SOBRE VELHOS E JOVENS (André Jorcelino Lopes Flores)

A lição permitida pela atitude do Rei Roboão em II Crônicas 10, contemporanizada.
 
As vezes encontramos pessoas cheias de sonhos, ideias e sensibilidades. Planos sonhados, esquadrinhados e definidos. 
 
Outras vezes encontramos pessoas vazias, sem rumos detalhadamente definidos e cheios de dúvidas e anseios sobre o futuro. 
 
O gatilho que traz a diferença de um para o outro é que o primeiro grupo, por diversos motivos, percebem que o tempo já não lhes estão tão mais disponíveis. Muitas vezes pela idade amadurecida, outras vezes pelos medos impostos pela vida e, até mesmo, pela alegria descoberta após conviver em situações de extrema angústia ou limiar sufocante. 
 
Todas estas situações trazem perspectivas reais diante dos olhos destes. Nesse meio haverá mais sinceridade e cooperação do que em qualquer outro lugar. 
 
Aqui, a vida é bela! 
 
Quanto ao segundo grupo, encontramos as pessoas que passam pelo desmame da vida. Suas necessidades e ideais normalmente são para suprir suas crises momentâneas e para dar conta dos cuidados que se perderam com a troca de lares, por recentes constituição de família, por querer morar sozinho ou, simplesmente, porque é chegada a hora de assumir suas funções domésticas e sociais na casa dos seus pais. 
Repare: a promessa que aparecer nestes momentos aparentará ser a revolução da sua vida! O rumo profissional que escolher, não raramente, será definido pelo esvaziamento dos seus armários de roupas, pela ausência do custeio de um bom aprendizado e pela exclusão social cabível aos que não possuem boas condições financeiras. 
 
Para esses, o mundo não tem rumo, qualquer caminho de boa aparência servirá. Quase que de uma maneira geral: qualquer rumo é rumo, qualquer dissimulado será um promissor Príncipe, qualquer mulher richosa será a mais perfeita Dama de todo o reino. 
 
Aqui, a vida é uma conveniência. 
 
Quem olha do primeiro para o segundo grupo, com algumas excessões, vê pessoas concorrendo com o tempo, sendo seus próprios mentores e, na maioria das vezes, vê-las sentando de tempos em tempos para contabilizarem os círculos dados por suas marchas. 
 
Quem olha do segundo para o primeiro grupo, obviamente considerando as excessões, vê pessoas que falam e agem de forma estranha, que não servem como exemplo. Até suas mãos são estranhas ao toque. Suas palavras, quase sempre enfadonhas, seus amadurecimentos aparentam ser astúcia e não carinho. O que falam e escrevem parecem um código de letras, enquanto poderia ser uma dica para aquele do segundo grupo poder sair das suas marchas em círculos. 
 
Para alguns, bons sonhos e boas ideias, felizmente. 
 
Para outros, cuidado com a próxima marcha em círculo, infelizmente.