Refletindo: Números 1.46
Pouco mais de um ano do início da viagem, foi feito um censo que registrou como 603.550 o número de descendentes adultos de Abraão saídos do Egito para a terra prometida
(Cf. também Números 2:32).
Mais tarde (Números 26.51) foi feito outro censo, que registrou 601.730 de adultos. O decréscimo se explica pelas pragas (cf. 11.21 e 16.49) que dizimaram muitas pessoas.
O grande problema é o número de pessoas que marcharam pelo deserto até à terra prometida. Segundo Êxodo 12.37 foram 600.000 adultos homens, o que pode elevar o montagem de peregrinos a mais de dois milhões.
Este volume de pessoas suscita questões de ordem sobretudo logística muito fortes, para as quais as respostas podem não satisfazer.
A primeira alternativa é aceitar que o modo de contar dos antigos israelitas era o mesmo do nosso. Neste caso, os animais e as provisões trazidos do Egito e depois reproduzidos na caminhada forem suficientes para alimentar a população, juntamente com o maná e as codornizes.
A segunda inclui a ideia que o jeito de contar daqueles tempos é diferente do nosso. Assim, pode ser que a contagem incluía todas as pessoas da tribo, vivas e mortas. Em todo o capítulo de Números e no capítulo 6 de Êxodo, as genealogias são apresentadas "segundo as suas gerações", o que pode sugerir que o censo incluía todos os membros da tribo, inclusive os mortos.
Pode ser também que a referência a "mil" seja no hebraico (eleph) seja, não um número, mas uma palavra para família no sentido de clã. Neste caso, teriam saído do Egito 600 famílias, que poderia dar um número entre oito mil a 20 mil pessoas, que já seria muita gente.
Os números tradicionais (mais de 600 mil adultos) não são, no entanto, absurdos. Em quatro séculos, os 70 israelitas iniciais podem muito bem ter chegado a mais de dois milhões. A logística para a sua sobrevivência estava sob os cuidados da providência divina, diante da qual tudo é possível.