“Mas os israelitas cometeram uma transgressão no caso do anátema, pois Acã, filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zerá, da tribo de Judá, tomou do anátema; e a ira do Senhor se acendeu contra os israelitas.” (Josué 7.1).
Antes da tomada de Jericó pelos israelitas o Senhor tinha determinado: “A cidade, porém, com tudo que nela houver, será anátema ao Senhor. (….) Guardai-vos do anátema para que não tomeis dele coisa alguma. (….) Pois toda prata, o ouro e os objetos de bronze e de ferro são consagrados ao Senhor; irão para o tesouro do Senhor.” (Js.6.17-19). A palavra anátema é uma tradução do hebraico herem, e aqui tem o sentido de algo que Deus determinou que fosse consagrado a ele, cabendo ao seu povo fazer o que ele ordenou a respeito desse anátema. podendo ser a destruição ou a preservação. No caso de Jericó, tudo, inclusive seus habitantes, deveria ser destruído pelo fogo, com exceção de Raabe e sua família, e dos objetos de ouro, prata, bronze e ferro, os quais iriam para o tesouro do Senhor.
Acã, porém, não levou muito a sério a ordem divina. Por isso, os israelitas foram fragorosamente derrotados na batalha seguinte, contra a cidade de Ai, muito menor que Jericó. Josué reclamou amargamente contra Deus por causa desse fracasso, e o Senhor respondeu-lhe que alguém do povo tinha tomado do anátema, e mandou que ele o reunisse, para que ele, Deus, mostrasse quem cometeu esse pecado. Descoberto, Acã confessou: “Quando vi entre os despojos uma boa capa babilônica, duzentos siclos de prata e uma barra de ouro do peso de cinquenta ciclos, eu os cobicei e os tomei; estão escondidos na terra, no meio minha tenda.” (Js.7.21). Após isso, Acã e toda a sua família foram apedrejados e queimados, juntamente com todos os seus bens, inclusive o anátema.
A distância histórica nos dá uma posição confortável com relação a Acã, mas não nos enganemos: em nossas próprias igrejas hoje em dia, o pecado de Acã é muito mais comum do que pensamos. E, do alto da minha experiência pastoral, posso afirmar que o número dos que o cometem não é pequeno. A ordem do Senhor é insofismável: “Trazei todos os dízimos ao tesouro do templo, para que haja mantimento na minha casa, e provai-me nisto, diz o Senhor dos exércitos, e vede se não abrirei as janelas do céu e não derramarei sobre vós tantas bênçãos, que não conseguireis guardá-las.” (Ml.3.10), mas contam-se às dezenas – ou centenas, conforme o tamanho da igreja- aqueles que retêm e usam o que pertence ao Senhor. Se acontecesse com esses crentes o que aconteceu com Acã, nossas igrejas estariam bem menores.
Pr. Sylvio Macri