Refletindo: Deuteronômio 24.19
Se o pobre tinha direitos e oportunidades (Deuteronômio 23.24-25), o rico tinha oportunidades e deveres. Entre seus deveres, estava a promoção da justiça, uma vez que a terra pertencia a Deus.
A legislação dá os contornos da generosidade, incluindo-a no capítulo da justiça, O povo devia se lembrar que, quando saiu do Egito, onde não era proprietário de terras, foi orientado por Deus para "pegar" dos egípcios o que pudesse (Êxodo 12.36). Naquele caso, a justiça foi feita mediante um artifício por parte dos pobres (os israelitas). Agora, em Israel, devia ser por iniciativa dos ricos.
Assim, o rico devia providenciar que sobrasse algo da colheita ("messe") para que os pobres se alimentassem. Quando caíssem espigas no processo de colheita, não deveriam ser recolhidas, mas deixadas propositalmente no chão para que os pobres (estrangeiros, viúvas e órfãos) as recolhessem e se alimentassem. No caso da coleta de azeitonas e das uvas, a retirada não devia ser feita tirando ("vindimando") tudo, mas deixando deliberadamente algumas para uso do necessitado.
Bom seria que não fosse necessário que houvesse um mandamento deste, mas Deus, que conhece os corações, o oferece e o repete (como em Levítico 19.9-10).