BOM DIA AMIGO, 2954 (Israel Belo de Azevedo)
“Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado, / Saborear, enfim, / O pão da minha fome. / Liberdade, que estais em mim, / Santificado seja o vosso nome”. (Miguel Torga)
Orar pelo pão?
Pedir o “pão nosso de cada dia” é reconhecer nosso estado natural: carentes.
Por mais que atuemos, não nos afastamos da nossa condição de dependentes.
Pedir pelo pão é ter um encontro sereno com a realidade, em lugar de negá-la.
Pedir pelo pão é uma forma de santificar a pessoa de Deus, não de rabaixá-la.
Ora desse modo quem crê em Deus e pode confiar em sua permanente bondade.
Ora desse modo quem crê em Deus e sente que pode contar com a sua fidelidade.
Oramos desse modo quando cremos em Deus e o vemos conosco em nossos caminhos.
Oramos desse modo quando nos asseguramos que em nossa jornada não estamos sozinhos.
Pedir o pão todos os dias é admitir humildes que nem o mínimo conseguimos prover.
Pedir o pão todos os dias é com alegria à soberania generosa de Deus nos submeter.
Orar pelo pão é para quem se delicia com o seu aroma antes mesmo de sua chegada.
Orar pelo pão é para quem sabe que ele virá na fôrma certa na hora da fornada.
Orar pela pão é para quem aprendeu a aguardar por Deus, nunca a determinar.
Esperar pelo pão é para quem põe a oração, não a ação, em primeiro lugar.
Esperar pelo pão é para quem sai todos os dias jubilosamente para o buscar.
Nem todos oram assim, nem todos assim confiam.
Nem todos percebem que Deus o pão lhes providencia.
Acham que tudo depende deles, por lhes faltar maturidade.
Colhem pão com as mãos, o coração se agitando em ansiedade.
Quando pedimos a Deus o pão é porque aprendemos a orar.
É confiando no Deus da provisão que nos pomos a trabalhar.
“O pão nosso de cada dia nos dá hoje”. (Mateus 6.11)
Bom dia!
Israel Belo de Azevedo
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