REFLEXÕES SOBRE UM POEMA – INTRODUÇÃO (Diné Lóta)

A maravilhosa música de Almir Sater e Renato Teixeira nos apresenta um poema fantástico, digno de uma reflexão mais profunda. Começa assim:

 

"Ando devagar porque já tive pressa

E levo esse sorriso

Porque já chorei demais

Hoje me sinto mais forte

Mais feliz, quem sabe

Só levo a certeza

De que muito pouco sei

Ou nada sei…"

 

As pancadas que já levei na vida me fizeram mais forte. Não fisicamente, devo esclarecer, mas moral e espiritualmente. Tenho aprendido muito com os meus erros, inclusive com o erro de ser apressado. Isso mesmo!

 

Já tive pressa em fazer, em falar, em julgar fatos e pessoas… mas hoje "ando devagar, porque já chorei demais". Chorei de arrependimento, vendo o sofrimento que a minha pressa causou nas pessoas e em mim mesmo.

 

Todos que me conhecem sabem que "levo esse sorriso", que me sinto "mais feliz", porque aprendi com a vida que eu não sei de nada. Há tanta coisa ainda a aprender!

 

Tenho aprendido a ser mais humilde, mesmo tendo já adquirido muito conhecimento, fruto das experiências da vida. Quero manter-me humilde para reconhecer, como o filósofo Sócrates, que "só levo a certeza de que muito pouco eu sei ou nada sei".

 

Nossa vida é um poema de incertezas. Só levamos a certeza da nossa finitude, da nossa limitação. É isso que me faz voltar os olhos para o alto, de onde me vem a mais fundamental certeza:

 

"Meu Senhor de tudo sabe,

Certamente, sim;

Com cuidados incansáveis

Me protege a mim.

Tudo quanto Deus permite,

Pra meu bem será,

E, no dia mais penoso,

Forças Deus dará."
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TOCANDO EM FRENTE

Almir Eduardo Melke Sater / Renato Teixeira De Oliveira

 
Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso
Porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte
Mais feliz, quem sabe
Só levo a certeza
De que muito pouco sei
Ou nada sei
 
Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
 
Penso que cumprir a vida
Seja simplesmente
Compreender a marcha
E ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro
Levando a boiada
Eu vou tocando os dias
Pela longa estrada, eu vou
Estrada eu sou
 
Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
 
Todo mundo ama um dia
Todo mundo chora
Um dia a gente chega
E no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
E ser feliz
 
Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
 
Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso
Porque já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
E ser feliz