EMOÇÕES, QUE VIVEMOS
1 Samuel 1
Pregada na Igreja Batista Itacuruçá, em 1999
1. INTRODUÇÃO
Muitas pessoas têm dificuldades em revelar suas emoções. Temos até preconceito com os chamados problemas emocionais. Poucas pessoas, por exemplo, admitem que têm problemas de depressão, que é uma doença psíquica séria. (A propósito, para atender um pedido explícito, devemos orar pelos deprimidos da Igreja).
A experiência de Ana, quando sofria por não ter um filho, nos ajuda a compreender as emoções e a natureza da oração.
1. Em nossa vida, podemos passar por experiências de dor, transformadas em lágrimas e provocadas por outras pessoas, como Penina em relação a Ana (v. 5). Há sentimentos bons, como os de Ana, que não desejava o mal a Penina (sua rival), e ruins, como os de Penina (que espezinhava e humilhava Ana, a quem considerava uma pessoa inferior a ela). Como estão os nossos sentimentos? Estamos mais para Ana do que Penina?
2. Nós somos uma unidade. Não devemos represar as emoções, porque elas vão se evaporar pelos dedos. Se Ana não expressasse suas emoções, Eli não teria visto sua fé e a abençoado; de igual modo, sequer saberia que Elcana (que a consolou) a amava.
3. Nossas lágrimas podem decorrer de fatos reais ou imaginados. No caso de Ana, derivava de sentimentos ao mesmo tempo verdadeiros e equivocados. O fato de não poder ter filhos (frustração real) não tinha como conseqüência ser rejeitada pelo marido. Por vezes, como Ana, podemos imaginar que não somos amados e viver fortes emoções a partir de equívocos.
1. As emoções não podem nos controlar. Na hora de uma festa (e as festas judaicas tinham muita comida), embora estivesse triste, Ana comeu (v. 9).
2. As emoções não podem nos paralisar. Ana foi a Siló onde estava a casa de Deus e ele falava ao seu povo (v. 9). O choro (as lágrimas) pode ser uma experiência positiva, desde que nos leve a agir (v. 8)
3. As emoções não podem ser egoístas. Ana quis receber (um filho) para dar (este filho) ao serviço do Senhor (v. 11).
4. As emoções devem nos aproximar de Deus (e não afastar, como é comum), em quem cuja providência e justiça devemos confiar (v. 3).
5. Nossas orações devem feitas com emoção, mesmo que com amargura de alma (v. 10) e aflição (v. 11). Elas devem ser um momento em que derramamos nossas almas perante o Senhor (v. 15), diante do excesso de ansiedade (v. 16) que nos alcança. Devemos evitar orações protocolares. Nossas orações devem ser orações do coração.
Há pessoas incapazes de expressar a emoção da alegria, conquanto sejam generosas na emoção do choro.
Aprendemos, com Ana e na Bíblia, que a alegria é a força do crente.