ENCONTRO RARO DE DUAS GRÁVIDAS (Dinaura Barcelos)

Fiquei intrigada um dia desses com a forma pela qual Lucas descreve o encontro de Maria com sua prima Izabel. O texto que normalmente se lê por ocasião do Natal  soou para mim como novidade no frio inverno, aqui na capital das Alterosas. O autor dessa linda história descrita no capítulo 1:39-45 faz questão de apontar descancaradamente, alguns aspectos comuns da vida ordinária dessas duas mulheres grávidas.

Cada qual curtia sua gravidez, à distância, na sua forma peculiar. Uma já envelhecida pela natureza normal do ciclo de uma mulher; outra nova demais para conduzir uma tarefa difícil, confiada pelo Criador.  Essas duas mulheres carregavam dentro de si o sonho de se tornar mãe; ambas levavam dentro de si o impossível, prestes a se tornar realidade; ambas guardavam dentro de si a Palavra concebida, germinada, incubada – as boas novas!

Quando soube da gravidez da prima, Lucas insiste em nos contar que Maria foi apressada às montanhas, à casa de Izabel. Incrível como o fator “apressada” entra em cena. Uma delas carregava algo que talvez estivesse morto e que precisasse ser revitalizado com urgência. Como Deus tem pressa em socorrer alguém, em levar sua Palavra ao abatido, ao desiludido, ao oprimido e até mesmo aquele, cuja esperança já não mais existe. Deus tinha pressa em socorrer João Batista, ainda em fase de gestação, pois Lucas destaca que ao ouvir a voz de Maria, a criança saltou no ventre de Izabel. Meu Deus! Que tom de voz foi esse? Que saudação tremenda! Que palavras causaram tamanho milagre?  Algo pode acontecer no mundo espiritual se crermos que esse verbo existe desde o princípio, que esse verbo estava lá  com Deus, e que esse verbo era Deus (Jo 1:1). Quando abrimos nossa boca e trazemos essa palavra à existência, situações mudam, milagres acontecem.  Quando a palavra dentro de nós, concebida por obra e graça do Espírito Santo, é expelida, colocada para fora, não pode existir obstáculo que a retenha. “… assim também ocorre com a palavra que sai da minha boca; ela não voltará para mim vazia, mas fará o que desejo e atingirá o propósito para o qual foi enviada.” Isaias 55:11.

Essas duas mulheres tinham algo em comum. Ambas necessitavam uma da outra. Uma com a missão de levar a Palavra; a outra de ouví-la, recebê-la e colocá-la em prática! Quantos de nós carecemos da aproximação e da saudação de alguém engravidado da Palavra de Deus a fim de trazer à vida o que estiver morto dentro da gente; quantos necessitamos do Verbo encarnado de Deus, para que não sucumbamos na dor e na amargura de alma.  Quem carrega a Palavra concebida dentro de si crê no impossível, porque carrega sua bênção em estado de gestação, e não duvida do momento da vitória.

Então, segure firme sua promessa! Não abra mão do preço de custo pago por Jesus! Não permita que o plano de Deus implantado dentro de você seja abortado! Deixe essa gravidez tomar forma; verbalize a Palavra como em Jo 1:14 “E  o Verbo se fez carne, e habitou entre nós…”  E o Verbo se fez cura e habitou entre nós; e o Verbo se fez libertação e habitou entre nós; e o Verbo se fez prosperidade e habitou entre nós; e o Verbo se fez salvação e habitou entre nós; e o Verbo se fez restituição e habitou entre nós.  E se, porventura, ainda existir algo já sem vida dentro da gente, amortecido pelas desilusões da vida, com certeza, essa Palavra é poderosa para entrar na divisão da alma e do espírito e promover o milagre que tanto esperamos! “Porque para Deus nada é impossível (1:37).

Lucas termina essa linda história ponderando “Bem-aventurada a que creu, pois hão de cumprir-se as coisas que da parte do Senhor lhe foram ditas! (1:45.)