A história de RUTE, Uma paráfrase por Israel Belo de Azevedo – Parte 2

Depois, explicou a razão do seu pedido:

— Sou velha demais para ter filhos. E mesmo que eu voltasse a me casar hoje à noite e tivesse filhos, vocês não aguentariam esperar por eles. Vocês precisam voltar e recomeçar suas vidas.

Noemi (cujo nome significa “doçura”, em hebraico),  mostrou toda a sua tristeza:

— Não é bom para vocês continuarmos juntas. Vocês estão vendo que o Deus Eterno está furioso comigo. Não sei porque Ele está me castigando. Por isto, é melhor que as duas me deixem agora. Pelo amor de Deus, me deixem.

As duas choravam sem parar.

E seguiram juntas chorando, até que Orfa (cujo nome significa “Gazela”, em hebraico), parou, deu um beijo em Noemi e foi embora.

Rute, no entanto, abraçou Noemi e continuou com ela.

Depois de terem caminhado mais um pouco, Noemi não concordou com a atitude de Rute e argumentou:

— Preste bem atenção, minha filha. Você viu o que sua concunhada fez. Ela tomou a decisão certa. Ela ficará com o seu povo e com a sua religião. Faça o mesmo. Volte com ela.

 

(1.11-17)

“O seu Deus é o meu Deus”.

 

Rute (cujo nome significa “Amizade”, em hebraico) tomou uma decisão diferente:

— Não adianta insistir para eu voltar. Não vou mudar de ideia. Vou continuar com a senhora. Irei para onde a senhora for. A sua casa será a minha casa. O seu povo é o meu povo. O seu Deus é o meu Deus. 

Rute disse ainda:

— Nunca a deixarei. O Deus Eterno sabe que meu desejo é viver com a senhora até que a morte nos separe. E, quando eu morrer, quero ser enterrada ao seu lado. 

 

(1.18-21)

“Meu nome agora é Mara”.

 

Noemi não teve escolha e deixou que Rute a acompanhasse.

Assim, seguiram juntas.

E juntas entraram em Belém.

Quando chegaram, a notícia logo se espalhou entre os mais de 400 habitantes da cidade. Eles ficaram comovidos quando souberam da história. Muitos se lembravam dela e comentavam uns com os outros:

— Veja quem voltou! Noemi!

Ela pediu aos seus conterrâneos que não a chamassem mais de Noemi. Seu nome e sua história não combinavam.

— Por favor, não me chamem mais de “Noemi”. Meu nome agora é “Mara”.

Ela explicou:

— Minha vida agora é amarga, sem nenhuma “doçura”. Eu saí daqui cheia de planos, mas voltei vazia. Eu sou uma derrotada. O Deus Eterno me trouxe de volta como uma derrotada.

Tudo o que lhe acontecera era castigo divino, pensava ela:

— Quem me chamar de Noemi estará indo contra a vontade de Deus. Ele quer que eu sofra e ninguém pode fazer nada por mim.

 

(1.22)

“A colheita da cevada estava começando”.

 

Quando Noemi e Rute, vindas de Moabe, chegaram a Belém, em Israel, a colheita da cevada estava começando.

 

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A HISTÓRIA DE RUTE, UMA PARÁFRASE POR ISRAEL BELO DE AZEVEDO