ACHADO NÃO É ROUBADO (?) (Sylvio Macri)

“Se vires extraviado o boi ou a ovelha do teu próximo, não serás omisso em relação a eles; tu os reconduzirás sem falta ao teu próximo. Assim também farás com o jumento, com as roupas e com qualquer outra coisa que teu próximo tiver perdido; não poderás deixá-los de lado.” (Deuteronômio 22.1,3)
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Há alguns anos atrás, um membro da minha igreja contou-me que sua mãe, quando ele ou um dos seus irmãos chegava em casa com qualquer moeda achada na rua, mandava-os voltar e colocar a moeda no mesmo lugar onde a haviam achado. Ele não entendia muito bem essa atitude, pois seu pai morrera cedo e a família passava por grandes dificuldades; assim, qualquer moeda era bem vinda. Além disso, diziam os outros, “achado não é roubado”. Mas sua mãe ensinou-lhe a não dar crédito a essa falsa afirmação; ensinou-lhe que apropriar-se daquilo que alguém perdeu não é correto. Sua mãe era uma cristã exemplar e entendeu bem o ensino bíblico.
 
Na verdade, o mandamento de Moisés foi um pouco mais longe: ele mandou o israelita procurar o dono dos objetos ou animais perdidos. A ordem foi clara, mesmo que o dono residisse longe, ou não fosse conhecido, não poderia haver omissão: “Se teu próximo não morar perto de ti, ou não o conheceres, tu os levarás para a tua casa e ficarão contigo até que ele venha procurá-los; então os devolverás.” (v.2). Evidentemente, as circunstâncias diferem daquela época para a nossa, mas mesmo numa cidade grande há meios de se buscar o dono de um objeto ou animal perdido. Portanto, como ensina a Palavra de Deus, não devemos omitir-nos.
 
O princípio implícito no texto acima é que apropriar-nos de algo que não nos pertence, seja qual for a condição em que isso possa ocorrer, é um ato desonesto, tão desonesto como roubar. Além disso, é um desrespeito ao próximo e uma quebra do décimo mandamento, que determina: “Não cobiçarás a mulher do teu próximo; não desejarás a casa do teu próximo; nem as suas terras, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.” (Deuteronômio 5.21).
 
Pr. Sylvio Macri