1Timóteo 2.4b-6: O MEDIADOR

Pregado na Igreja Batista Itacuruçá em 26/04/2008.

Que mundo este que Deus não fez! Que mundo este que Deus quer ver resgatado!
Ah se o mundo aceitasse o convite de Deus, que deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade. Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus, o qual se entregou a si mesmo como resgate por todos. Esse foi o testemunho dado em seu próprio tempo” (1Timóteo 2.4b-6).
O evangelho é para todos. Entendemos melhor a dimensão desta universalidade quando nos lembramos das propostas então vigentes:

  • O Judaísmo dizia que a salvação era para os cumpridores da lei, no caso só os judeus;
  • O Gnosticismo propunha que a salvação era para alguns, para alguns iluminados. Em ambos os casos, a salvação era uma conquista, não um oferecimento.

Diferentemente, a Bíblia diz que a salvação é um presente (gratuito de Deus) e não vem como prêmio pelos nossos méritos. (Efésios 2.8-9: “vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não [vem] por obras, para que ninguém se glorie”)
Mais ainda: Deus tomou a providência de produzir as condições para a salvação. Ele fez isto, enviando um mediador, como parte de um plano eterno (Efésios 3.11).

Admiro o ex-presidente Jimmy Carter. Contra tudo e contra todos, ele acha, por exemplo, que é possível a paz entre israelenses e palestinos, entra judeus e árabes. Recentemente ele se reuniu com israelenses e palestinos, inclusive com o grupo Hamas, um partido-milícia considerado radical. Israel quer destruir o Hamas. O Hamas quer destruir Israel. Carter conversou com os dois lados, tentando fazer uma mediação, ouvindo os dois lados, como se não tivesse um lado. Dará resultados? Só o futuro dirá.
(A propósito, há um filme razoável tecnicamente mas de crua verdade: “Os senhores da guerra”. Trata-se de um libelo pessimista em favor da paz. Carter é um otimista.)

Jesus “é o mediador de uma nova aliança para que os que são chamados recebam a promessa da herança eterna, visto que ele morreu como resgate pelas transgressões cometidas sob a primeira aliança” (Hebreus 9.15).
A salvação, realizada em Jesus, acontece quando a pessoa responde positivamente ao oferecimento de Deus. Ele oferece a salvação para todos, mas não impõe sua vontade à vontade do homem.
O que Deus faz é ficar à porta, sentar-se à porta, insistir à porta. (Apocalipse 3.20)..
Você não quer a salvação? Deus lamenta e respeita e espera por sua resposta.

DOIS PRESSUPOSTOS

Para entendermos o sentido da salvação, precisamos partir de dois pressupostos indispensáveis:

1. A Bíblia é o Livro onde Deus se mostra.
Há muitos livros e devemos ler o máximo deles. Nenhum deles, no entanto, foi escrito pelo próprio Deus, com a parceria de homens e mulheres ao longo de séculos. Podemos ler a Bíblia como um livro qualquer, profundo, bonito, mas um livro qualquer; podemos ler a Bíblia como um livro de Deus, por sua origem. É uma questão de fé.
Se aceito que a Bíblia é uma providência de Deus para mim, assumo que tudo o que está ali é para a minha salvação. Se leio assim a Bíblia, aprendo quem sou eu e quem é Deus.

2. O pecado é uma realidade universal.
Leio, então, nesta Bíblia, que ponho, pela fé, como meu guia para a vida, que o pecado é uma realidade que alcança a todos os seres humanos em todos os tempos. Esta não é uma questão de fé, mas observação e reconhecimento.
A realidade, diante dos meus olhos, não me permite pensar ao contrário. Basta que eu abra as páginas dos jornais ou veja os telejornais.
O que vejo na realidade é confirmado pela Bíblia, que diz que todos somos pecadores: “Não há distinção, pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Romanos 3.22b-23).

3. Há um só Deus.
A afirmativa bíblica é clara: “há um só Deus” (verso 5).
Esta é uma declaração sobre o monoteísmo.
É também uma declaração sobre a natureza humana: você não é seu próprio deus; eu não sou meu próprio deus. Ninguém pode se salvar se não for salvo por Deus.

4. A RESPOSTA ESPERADA
Para a perdição, os caminhos são múltiplos; para a salvação, só há um caminho: o conhecimento da verdade..
Recebemos a salvação quando:

4.1. Reconhecemos a verdade sobre nós mesmos: somos pecadores.
Somos pecadores, perdidos sem saber para onde ir, sem paz, distanciados de Deus.

4.2. Aceitamos o mediador enviado até nós.
Por amor, Deus enviou um mediador, Jesus Cristo, para nos resgatar da perdição.
O Mediador Jesus não é um mediador político, como Jimmy Carter, que volta são e salvo de sua missão. Jesus veio para a mediação (para se colocar no meio, entre nós e Deus) e ficou entre nós. Ele não nos entregou uma palavra; Ele Se entregou.
Antes da mediação de Jesus Cristo, “todos nós também vivíamos (…) satisfazendo as vontades da nossa carne, seguindo os seus desejos e pensamentos. Como os outros, éramos por natureza merecedores da ira. Todavia, Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, deu-nos vida com Cristo, quando ainda estávamos mortos” (Efésios 2.3-5).

4.3. Passamos a ter livre acesso a Deus.
Quando aceitamos o oferecimento do Mediador, como parte do plano eterno de Deus para nós, plano realizado em Cristo Jesus, “temos livre acesso a Deus em confiança, pela fé nEle” (Efésios 3.10).

O que respondemos?

ISRAEL BELO DE AZEVEDO

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