Academia da Alma 2.0 (6) Minhas dificuldades emocionais

ACADEMIA DA ALMA 2.0

Encontro 6

 

Síntese 

DIANTE DAS MINHAS DIFICULDADES EMOCIONAIS

Como eu lido com minhas dificuldades emocionais?

 

Sabedoria bíblica:

“Não se apresse em ficar irado, porque a ira se abriga no íntimo dos tolos”. 

Eclesiastes 7.9)

 

Decisão: 

ADMITO!

 

O que faz uma mulher traída? Suas emoções ditarão suas decisões. Suas ações dependem de suas emoções. Ela pode decidir perdoar, mas suas emoções podem impedi-la. Ela pode decidir seguir sozinha, mas suas emoções podem mantê-la cativa.

O que faz um filho quando seu pai é internado e entubado? Suas emoções ditarão suas emoções. Se forem saudáveis, tomará a rédea dos cuidados necessários nessas horas difíceis. Se não forem, vai se isolar e se derreter na inutilidade.

Nessas horas, sabemos o quão frágeis somos ou o quão fortes nos tornamos. 

Nossas emoções nos apagam ou nos fazem brilhar.

Nossas emoções nos levam a prosseguir ou a desistir.

Nossas emoções nos fazem desconfiar ou acreditar.

Nossas emoções determinar se, no que depende de nós, iremos perder ou vencer.

 

AS EMOÇÕES QUE SOMOS

 

Nós somos as emoções que temos.

 

“As emoções mudam a maneira como vemos o mundo e como interpretamos as ações dos outros”. (Paul Ekman)

 

Por que, então, prestamos tão pouca atenção a elas?

Os dois mais importantes verbos da vida são emocionais: amar e crer.

O amor (e seu antônimo é o ódio) é um fruto da emoção, sendo ele mesma uma emoção. Escolhemos a quem amar por emoção. Escolhemos a quem odiar por emoção.

Escolhemos crer ou descrer por causa das nossas emoções. Escolhemos em que ou em quem crer por um projeto da nossa emoção.

É uma atitude emocional indignar-se visceralmente contra a desigualdade entre os seres humanas ou passar calmamente ao largo de um mendigo que dorme abraçado a rabanadas de natal que baratas de esgoto comem aos poucos.

Na verdade, negamos as emoções, afirmando sempre que somos movidos pela razão, embora não o sejamos.

Em lugar de negar as emoções, devemos reconhecer seu explosivo poder. Este reconhecimento nos deve levar, por exemplo, a pedir perdão por exageros cometidos.

Em lugar de ter medo das emoções, devemos dialogar com elas, para diminuir seus extremos e fazer delas uma força motriz para as nossas conquistas, sem que elas nos destruam ou destruamos os outros com elas.

É neste sentido também que, como ensinou Jesus, o que desgraça o ser humano não é o que entra, mas o que sai da sua boca e coração (Mateus 15.11 e 18).

Não temos outra alternativas senão tê-las como amigas, para que caminhemos serenos e em harmonia. Nosso projeto, portanto, deve ser sempre este: em lugar de perder para as emoções ou nos perder nelas, devemos vencê-las ou vencer com elas. Afinal, “sentir as emoções é o que torna a nossa vida rica”. (Daniel Goleman)

 

 

JESUS CHOROU

 

Saber que Jesus chorou (João 11.35) é reconfortante para nós.

Como nosso Salvador, construímos a nossa a vida sobre as emoções.

A nossa racionalidade depende do que sentimos.

A nossa corporeidade se encapsula no modo como reagimos ao que nos fazem.

A nossa espiritualidade chega e se desenvolve em função da nossa emocionalidade.

O exercício de pensar e raciocinar pode ser totalmente incompetente por causa do que sentimos. Por causa do que sentimos, podemos pensar com raiva e assim não pensar. Por causa do que sentimos, podemos ver apenas o que a nossa paixão ideológica determina. Não dá para refletir corretamente se estamos presos a ofensas que nos fizeram.

O nosso intestino pode se desarranjar por causa de uma prova ou de um voo que vamos fazer. O nosso coração pode explodir bombeado ou trancado por um estresse, por um estilo de vida ou pelo rancor.

Crer e confiar em Deus como o Pai Celeste que nos ama são atitudes que se correlacionam, positiva ou negativamente, com o pai terreno que aqui nos gerou. Nossas emoções podem ser muros que nos separam da maravilhosa graça de Jesus.

Nossas emoções nos fazem conviver com as baratas no chão ou a habitar nas alturas com as águias.

Quando compreendemos o poder das emoções, começamos a nos preparar para fazer delas o trampolim para a nossa libertação.  

Não precisamos negar nossas emoções mas submetê-las ao poder de Deus e continuar a realizar a missão que nos atribuiu.

Precisamos aprender a educar as nossas emoções destrutivas e a fazer florescer as emoções construtivas, para que ajardinem nossas próprias experiências e pastoreiem as vidas dos outros.

 

 

A ARTE DE NOS PREPARAR

 

Devemos saber que “uma pessoa madura sente todas as emoções mas não fica refém de nenhuma delas”. (Sidney Costa)

Como ser maduros, se Deus pôs o sangue para correr dentro de nós. Como lembro Júlio Verne, "Deus ter-nos-ia posto água nas veias, em vez de sangue, se nos quisesse sempre imperturbáveis".

Se podemos comparar nosso corpo aos pés com os quais andamos, temos que ver nossas emoções como os braços com os quais voamos.

Se, com um corpo saudável, andamos e corremos bem, com as emoções sadias, voamos, como se tivéssemos asas. A altura do nosso voo é dada pelo preparo de nossas asas.

Se controlamos o corpo, sobre o qual temos consciência, as emoções, por sua vez, nos controlam.

 

A NOSSO FAVOR — Das emoções, quando bem organizadas, tiramos a força que precisamos para, junto com um corpo forte, resistir às tempestades e mesmo recebê-las como oportunidades. Até mesmo algumas limitações de ordem física podem ser contidas ou superadas quando nossa mente funciona bem.

Das emoções, quando serenas, tiramos a sabedoria que precisamos para tomar decisões, produzir iniciativa e gerar reações capazes de nos levar para o alto. Sem serenidade, não saímos do lugar e podemos até desistir de continuar em pé.

Como vão nossas emoções? — eis a primeira pergunta que precisamos nos fazer. Não é fácil a tarefa de perceber como estamos. Não é comum chegarmos ao ponto de nos olharmos e nos dizermos que não nos aguentamos a nós mesmos. É salutar quando a honestidade alcança a nossa autopercepção. O mais comum é perceber o outro, mesmo que, muitas vezes, injustamente. Raro é notamos que não estamos bem. Quando este discernimento nos vem, a mudança pode começar.

Pode ser que apenas uma das nossas asas esteja ferida, completa ou parcialmente. Saber que precisamos reparar a asa toda ou uma de suas penas é um bom começo.

 

O QUE DIZEM DE NÓS — Para termos emoções saudáveis, precisamos perceber como elas vão. Uma boa providência é escutar o que dizem a nosso respeito. Antes de rechaçar como injusta uma palavra que nos incomode, devemos prestar-lhe atenção. Se nos dizem, por exemplo, que estamos insensíveis, irritados, intranquilos, ranzinzas, inseguros, medrosos, impacientes, exagerados, intolerantes, ouçamos. Talvez tenham razão e não percebemos.

O diagnóstico aceito não é para nos enrolar na teia da autocomiseração. Antes, a autopercepção, negativa ou positiva, deve ser usada como um trampolim para os nossos saltos. Para voar, precisamos saber como estão as nossas emoções, essas nossas asas. Talvez tenhamos que nos recolher, para os reparos necessários. Talvez tenhamos que fazer as mudanças durante o voo. Talvez tenhamos que voar a vida toda com algumas penas faltando ou mesmo parte da asa avariada.

Quanto ao conserto, talvez nós mesmos consigamos arrumar as coisas com as ferramentas de que dispomos. Talvez precisemos que um conselheiro profissional nos ouça e nos ajude a fazer os consertos necessários para a plenitude de nossa viagem. Não precisamos nos envergonhar de buscar ajuda. Ninguém deve ter vergonha por ter tido um ato de coragem. Procurar ajuda é para os corajosos.

Nossas emoções precisam de equilíbrio e algumas ações nos ajudam nesta tarefa.

Uma delas é buscar estar com pessoas serenas. As atitudes delas nos influenciam positivamente. Elas nos transmitem segurança, a segurança que desejamos e vemos possível nos exemplos que nos dão.

 

VAMOS LER — Diante das emoções que somos, nos extremos estão as sugestões ou de negá-las ou de ceder a todas elas. Mais uma vez, a virtude está no equilíbrio. Emoções boas, como a saudade, devem ser valorizadas. Emoções ruins, como a ira, precisam ser eliminadas.

O equilíbrio emocional exige muito de nós e não poderia ser diferente.

Ao lado do convívio com pessoas saudáveis, há outros bons hábitos que nos preparam emocionalmente e nos fortalecem.

Um deles é a leitura. Ler nos faz sair de nós mesmos para nos encontrarmos a nós mesmos. Viajamos com as histórias que os livros nos contam. Pensamos junto com os autores que nos cativam. Um bom romance nos diverte e nos aponta direções. Um bom livro de poemas afia a nossa mente e nos encanta com suas imagens feitas de palavras. Um bom estudo nos orienta. Os livros nos fazem fortes.

 

A ARTE DE AJUDAR — Outro bom hábito é o envolvimento em algum programa para ajudar outras pessoas. Ser voluntário é bom para quem é alcançado e ótimo para quem alcança. Saber que tem alguém precisando de nós é conhecimento que nos estimula por nos mostrar que temos valor, mesmo que estejamos momentaneamente vulneráveis. O trabalho voluntário é mais bem pago que o serviço profissional assalariado, porque é remunerado com muitos sorrisos. Como disse o teólogo, músico e filantropo Albert Schweitzer, “onde quer que o homem vá encontrará alguém que precisa dele".

 

NADA DE AUTOCOMISERAÇÃO — Cada um de nós deve desenvolver estas e outras práticas capazes de gerar força, mas todas precisarão que acreditemos que podemos ser fortes, o que implica em ver sempre a vida de modo positivo. O pessimismo termina em si mesmo, porque nada constrói. O otimismo é sempre e apenas o primeiro capítulo de uma história de sucesso.

Tenhamos cuidado: 

 

"A autocomiseração é o nosso pior inimigo. Se cedermos diante dela, nunca seremos sábios neste mundo".

(Les Brown)

 

Temos uma meta:

 

“Uma pessoa madura sente todas as emoções mas não fica refém de nenhuma delas”. (Sidney Costa)

 

BUSCAR AJUDA — Viver é agir e reagir.

Na verdade, toda a ação é uma espécie de reação.

As emoções, portanto, são onipresentes em nossas vidas.

Por vezes, nossas emoções parecem fora de controle.

Choramos quando normalmente não choraríamos.

Sentimo-nos rejeitados com palavras que não nos miravam premeditadamente.

As palpitações aceleram e só depois percebemos.

Quando a situação estiver fora de controle, deveremos buscar uma ajuda profissional. Médicos e psicólogos são meios de graça; são pessoas que Deus usa para nos devolver a saúde. Ezequias orou e Deus lhe mandou um emissário com remédio nas mãos (Isaías 38). Os fortes procuram ajuda. Os fracos continuarão fracos, por não deixarem que Deus os fortaleça.

Devemos, portanto, reconhecer o potencial positivo e negativo das nossas emoções. Compreendendo quem somos, podemos agir de modo a controlarmos as emoções negativas e a fazer que imperem as emoções positivas.

Devemos desejar viver de um modo que valorize as emoções, mas sem lhes dar todo o poder.

Precisamos pedir a Deus sabedoria e coragem para as mudanças que precisam ocorrer, bem como perseverança porque a viagem pode ser longa. Aprendemos na Bíblia que, quando precisamos de sabedoria, basta que a peçamos a Deus e a receberemos (Tiago 1.5).

 

QUANDO CHEGAM AS PREOCUPAÇÕES

As preocupações e as realidades testam ao extremo nossas emoções.

Na verdade, diante das preocupações, não podemos ser excessivamente pessimistas, certos de que não há vitória possível. Temos que apostar na superação ou na ressurreição. Não podemos ser excessivamente otimistas, seguros que o melhor virá. Temos de admitir que o pior pode acontecer.

É nossa emoção que nos conduz diante do medo. Se estiver saudável, temeremos diante do que devemos, mas não do que não precisamos. Se estiver equilibrada, não faremos da possibilidade ruim uma péssima realidade. Nossas emoções nos dizem como vamos agir diante das preocupações, sabendo que alguns nunca se tornarão realidade, atentos ao que disse o frasista Mark Twain:

 

“Eu sou um homem velho e conheci um grande número de preocupações — mas a maioria delas nunca aconteceu”.

 

Se alguém próximo ficar doente, não vamos ligar a chave da fragilidade e desligar o telefone; antes, tomaremos as providências necessárias. 

É nossa fé que nos guia pelos vales sombrios, sem que nos apavoremos perdidamente, pelas montanhas luzidias, sem que nos deslumbremos desmedidamente. Nossa fé nos mostra o futuro depois da areia movediça. 

É nossa razão que nos organiza. É com ela que estruturamos a nossa vida, quando tudo vai bem. Quando os perigos se avizinham, ela nos mostra que melhor que nos desesperar é tomar as providências necessárias. Talvez tenhamos que organizar nossas finanças para que outras pessoas da família a gerenciem, se for preciso.

É nosso trabalho que nos mantém em pé. Precisamos continuar trabalhando, pelo dinheiro que nos sustenta, pelo sentido de missão com que nos alimenta. Nossas preocupações não nos podem tirar o prazer de trabalhar.

É legítimo que nos preocupemos, mas, para nos mantermos íntegros, precisamos manter equilibrada a nossa emoção, firme a nossa fé, reta a nossa razão, tenaz o nosso trabalho. É belo o convite da Bíblia:

 

“Lance os seus cuidados sobre o SENHOR e ele o susterá; jamais permitirá que o justo seja abalado”. (Salmo 55.22)

 

FORTES?

Como nos vemos?

Somos fortes e ficamos firmes quando fomos traídos ou o chão nos faltou?

Podemos ser traídos.

Temos que aprender a lidar com nossas emoções para enfrentar nossas realidades.

Somos fortes e tomamos as providências necessárias quando a enfermidade bateu em casa ou nos isolamos?

Podemos adoecer. Nossos queridos podem firmar doentes.

Se somos frágeis, precisamos colocar em ordem nosso mundo interior.

Se somos frágeis, não temos que nos comparar com os que achamos fortes; não conhecemos suas histórias e nem mesmo se são realmente fortes.

Se somos frágeis, precisamos nos preparar e tirar força da nossa memória, da nossa fé e da nossa inteligência.

 
Israel Belo de Azevedo