BOM DIA: A ARTE DE DIVERGIR

Diante de uma ideia diferente da nossa, como reagimos?
Eis o que, por vezes, fazemos:
1. Ignoramos o outro, indiferente ao que ele diz.
2. Dialogamos com outro, pedindo-lhe que revise o seu pensamento.
3. Classificamos o outro, tachando-o de incompetente ou ignorante, desinformado ou limitado.
4. Consideramos o outro como inconveniente e o evitamos, apagando-o de nossos círculos.
5. Refletimos sobre o que o outro disse, com coragem de mudar, se for o caso.
Para estas alternativas, só devia haver uma correta, que é refletir sobre o que escutamos.
No entanto, não é o que vemos, sobretudo na era da comunicação total, que é a nossa época, com tantos meios, alguns com conversas em tempo real. Quem lê uma nota postada eletronicamente precisa ser saúde firme para ler os comentários feitos pouco abaixo. A violência ali posta é, por vezes, assustadora.
Quando a nossa ideia chega ao outro, como queremos que ela seja recebida? Certamente, desejamos que o outro reflita sobre o que dissemos. 
É assim que devemos proceder também quando somos os ouvintes.
Então, eis como pode ser nosso caminho:
1. Sempre temos o que aprender com o outro. Por isto, devemos ouvir ou ler com atenção as vozes que nos chegam, seja oralmente ou por escrito.
2. Se concordamos, devemos anotar e, se for o caso, agradecer o conteúdo que agregamos ao nosso conhecimento.
3. Se não concordamos, devemos refletir sobre a fala do outro. Devemos lhe dar a oportunidade de nos convencer. Se ainda assim mantemos a discordância, devemos nos manifestar com o objetivo de enriquecer a vida do outro, nunca para desanimá-lo.
Nós ficamos menores quando o outro é humilhado. Nós crescemos quando o outro se fortalece. Dialogar respeitosamente é a arte de crescer juntos.
 
ISRAEL BELO DE AZEVEDO