“As coisas encobertas pertencem ao Senhor, mas as reveladas pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que obedeçamos as palavras desta lei.” (Deuteronômio 29.29).
Há uns anos atrás fiz uma pesquisa entre os membros da minha igreja para saber sobre que livros da Bíblia eles gostariam que eu pregasse. Como eu esperava, os livros preferidos foram Apocalipse e Daniel. Isso porque há uma curiosidade natural no ser humano a respeito de tudo que parece misterioso. Queremos saber sobre as “coisas encobertas”, tentamos superar nossas contingências de tempo e espaço e entrar na esfera divina, mas Moisés nos previne: “Há coisas que não sabemos, e elas pertencem ao Senhor, nosso Deus.” (NTLH).
Hoje em dia há igrejas evangélicas fundamentadas em “revelações” e “profecias”. Para elas o ensino mais decisivo e mais importante é o que vem por meio dessa prática. Nessas igrejas, os líderes e os demais crentes são valorizados pelo exercício do “dom de revelação” ou de “profecia”, e não pela sua integridade espiritual e moral. O que importa é o carisma, não o caráter. Essas igrejas, não satisfeitas com a Bíblia, não entendem que tudo que o Senhor queria revelar-nos já está na Bíblia; nela temos tudo o que precisamos para crer e obedecer.
Na continuação do texto acima, Moisés explicita melhor o que quer dizer: “Porque este mandamento que hoje te ordeno não te é difícil demais, nem está fora do teu alcance. Não está no céu, para dizeres: Quem subirá ao céu por nós, e o trará, e o anunciará para nós, para que obedeçamos a ele? Nem está do outro lado do mar, para dizeres: Quem atravessará o mar por nós, e o trará, e o anunciará para nós, para que obedeçamos a ele? Sim, a palavra está muito perto de ti, na tua boca e no teu coração, para que a cumpras.” (Dt.30.11-14). Mais claro, impossível.
Então, não é muito mais fácil deixarmo-nos instruir pela Palavra de Deus, crer em seus ensinos e obedecê-los? Ao fazermos isso, temos a garantia dada pelo apóstolo Pedro de não seremos manipulados por ninguém, porque “nenhuma profecia das Escrituras é de interpretação particular. Pois a profecia nunca foi produzida por vontade humana, mas homens falaram da parte de Deus, conduzidos pelo espírito Santo.” (2Pd.1.20.21).
Pr. Sylvio Macri