“Naquele dia ofereceram grandes sacrifícios e se alegraram, pois Deus lhes dera motivo de grande alegria. As mulheres e as crianças também se alegraram, e o júbilo de Jerusalém se podia ouvir de longe.” (Neemias 12.43).
Na cerimônia de dedicação dos muros reconstruídos de Jerusalém, Neemias mais uma vez demonstrou ser um grande administrador, dessa vez provando ser capaz de organizar um grande evento festivo, no qual percebemos também sua criatividade. Ele convocou todos os levitas cantores, da capital e das outras cidades, os sacerdotes e os demais levitas, os líderes do povo e os que tocavam instrumentos musicais, formando uma multidão que foi dividida em dois grandes grupos.
Uma metade foi caminhando sobre o muro para a direita, com metade do coral do templo à frente, junto com metade dos instrumentistas. Outra metade foi caminhando sobre o muro para esquerda, liderados pela outra metade do coral e dos instrumentistas. Enquanto caminhavam, louvavam e glorificavam a Deus. A organização da duas procissões foi tal que ambas se encontraram no mesmo ponto, exatamente nos átrios do templo, onde o grande coral assumiu o lugar que lhe era designado nas grandes celebrações.
Podemos imaginar a beleza desse evento, a impressão que causou e a alegria que fez brotar no coração do povo. Ainda mais porque, apesar da sua magnitude, não era somente um grandioso espetáculo, como se vê em tantos “shows evangélicos” hoje em dia. Neemias e seu povo tinham de fato o que comemorar e o fizeram de todo coração. Uma grande cidade, das mais antigas do mundo, a cidade sagrada do povo de Deus, tinha sido levantada das ruínas em apenas cinquenta e dois dias.
Mas quando usamos a palavra apoteose para qualificar esse evento, quisemos trazer à tona o seu significado original. Apoteose, um termo um tanto mal utilizado hoje em dia, é uma palavra grega que significa literalmente “deificação” ou “divinização”. Na antiguidade referia-se a uma cerimônia de elevação dos reis e heróis à divindade. Mas no evento promovido por Neemias temos a verdadeira apoteose: a glorificação e exaltação do único Deus verdadeiro, o Eu Sou, que levou os judeus de volta à sua terra e lhes deu essa grande vitória.
“Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus, sejam honra e glória para todo o sempre. Amém.” (1Tm.1.17).
Pr. Sylvio Macri