ORANDO NOS SALMOS – 9 (Oswaldo Jacob)

Salmos 15
 
Magnífico Senhor, quem de nós poderá entrar no Teu santuário? Esta foi a pergunta de Davi, rei de Israel. Ele sabia, Senhor, a importância de estar diante do Senhor com o coração, a mente e todo o corpo limpos como era o desejo do apóstolo Paulo ao escrever aos irmãos em Roma: que eles deviam oferecer um culto racional, lógico, coerente ao Senhor a partir de uma inconformação com o mundo e uma conformação com Cristo Jesus (Rm 12.1,2). Davi, na sua consciência judaica, responde com traços de quem pode entrar no santuário: o que vive com integridade, ou seja, aquele que é inteiro, saudável, completo, integral, coerente. Ele vai além: aquele que pratica a justiça, a retidão; que fala a verdade de coração, com o seu interior, suas emoções centradas em Jeová; o que não difama, não calunia, não fofoca com a sua língua e nem aceita injúria contra o próximo. O rei trata, meu Senhor, com muita seriedade como se deve entrar no Teu santuário. Faz-nos lembrar da expressão de Salomão: “guarda o teu pé quando entrares na Casa de Deus” (Ec 5.1,2). 
Então, o adorador ou adoradora que entra no santuário deve desprezar as coisas imundas, honrar o que teme ao Senhor e manter a palavra dada, que não volta atrás, mesmo que amargue prejuízo. Que não empresta o seu dinheiro com usura, com juros, mas ajuda ao necessitado, ao que precisa de socorro, que está na calamidade. Também, Senhor, o verdadeiro adorador não recebe suborno contra o inocente. Ele detesta a desonestidade e a injustiça. O adorador que pratica essas coisas jamais será abalado ou fortemente agitado.  Ele é habilitado pelo Senhor a entrar no Seu templo. Em Cristo Jesus temos acesso ao Santo dos santos pelo novo e vivo caminho que Ele abriu através do véu (Hb 10.19,20).
 
Este salmo, precioso Pai, me faz lembrar que muitos entram nas Casas de Oração, nos santuários, desqualificados moral e espiritualmente, cheios de ressentimentos, amarguras, ódio, rejeição, culpas e impurezas. Não levamos a sério a relevância do santuário onde pessoas entram para cultuar-Te, Senhor. Temos feito uma dicotomia ou uma separação entre o que somos fora do templo e o que somos dentro do templo. Temos nos comportando como os religiosos judeus aos quais o Senhor Jesus chamou de ‘sepulcros caiados’, isto é, bonitos por fora, mas podres por dentro (Mt 23.27) Livra-nos, Jeová, da religião dos escribas e fariseus e que vivamos o evangelho de Cristo que é o poder do Senhor para a salvação de todo o que crê (Rm 1.16).
 
Que oremos como Davi, arrependido, após ser confrontado pelo profeta Natã: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito reto” (Sl 51.10). Que entremos no santuário com um coração quebrantado e contrito. Este coração o Senhor não despreza (Sl 51.17). Que levemos a sério a nossa vida devocional durante a semana e que sejamos conduzidos na pureza, mansidão, humildade e no amor de Cristo Jesus, Senhor nosso, para a Grande Glória do Pai, a quem devemos adorar em espírito e em verdade (João 4.24).