“Moisés e Arão reuniram a assembleia diante da rocha, e Moisés lhes disse: Rebeldes, ouvi agora! Será que vamos tirar água desta rocha para vós? Então Moisés ergueu o braço e bateu na rocha duas vezes com a vara, e saiu muita água, e a comunidade e os seus animais beberam.” (Números 20.10,11).
O versículo 13 do mesmo capítulo acima citado diz: “Estas são as águas de Meribá, pois ali os israelitas confrontaram o Senhor, que neles se mostrou santo.” Mas elas podem ser chamadas também de “águas da ira”, pelas consequências que esse episódio trouxe a Moisés e Arão. O nome Meribá, cujo significado é “contenda”, foi dado ao local porque o povo, por causa da falta de água, “desentendeu-se” com Moisés e Arão (Nm. 20.2-5). Estes, então, como sempre, apresentaram o problema a Deus.
O Senhor manifestou-lhes sua glória e disse a Moisés: “Pega a vara e reúne a comunidade, tu e teu irmão Arão. Falareis à rocha diante do povo, para que ela dê as suas águas.” (Nm. 20.8). Mas Moisés ficou muito irritado com as críticas ofensivas do povo e, em vez de apenas falar à rocha, bateu-lhe violentamente com a vara, por duas vezes, isto depois de ter dirigido algumas palavras bem irônicas ao povo. O salmo 106, falando a respeito, diz que os israelitas “fizeram com que Moisés ficasse tão irritado, que ele disse coisas que não devia.” (v. 33, NTNLH).
Por causa de sua insensatez momentânea, Moisés e Arão perderam o privilégio de liderar a entrada dos israelitas na terra prometida; morreram ali mesmo, no deserto. Deus os acusou de incredulidade e rebeldia (Nm. 20.12 e 24). Sua ironia contra o povo e sua violência contra a rocha foi um ato de carnalidade, própria dos incrédulos, e, além disso, desobedeceram à ordem de apenas falar à rocha. Outro aspecto desse ocorrido é que Moisés e Arão deveriam “santificar a Deus diante dos israelitas”, mas a ira deles não o permitiu (v.12).
Nenhum líder deve agir sob o impulso da ira, porque como diz Tiago, “a ira do homem não produz a justiça de Deus.” (Tg. 1.20). O agir sob o domínio da ira produz insensatez e precipitação. Melhor é seguir o conselho de Paulo: “Quando sentirdes raiva, não pequeis; e não conserveis vossa raiva até o pôr do sol.” (Ef.4.26 – Almeida Século 21).
Pr. Sylvio Macri