veemente os desfiguradores de caráter. Todos os dias devemos confrontar essa gente mesquinha, apequenada e de alma agonizante. Essa alma que se alimenta do prejuízo alheio. Esses detonadores de pessoas, de sonhos e projetos, devem ser condenados a falarem sozinhos, para si mesmos. Que as pessoas de bem se unam para o confrontamento dessa gente altamente prejudicial ao país. As críticas devem ser sempre construtivas, baseadas em valores nobres, para a construção de uma nação igualmente nobre, feliz, justa, empreendedora, ética e altamente comprometida com a excelência em tudo o que faz.