Quantas vezes falamos palavras que ferem! Palavras que se tornam instrumentos cortantes que causam feridas enormes e profundas. Devemos tomar todo o cuidado com as palavras proferidas, muitas vezes carregadas de maldade e dissimulação. Elas têm o poder imenso de causar danos, alguns irreparáveis. Vez por outra somos surpreendidos pelo nosso próprio coração. As Escrituras ensinam que devemos guardar o nosso coração (Provérbios 4.23). Dependendo do nosso estado interior, podemos ou não falar palavras que prejudicam a saúde física e emocional das pessoas com as quais nos relacionamos. Por causa de pronúncias negativas muitos casamentos foram desfeitos. Por causa de termos malditos pais e filhos não se falam, carregados de dor, amarguras e ressentimentos. Em razão de posições políticas-partidárias há famílias em litígio e amigos que não se falam mais.
As palavras que causam feridas e dor são prejudiciais em qualquer relação. Termos depreciativos, críticas ferinas e caluniosas são muito nocivas à saúde. As pessoas machucadas se tornam altamente sensíveis e precisam ser tratadas. Palavras que ferem são aquelas que nascem de um coração enganoso e perverso (Jr 17.9,10). Jesus disse que a boca fala do que está cheio o coração se referindo aos religiosos judeus, cheios de maldade e que apreciavam julgar e prejudicar os outros: “Raça de víboras, como podeis falar coisas boas, sendo maus? Porque a boca fala do que está cheio o coração” (Mateus 12.34). É impressionante o aumento de doenças psicossomáticas – as que são influenciadas pela mente, pelo fator emocional, pela raiz de amargura. A mente e coração emocionais devem sempre estar saudáveis.
Os termos que ferem geralmente são ácidos. Causam prejuízo tremendo. O seu alcance é o interior mais profundo do homem. Pronúncias maldosas e depreciativas são muito difíceis de serem digeridas. Quem as fala geralmente é uma pessoa com sérios problemas do coração e sofre com anomalias emocionais e espirituais. A pessoa que vive utilizando a sua palavra para prejudicar o outro geralmente sofre de desvio de caráter e de disfunção emocional. Muitos problemas de saúde têm a sua causa nos termos mal falados e que foram interiorizados e não resolvidos. Como precisamos ser pessoas-solução e não pessoas-problema!
A falta de perdão nos relacionamentos traz consequências danosas sejam para a família, sejam para a Igreja. Perdoar aqueles que nos ferem e abençoar os que nos maldizem são imperativos de Deus (Romanos 12.12-21). Paulo nos ensina que “tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento” (Filipenses 4.8). O nosso coração deve estar cheio de palavras boas, saudáveis, doces, que edificam e, acima de tudo, glorifiquem o Pai. Nossas palavras devem ser temperadas com sal (Colossenses 4.6).
Deus espera que sejamos pessoas a utilizar termos que abençoam, encorajam e fortaleçam o próximo. Longe de nós palavras que machucam e deixam marcas negativas. Sejamos pessoas íntegras em nosso falar. A regra é orar e pensar antes de pronunciarmos alguma coisa. Deus espera que sejamos ponderados em tudo o que dissermos. Tiago sabiamente nos exorta: “Todo homem, pois, seja pronto ouvir, tardio para falar e tardio para se irar” (Tiago 1.19). Aqui está o segredo de uma vida bem-sucedida. Tudo o que pronunciamos deve ser medido. Tudo que proferimos deve contribuir para a nossa saúde e a saúde do outro, glorificando a Deus (1 Coríntios 10.31). Que nossas palavras cativem, encorajem, consolem e motivem as pessoas a olharem para o alto. A perceberem o próximo na perspectiva de Cristo Jesus, nosso Senhor. Que Deus nos livre de palavras venenosas, desequilibradas, ferinas e loucas, e nos ministre palavras que são remédio para o coração.