Quando chegou a Betânia, todos sabiam para a casa de quem iria.
Acompanhado por seus discípulos, ele entrou na casa dos amigos. É claro que a notícia se espalhou. Até em Jerusalém, uns três quilômetros dali, se soube, mas ele não se importou.
Ele não se importava com a fama. Sabia-a passageira. Ele não dava importância a opiniões a seu respeito, porque elas mudavam em questão de momentos.
Então, Jesus entrou na casa de Lázaro, Marta e Maria.
Cada um deles, ao seu modo, manifestou seu prazer de receber o grande amigo. Antes, tinham ouvido o Mestre pregar em vários lugares. Tinham entendido que era o Messias do mundo. Tratavam-no como o Senhor das suas vidas. Eram felizes desde quando seus corações descansaram nele.
Agora, o Salvador estava em sua casa.
Estavam as duas. Lázaro não se encontrava.
A atenção as dividiu.
Marta estava ocupada e continuou ocupada, cuidando da casa. Ela permaneceu andando para lá e para cá.
Maria estava ocupada e continuou ocupada, ouvindo Jesus falar. Ela parou. Jesus lhe elogiou, dizendo que escolhera melhor.
Ela se juntou aos demais discípulos. Estavam todos esparramados, quase deitados (como era o modo de estar naquela época) sobre almofadas, de lado ou de frente para os pés de Jesus, cuja voz se ouvia. Eram histórias sobre o amor do Pai. Eram ensinos para os tempos de saúde e de enfermidade, de paz e de conflito. Eram convite para vidas plenas.
Quem somos nesta história?
Marta somos nós quando, tão envolvidos com nossas necessárias atividades, não nos assentamos aos pés de Jesus.
Maria somos nós quando quando reconhecemos que precisamos ouvir Jesus nos falar.
Quando o ouvimos, fazemos melhor o nosso trabalho.
Quando o escutamos, recebemos força para continuar.
Quando lhe damos atenção, vemos o que precisa ser mudado em nós e revisamos nossas vidas, sublinhamos nossas virtudes e marcamos nossas fraquezas. Quando deixamos que as as palavras de Jesus nos cheguem ao coração, elas fluem de nós.
Quando permitimos, Jesus nos pastoreia.
Jesus não pôde pastorear Marta.
Ser pastoreado por Jesus é a coisa necessária.
Pastoreados, podemos fazer melhor o nosso trabalho, inclusive na igreja.
Pastoreados, podemos ser pessoas melhores.
Queremos ser Maria?