Eu não mereço esse dia que desponta
Carregando consigo um céu de esperança,
Como página em branco para o registro
De uma nova história.
Eu não mereço tal oportunidade
Que me traz à memória a certeza plena
De que Deus se importa comigo
Pois em suas mãos gravou o nome
De cada um de seus filhos.
E com estes assumiu uma eterna aliança.
Eu não mereço o pão que me chega à mesa,
Os pés que caminham pelas alamedas da vida,
A mão de consolo, muitas vezes
À mim estendida;
O olhar que contempla as nuances do horizonte,
O mar, a planície e o monte.
Eu não mereço a paz, escondida
No recôndito da alma, como muda de esperança,
Regada pelo Santo Espírito,
Que interpreta as orações diárias.
Eu não mereço a água da vida
Que rega o meu interior.
Também não mereço o oxigênio da fé
E as porções de cuidado, renovadas,
Como provas do divino amor.
Eu não mereço a graça oferecida na cruz,
A salvação conquistada por Jesus,
Na verdade foi esse o preço
E eu não a mereço.