ACADEMIA DA ALMA 8 — VALORIZE AS PESSOAS (9/10)

ACADEMIA DA ALMA 8

A vida em 10 atitudes, 9

VALORIZE AS PESSOAS

 

“Não dirás falso testemunho contra o teu próximo".

(Êxodo 20.16 — NVI)

 

PARA MEMORIZAR

"Quem de vocês quer amar a vida

e deseja ver dias felizes?

Guarde a sua língua do mal

e os seus lábios da falsidade".

(Salmo 34.12-13)

 

PARA PENSAR

"O ladrão prostitui, com o roubo, as suas mãos. O mentiroso, com a mentira, a própria boca, a sua palavra e a sua consciência.

Os antigos enxergavam no mentiroso o mais vil dos tarados morais".

(Rui Barbosa)

 

PARA VIGIAR

Do outro, o que o promover falarei.

Se o rebaixar, eu me calarei.

De dele algo concretamente souber,

somente a ele direi e ainda se convier.

 

PARA ALCANÇAR

Como amo a vida e desejo dias felizes, para mim e para os outros, guardarei a minha língua do mal e os meus lábios da falsidade (cf. Salmo 34.12-13)

 

 

Podemos entender os mandamentos sétimo ("Não adulterarás"), oitavo ("Não furtarás"), nono ("Não dirás falso testemunho") e décimo ("Não cobiçarás") como sendo desdobramentos do sexto ("Não matarás"), porque adulterar, furtar, dizer falso testemunho e cobiçar são formas de matar.

Dar um falso testemunha sobre ou contra alguém émentir. Nosso mundo estáassentado sobre a mentira. Épor isto que Jesus disse que o mundo jaz no maligno, a quem ele chama de "pai da mentira".

Dos Dez Mandamentos, o nono éo mais relativizado. Segundo dados levantados nos EUA, 99% das pessoas admitem que não dizem sempre a verdade. Desses, 20% confessam que não conseguem passar um dia sequer sem contar uma mentira. [1]  Infelizmente, "a fofoca se difunde tanto e étão comum que a maioria de nós mal percebe o grau em que ela existe em nossa sociedade". [2]

 

1

O MUNDO DA MENTIRA

 

A mentira éfilha da liberdade.

Somos pessoas livres, livres para pensar e livres para falar. Então, dizemos: "eu tenho direito de falar o que eu penso".

Somos partes de comunidades, organizações e empresas que gozam de liberdade para se agir. Então, os meios de comunicação contam histórias que podem não ser reais sobre pessoas reais, e nós as lemos, e empresas anunciam qualidades inexistentes em produtos que nós compramos.

O problema, na verdade, começa quando, por causa do pecado, nossa individualidade cede ao individualismo e passamos achar que o que ébom para nós ébom para os outros. Então, não nos preocupamos com o dano que nossas palavras podem produzir nas vidas dos outros.

A dificuldade continua quando usamos nossa liberdade de expressão para destruir reputações. Então, sem conferir, espalhamos informações sobre pessoas, informações que não podemos recolher.

A confusão aumenta quando valorizamos os nossos direitos acima de nossos deveres. Então, reivindicamos que nossa privacidade seja preservada, mas invadimos a do noutro. [3]

Se usamos bem a nossa liberdade, não ferimos o nono mandamento. Somos livres para falar a verdade. Somos livres para mentir.

De que mentira nos fala o nono mandamento?

Rigorosamente, o mandamento nos remete a um tribunal, onde se espera que a testemunha conte a verdade sobre o que viu. O objetivo éque haja um julgamento justo, de modo que o inocente fique livre e o culpado pague pelo que cometeu. Um julgamento justo depende de testemunhas dignas.

Ampliamos o sentido do falso testemunho quando o tomamos também como o gesto, com ou sem palavras, que traz prejuízo ao outro.

Podemos mentir ao outro e podemos mentir sobre o outro. Podemos mentir a nós mesmos.

 

1. Mentindo ao outro

A mentira mina a confiança e torna impossível o relacionamento sadio.

Hámuitas formas de mentir ao outro.

Vejamos algumas:

 

1. Mentimos ao outro quando lhe dizemos algo que não éverdade.Nós o sabemos, mas seguimos com nosso discurso para alcançar alguma finalidade que nos beneficia. Mentimos para convencer. Mentimos para vender um produto ruim ou caro. Mentimos para trapacear. Mentimos para justificar uma falta no emprego, inventando uma história. Mentimos para conseguir um emprego, apresentando um documento falso ou preparando um currículo cheio de inverdades. Uma pesquisa feita com 1000 pessoas nos Estados Unidos, um terço considerou correto alegar uma doença para faltar ao trabalho; um terço não viu nada demais em mentir sobre a própria idade. [4]

Sabemos que a mentira tem pernas curtas, mas somos seduzidos pelo eventual benefício, esquecidos que "suave éao homem o pão ganho por fraude,mas, depois, a sua boca se encheráde pedrinhas de areia" (Provérbios 20,17).

 

2. Mentimos ao outro quando lhe omitimos uma informaçãocujo desconhecimento lhe gera prejuízo. Somos tentados a omitir informações que tragam dano (como a notícia de uma enfermidade de prognóstico letal), mas devemos ser muito cuidadosos nesta decisão, que deve deve durar atépodermos dizer a verdade.

Háalgum tempo estive com um amigo, muito próximo, que estava terminal no seu câncer e o sabia. Num momento de delírio, no entanto, ele me disse que tinha certeza que seria curado. Eu o abracei. Não tinha o direito lhe contradizer. Desmenti-lo lhe traria dano e, pior ainda, eu não sabia que o seu desejo não se confirmaria. Seu fim era previsível, mas quem pode ter certeza. Respeitei a sua dor. Mesmo respeitando a dor do outro, devemos ser cuidadosos para não falar o que não acreditamos.

 

3. Mentimos ao outro quando o rebaixamos com nossas palavras, por exemplo, com grosserias, porque o que lhe dissemos negou os seus valores, salientou suas falhas e ignorou suas qualidades. Dizer que uma pessoa não presta émentira. Ela tem valores, que não podem ser ignorados, sob pena de mentirmos.

 

4. Mentimos ao outro quando o desclassificamos numa discussão, porque a verdade não aparece. Por vezes, quem concorda conosco éinteligente. No calor da hora, quem discorda de nós éalvo de impropérios que desclassificam a pessoa, passando longe da verdade sobre ela e sobre as coisas que diz. Podemos defender nossas ideias, sem desclassificar os que se opõem a elas.

 

5. Mentimos ao outro quando lhe dirigimos um elogio falso, seja com boa intenção ou com propósito ruim (o que lhe leva a acreditar numa mentira a seu respeito). Quando exageramos, acrescentamos mentira àverdade. Devemos elogiar e sempre háqualidades reais a serem exalçadas no outro. Afinal, se "a língua mentirosaodeia aqueles a quem fere", "a boca lisonjeira provoca a ruína" (Provérbios 26.28).

 

6. Mentimos ao outro quando contamos mentiras ditas brancas, que são aquelas que não trazem aparente prejuízo. Acontece, por exemplo, quando alegamos uma dor de cabeça para não fazer algo que não queremos fazer, mas não estamos com alguma. Vem a tona quando, estando, mandamos dizer que não estamos, para alguém que nos procura pessoalmente ou por telefone. Ocorre ainda quando agradecemos um presente que detestamos ou elogiamos uma comida da qual não gostamos. Mostra-se quando dizemos que estamos sem dinheiro para não dar uma esmola ou fazer um empréstimo ou inventamos uma desculpa falsa para não fiar o aluguel de alguém. Talvez este tipo de mentira não cause dano, mas éimoral porque édito para nos beneficiar em algo, mesmo que discretamente. O problema éque essas falsidades são percebidas como tais e quem as conta acaba perdendo sua credibilidade. Além disso, elas criam barreiras entre quem as conta e quem évítima delas. [5]

Consideremos que "aquele que mente sobre pequenas coisas mentirátambém sobre as grandes". (Terry McAuliffe)

 

7. Mentimos ao outro quando manipulamos seus sentimentos.

Para alcançar nossos objetivos, manipulamos as pessoas e seus sentimentos. Dizemos palavras que a animem, mas nosso objetivo éobter algo. Elogiamos, mas não somos sinceros, porque nossa intenção éobter o favor de quem enaltecemos.

Através de atitudes e palavras, levamos as pessoas a trabalhar para nós, mas fazemos com que creiam que trabalham para elas mesmas.

Quando manipulamos o outro, defraudamos.

 

2. Mentindo sobre o outro

Mentir ao outro demanda algum tipo de coragem ou cinismo, mas mentir sobre o outro égesto de cinismo e covardia.

Quando geralmente pensamos nossas vidas, mentimos para vencer. Ao mentir, ampliamos o ditado de Ésquilo, que disse que numa guerra a primeira vítima éa mentira. Na campanha eleitoral, por exemplo, a verdade émassacrada.

Hávárias formas pelas quais mentimos sobre o outro.

 

1. Mentimos sobre o outro quando espalhamos rumores a seu respeito.

Uma reputação se faz com atos; uma reputação se destrói com boatos. Espalhar rumores écomo matar, porque a vida de uma pessoa éa sua credibilidade. Como aprendemos com os sábios da Bíblia, "ohomem perverso provoca dissensão, e o que espalha boatos afasta bons amigos" (Provérbios 16.28).

 

2. Mentimos sobre o outro quando passamos adiante qualquer informação, mesmo neutra, sem conferir a sua veracidade.

Eu estava falando a um grupo de pessoas e comentei:

— Para o movimento homossexual, a Bíblia estásuperada.

Quando terminei de falar, uma pessoa pediu a palavra e me perguntou se eu achava que a Bíblia estava com seu prazo de validade vencido quanto àquestão homossexual. Repeti o que dissera.

Então, fiquei sabendo que, imediatamente após a minha frase, um participante postou o seguinte comentário numa rede social:

— Israel acaba de dizer que a Bíblia estásuperada na questão homossexual.

Como foi tudo muito rápido, o emissor da nota pôde postar que eu não dissera o que ele informou que eu dissera.

No entanto, nem sempre dátempo de reparar o dano. Precisamos conferir antes de espalhar.

 

3. Mentimos sobre o outro quando passamos adiante uma informação de segunda ou terceira mão sem o consentimento prévio de quem ouve e de quem se fala.

O comentário pode ser verdadeiro, parcialmente verdadeiro ou completamente falso. Pode ser motivado por boas intenções, mas contém sempre uma informação pessoal que deixa o outro em dificuldade. [6]

 

4. Mentimos sobre o outro quando deixamos no ar uma suspeita sobre ele.

 

5. Mentimos sobre o outro quando o caluniamos, inventando informações parcial ou completamente falsa a seu respeito.

A calúnia étambém uma forma de homicídio. Ela éfilha inveja; por não lidar com o sucesso do outro, o invejoso busca eliminá-lo inventando uma mentira sobre ele. A calúnia pode ser uma forma de vingança contra alguém que fez o mal; não podendo ele ser combatido com a verdade, tenta-se destruí-lo com a mentira. A calúnia pode ser simplesmente uma companheira da humana tendência de fazer o mal.

O preconceito, seja qual o sujeito atacado, éuma das piores formas de calúnia, porque se generaliza. Na verdade, ela começa generalizando e fere no particular.

 

6. Mentimos sobre o outro quando quebramos nossos compromissos firmados com ele.

Uma das formas de mentir équebrar compromissos assumidos. Um compromisso rompido éespecialmente deletério quando a pessoa que o fez não tinha a intenção de o cumprir quando o formulou. Compromissos quebrados podem levar a vidas quebradas, porque a vítima desta quebra perde a confiança e a esperança. Pensemos na noiva ou na esposa que ouviu uma promessa que équebrada pela mentira, a pior delas sendo a infidelidade? [7]

 

7. Mentimos sobre o outro quando plagiamos uma ideia ou uma obra.

O plágio éforma de furtar e mentir. Podemos copiar trechos de livros ou de artigos. O famoso "corta e cola" sem os devidos créditos éinimigo da ciência e da moralidade. Na verdade, o plágio éuma mentira que alcança três direção. Quando plagiamos, mentimos a nós mesmos, mostrando uma competência que não temos. Quando plagiamos, mentimos ao outro, levando-a crer que fizemos o que não fizemos. Quando plagiamos, mentimos sobre nós, apresentando-nos como não somos.

 

3. Mentindo a nós mesmos.

As principais vítimas de nossas mentiras somos nós mesmos. [8]

 

1. Mentimos a nós mesmos quando dizemos a nós mesmos que não somos pessoas capazes, como se não tivéssemos valor.

Nunca inventamos este tipo de mentira. Nós as ouvimos e acreditamos nelas. A partir passamos a repeti-las como verdades, verdades que nos impedem de viver de modo digno.

 

2. Mentimos a nós mesmos quando dizemos a nós mesmos que nos apresentamos como melhores do que somos. Não somos perfeitos. No sentido bíblico, estamos a caminho da perfeição, meta necessário para agora, mas inatingível agora.

Nossa fraqueza, por vezes, édemonstrada em gritos de força, por meio de gestos arrogantes e palavras ameaçadores. A verdade por trás da máscara de força éa fraqueza.

 

3. Mentimos a nós mesmos quando afirmamos que nossos defeitos não podem ser corrigidos. Trata-se de uma desculpa para não nos pormos no itinerário da mudança.

Dizemos que nascemos assim e vamos morrer assim. Éprovável, mas não énecessário que morramos assim. Dói mudar, mas dói muito mais não mudar. Quando nos dispomos a mudar o que precisa ser mudado, podemos ter cortada parte de nossa carne, mas salvamos o corpo inteiro.

 

4.  Mentimos a nós mesmos quando damos desculpas falsas para nossas atitudes.

Como temos dificuldade em conviver com nossos fracassos, arrumamos desculpas para eles, em lugar de os assumir como partes de nós, mesmo que indesejáveis.

Temos um vício e dizemos a nós mesmos que vamos deixá-lo na hora em que quisermos.

Somos grosseiros, mas dizemos que somos suaves.

Somos egoístas, mas acreditamos que somos generosos.

Erramos e dizemos a nós mesmos que a culpa éde outra pessoa.

Atribuímos nossos defeitos aos nossos antepassados, como se a nossa vida hoje não  nos pertencesse.

 

5. Mentimos a nós mesmo quando nos omitimos.

Dizemos a nós mesmos que a injustiça cometida contra os outros não nos diz respeito. Diante da crueldade assacada contra terceiros, nós nos calamos, achando que não énossa tarefa levantar as mãos.

Por isto, "as mentiras mais cruéis geralmente são ditas com silêncio". (Adlai Stevenson)

 

6. Mentimos a nós mesmos quando ouvimos a voz do medo.

Quando temos medo, acreditamos numa mentira. O medo écontra a nossa razão. Temos medo do escuro, mas sabemos que não existe fantasma. Temos medo de viajar de avião, embora nossa razão diga que éum meio seguro. Temos medo de passear pela multidão, mesmo sabendo que ela nos ignora. Temos medo do futuro, embora sóo presente possa nos atacar.

 

7. Mentimos a nós mesmos, quando a compulsão por mentir nos domina.

Em alguns casos, podemos nos tornar mentirosos compulsivos.

A mentira compulsiva égeralmente causada por uma autoestima baixa ou por uma necessidade atenção. Na verdade, o mentiroso compulsivo percebe seu problema, mas não consegue parar. Ele tende a contar suas mentiras mesmo quando falar a verdade émais fácil e melhor.  [9]

 

Muitas mentiras são tridimensionais. Ao mesmo tempo, mentimos aos outros, sobre os outros e a nós mesmos. Éo caso do preconceito. Quando proferimos estereótipos, mentimos para nós mesmos que o que dizemos sobre alguém éverdade; somos capaz de maltratar e matar por causa do preconceito. Quando caímos na vala de generalizar sobre os outros, mentimos sobre os outros, sem lhes dar a oportunidade de nos desmentir, jáque mantemos distância deles, a fim de manter a nossa imaginária superioridade. Quando o preconceito nos domina, mentimos ao outro, quando temos a oportunidade, xingando-o, humilhando-o, rebaixando-o.

 

2

ROTEIRO DO BEM DIZER

 

Na linguagem poética dos Provérbios, de sete coisas abomináveis três têm a ver com o nono mandamento:

 

"Háseis coisas que o Senhor odeia,

sete coisas que ele detesta:

olhos altivos, língua mentirosa,

mãos que derramam sangue inocente,

coração que traça planos perversos,

pés que se apressam para fazer o mal,

a testemunha falsa que espalha mentiras

e aquele que provoca discórdiaentre irmãos".

(Provérbios 6.16-19)

 

Lembre-se que "as palavras têm consequências. Se vocêas usa para ferir as pessoas, as vítimas encontrarão uma maneira de ferir você". [10]

Avalie suas palavras. Elas pesam.

Na caminhada da verdade, estimula-nos saber que "oSenhor odeia os lábios mentirosos,mas se deleita com os que falam a verdade" (Provérbios 12.22).

Diante o perigo da mentira, a obediência ao nono mandamento deve nos desafiar:

 

1. Confira o que vocêpensa das pessoas.

Cuide preventivamente de suas atitudes, para que não lhe levem a produzir testemunhos falsos contra os outros ou sobre os outros. Assim, evite:

. suspeitar dos outros, pensando o pior sobre eles;

. estar amargo para com os outros;

. ter raiva, inveja ou ciúme dos outros;

. recusar amizade a quem se arrependeu;

. insistir nos erros passados dos outros;

. basear juízos sobre os outros em percepções que não foram conferidas;

. julgar os outros por atitude que vocêmesmo comete

. desejar ser o Espírito Santo para os outros

. usar os outros como bodes expiatórios

. derrubar os outros para que pareça melhor do que ele. [11]

A conclusãoéque quanto mais vocêse importa com alguma coisa, mais atenção presta e quanto mais atenção presta, mais vocêse importa. A atenção estáentrelaçada com o amor. [12]

Bem dizer sobre o outro começa com o bem pensar sobre o outro.

 

2. Fale a verdade para vocêmesmo.

Em "Os Irmãos Karamazov", um dos personagens de Dostoyevsky diz: "Acima de tudo, não minta a vocêmesmo. O homem que mente a si mesmo e ouve a sua própria mentira acaba por não mais perceber a verdade dentro dele ou ao seu redor, perdendo assim todo o respeito por si mesmo e pelos outros. Quem perde o respeito por si mesmo para de amar".

Devemos saber que "quando começamos a ser honestos conosco mesmo, nós nos sentimos desconfortáveis. Somos confrontados com uma escolha — mudar ou não mudar. Quanto mais honesto somos conosco mesmo, mais responsáveis somos por nossas escolhas". [13]

 

3. Julgue, depois de se julgar a si mesmo.

Podemos e devemos denunciar o erro dos outros, prevenir o crime e tornar melhor a comunidade em que vivemos. Podemos e vemos fazer uma denúncia anônima, por exemplo, se tivermos certeza da informação a ser prestada e se visamos o bem comum, mesmo contra um indivíduo. As denúncias de comportamentos indevidos devem ser feitos por meio dos canais próprios para isto.

Neste caso, precisamos entender bem o sentido da frase de Jesus sobre o julgamento dos outros. Ele disse:

 

“Não julguem, e vocês não serão julgados. Não condenem, e não serão condenados. Perdoem, e serão perdoados. Dêem, e lhes serádado: uma boa medida, calcada, sacudida e transbordante serádada a vocês. Pois a medida que usarem também seráusada para medir vocês”(Lucas 6.37-38 NVI)

 

O psiquiatra Scott Peck escreveu "não podemos viver vida decentes sem emitir julgamentos em geral e julgamentos morais em particular". Na verdade, "passamos o dia tomando decisões que são julgamentos, e a maioria deles tem implicações morais. Não podemos nos abster de julgar". A frase de Jesus éusada fora do contexto. Quando lemos o que vem a seguir, aprendemos que "devemos nos julgar antes de julgar os outros". Assim, reconhecendo a malignidade humana, Jesus nos instrui a que nos purifiquemos antes de emitir juízos sobre os outros. [14]

Além disso, nosso julgamento deve ter a finalidade de curar. Se julgamos para aumentar a nossa autoestima ou o nosso orgulho, nosso propósito émaligno. [15]Se realmente for para o bem do outro, podemos julgá-lo, sem desobedecer ao nono mandamento. Todo cuidado énecessário, para não nos enganarmos a nós mesmos quanto ànossa verdadeira intenção.

Julgar ébem diferente do que falar mal. Falar mal éjulgar do modo que Jesus condena, sem uma autoavaliação sobre os verdadeiros propósitos da fala. "Quem fala contra o seu irmão ou julga o seu irmão", com propósitos ruins, "fala contra a Lei [de Deus] e a julga. Quando vocêjulga a Lei, não a estácumprindo, mas estáse colocando como juiz" (Tiago 4.11).

 

4. Trabalhe com informações de primeira mão.

Duvide, atétodas as provas em contrário, do que lhe dizem sobre alguém.

Pelo sim, pelo não, não acredite na fofoca. Dêao acusado o benefício da dúvida.

Um bom padrão ésempre avaliar as pessoas pelas primeiras experiências de primeira mão que temos com elas, não com base em alguma coisa que nos contaram, "pela óbvia razão de que uma informação de segunda mão pode ser simplesmente falsa e indevida. [16]

Em 1752, um grupo de pessoas conhecidas como metodistas, lideradas por John Wesley, elaborou um pacto que ainda podemos perseguir como alvos:

 

1. Não ouviremos, nem procuraremos saber deinformações ruinsa respeito uns dos outros.

2. Seouvirmos algum mal sobre um de nós, não acreditaremos.

3. Tão logo sejapossível, comunicaremos,oralmente ou por escritoàparte acusada aquilo que ouvimos.

4. Enquanto não tivermos feito isso, não comunicaremos a qualquer outra pessoa uma sósílaba do que ouvimos.

5. Depois de termos feito isto, não mais o mencionaremosa nenhuma outra pessoa.

6. Não faremos exceção a nenhuma destas regras, a não ser que nos julguemos absolutamente obrigados, e assim mesmo sóem público.

 

Quando ouvimos uma fofoca, devemos levar em conta as seguintes perguntas: "Eu gostaria que alguém falasse sobre mim desse jeito? Como minha família se sentiria nesta situação".

 

5. Seja suave, a começar com você.

Falar mal dos outros éuma forma de crueldade para conosco mesmos. O psiquiatria Gerald May nos adverte com contundência:

"Em toda a minha experiência como psiquiatra e ser humano, a mais profunda e insidiosa patologia que constatei éa inacreditável dureza com que nos tratamos uns aos outros. Não sei de onde originalmente procede, mas sei que estáno início de muitos de nossos problemas. Arrancamo-nos de um lado para o outro, desqualificamo-nos e nos empurramos e confinamos de maneiras que jamais empregaríamos para sujeitar qualquer animal. Somos sujeitos consentidos de nossos próprios maus tratos". [17]

May estácerto de uma coisa: "Quanto mais cruéis somos contra nós mesmos, mais provável e ser maldoso com outros". Por isto, sugere que "se queremos levar uma vida com mais amor, épreciso indiscutivelmente sermos muito mais delicados com nós mesmos". [18]

 

6. Seja elegante quando discordar.

As palavras têm temperatura.

Às vezes, estão com febre.

Como as ideias circulam, nós as escutamos. Ouvindo-as, guardamos umas como nossas e desouvimos outras como distantes daquilo que sentimos.

Quando as ideias circulam, aplaudimos umas, como se as tivéssemos pensado, e discordamos de outras, que julgamos impróprias, impertinentes, inadequadas, infelizes, injuriosas.

Diante das ideias que não aprovamos, éque a febre pode vir, revelando a nossa enfermidade.

Em lugar de apenas apor nosso selo de rejeição, nós partimos para o debate, o que émuito salutar. Ideias devem ser partilhadas e compartilhadas, ideias devem ser debatidas e combatidas. O processo se aplica às nossas ideias e às ideias dos outros.

Diante das ideias dos outros, devemos argumentar, como aceitamos que façam quando esposamos as nossas perspectivas.

Não precisamos atacar o emissor das ideias com as quais não concordamos. Por mais absurdo que nos soe o que alguém nos diz, devemos combater o que foi dito, não quem o disse. As ideias merecem adjetivos, não os seus autores. Quando nos exaltamos e ofendemos aquele que se posta no campo oposto ao nosso, perdemos a razão que imaginamos ter.

E se o outro lado se expressa com violência, lembremos que nós nos tornamos iguais a quem combatemos se, por exemplo, apelamos para o xingamento.

No debate, nunca devemos deixar de lado o respeito pelo outro, mesmo quando profira palavras que nos pareçam absurdas.

No debate, sempre devemos tratar o outro como gostaríamos de de ser tratados, mesmo quando estamos errados.

No debate, devemos também considerar que podemos trocar de lado, defendendo ideias hoje que ontem repudiávamos.

Desclassificar o outro nos desclassifica.

A razão não precisa ser gritada.

A verdade não precisa de palavrão.

Quando debatemos, precisamos prestar atenção no termômetro das nossas palavras.

Alguém dirá:

— Eu sófalo a verdade.

A pergunta será:

— Com que intenção?

Como escreveu o poeta William Blake, "a verdade que édita com máintenção supera todas as mentiras que se possa inventar".

 

7. Evite reproduzir generalizações sobre pessoas ou grupos.

Émuito difícil alcançar todos os prejuízos dos preconceitos.

O nono Mandamento nos desafia a refrear aqueles que espalham rumores ou preconceitos contra pessoas, que correm o risco de ser maltratadas, [19]ao ponto da morte, por outras.

Paremos com frases do tipo "os chineses são…", "os muçulmanos são…", "os pastores são…", "os adolescentes…". Em todos os grupos humanos, hápessoas cuja história demonstram que são confiáveis e outras que não são. O resto épreconceito. O preconceito ésempre uma mentira.

Precisamos questionar os estereótipos e os que estereotipam.

Lembremos como nos sentimos quando fomos as vítimas.

  

8. Radicalize: ponha fogo na informação que mancha a honra do outro.

Temos que radicalizar contra os malditos a nós sobre os outros.

Enterre as informações sobre outras pessoas que chegaram ao seu conhecimento.

A.W. Tozer nos convida a radicalizar:

 

"Nunca passe adiante algo sobre alguém que possa feri-lo. 'O amor cobre uma multidão de pecados' (1Pedro 4.8). O mexeriqueiro não recebe o favor de Deus. Se vocêtem uma informaçãoque vai mancharou prejudicar a reputação de um dos filhos de Deus, enterre-apara sempre. Procureum pequeno jardim nos fundosdo quintale quando alguém lhe trouxer uma história ruim, pegue-a e a enterre, com as seguintes palavras: 'Aqui jaz em paz uma história sobremeu irmão'". [20]

Em outras palavras, trate as coisas que lhe foram ditas como um segredo que lhe éconfiado. [21]

Assim, "se numa conversa com uma pessoa, ela começa a proferir palavras que colocam outra em maus lençóis, temos o dever de interromper sua fala e exortá-la a falar diretamente com a pessoa que estácriticando. Se um e-mail contendo maledicência nos éenviada, devemos descartar o conteúdo e pedir ao remetente para estar com aquele contra quem estáfalando. Em todas as circunstâncias, não devemos participar da fofoca; antes, devemos confrontar aqueles que a espalham". [22]

Deixe claro que vocênão aprecia fofoca. [23]

 

A razão éque o melhor patrimônio de uma pessoa éo seu nome.

Em Otelo, de Shakespeare, Iago diz:

 

"Um nome imaculado(…), para a mulher e o homem éa melhor jóia da alma. Quem da bolsa me priva, rouba-me uma ninharia; équalquer coisa, nada; pertenceu-me, édele, escravo foi de mil pessoas. Mas quem do nome honrado me espolia, me priva de algo que não o enriquece, mas me deixa paupérrimo". [24]

 

Épor isto que a Bíblia nos adverte:

 

"As palavras do caluniadorsão como petiscos deliciosos;

descem atéo íntimo do homem" (Provérbios 26.22; cf. Provérbios 18.18).

 

"Quem esconde o ódio tem lábios mentirosos,

e quem espalha calúnia étolo".

(Provérbios 10.18)

 

9. Sódiga do outro o que pode falar ao outro.

Em nossas conversas, ouvimos muitas coisas acerca de outras pessoas. Umas são coisas boas. Outras são coisas ruins. Quando as coisas são boas, nossos corações vibram. Quando as coisas são ruins, nossos peitos apertam. Nesses casos, além de ficarmos preocupados, háalgo que devemos fazer: conferir as informações.

Jesus deixou uma instrução que nos orienta nesta direção: "Se teu irmão pecar, vai e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, terás ganho teu irmão; mas se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda palavra seja confirmada. Se recusar ouvi-los, dize-o àigreja; e, se também recusar ouvir a igreja, considera-o como gentio e publicano" (Mateus 18.15).

A primeira pessoa a saber que temos algo, próprio ou de ouvir dizer, contra ela deve serela mesma. Antes de espalhar aquilo que ouvimos, devemos ir a ela e perguntar se aquilo que ouviu a seu respeito éverdadeiro.

Vamos supor que este cuidado não seja tomado. O que vai acontecer? Quando nós formos conferir e ficarmos sabendo que as informações não têm fundamento, nada mais poderemos fazer para reparar o mal que fizemos. Jálevamos nosso saco de penas para o monte e as lançamos láde cima. Por mais que tentemos, não conseguiremos mais pegá-las todas. Tenhamos com os nossos irmãos o cuidado que gostaríamos que tivessem conosco.

Antes, de espalharmos algo acerca do próximo, façamos todo o empenho para procurá-lo. Se o que sabemos éfalso, ficamos com os nossos corações aliviados. Se éverdadeiro, devemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para ajudar em sua restauração.

 

10. Fortaleça a vida na comunidade.

Na busca da edificação mútua, devemos ter firme em nossas mentes que os nossos lábios desempenham um papel muito importante". Não devemos difamar a ninguém (Tito 3.2). Por isto, "nossas palavras devem ser cuidadosamente escolhidas e planejadas para construir, não para destruir" (Efésios 4.29 e 3, 5.4; Colossenses 3.8 e 16; Tiago 3.10 e 1Pedro 4.11). Se nos mordemos e nos devorarmos uns aos outros, acabaremos nos destruindo mutuamente (Gálatas 5.15), e isto vale para a família, para a igreja, para organização e para a empresa.

Na vida em comunidade, "a língua tem poder sobre a vidae sobre a morte;

os que gostam de usá-la comerão do seu fruto" (Provérbios 18.21).

Na verdade, "a língua éum fogo; éum mundo de iniqüidade. Colocada entre os membros do nosso corpo, contamina a pessoa por inteiro, incendeia todo o curso de sua vida, sendo ela mesma incendiada pelo inferno" (Tiago 3.6).

Pensando em termos nacionais, precisamos de coragem para uma visão da política que valorize a verdade. Um governante faz pontes porque todos vêm e votam nele; ele não faz saneamento básico porque ninguém vêe não gera votos. Quem elege elege a mentira, ao privilegiar ações visíveis, que não são necessariamente necessárias.

O eleitor sabe que o político mente e prefere o que mente melhor. O eleitor tem o poder do voto e deve usá-lo. Um país não pode ser construído sobre a mentira, o que nos leva a prestar atenção do poema de Affonso Romano de Sant'Anna.

 

               "Mentiram-me. Mentiram-me ontem

               e hoje mentem novamente. Mentem

               de corpo e alma, completamente.

               E mentem de maneira tão pungente

               que acho que mentem sinceramente.

               Mentem, sobretudo, impune/mente.

               Não mentem tristes. Alegremente

               mentem. Mentem tão nacional/mente

               que acham que mentindo história afora

               vão enganar a morte eterna/mente.

 

               Mentem. Mentem e calam. Mas suas frases

               falam. E desfilam de tal modo nuas

               que mesmo um cego pode ver

               a verdade em trapos pelas ruas.

 

               Sei que a verdade édifícil

               e para alguns écara e escura.

               Mas não se chega àverdade

               pela mentira, nem àdemocracia

               pela ditadura.

 

 

               Evidente/mente a crer

               nos que me mentem

               uma flor nasceu em Hiroshima

               e em Auschwitz havia um circo

               permanente.

 

               Mentem. Mentem caricatural-

               mente.

               Mentem como a careca

               mente ao pente,

               mentem como a dentadura

               mente ao dente,

               mentem como a carroça

               àbesta em frente,

               mentem como a doença

               ao doente,

               mentem clara/mente

               como o espelho transparente.

               Mentem deslavadamente,

               como nenhuma lavadeira mente

               ao ver a nódoa sobre o linho. Mentem

               com a cara limpa e nas mãos

               o sangue quente. Mentem

               ardente/mente como um doente

               em seus instantes de febre. Mentem

               fabulosa/mente como o caçador que quer passar

               gato por lebre. E nessa trilha de mentiras

               a caça éque caça o caçador

               com a armadilha.

               E assim cada qual

               mente industrial?mente,

               mente partidária?mente,

               mente incivil?mente,

               mente tropical?mente,

               mente incontinente?mente,

               mente hereditária?mente,

               mente, mente, mente.

 

               E de tanto mentir tão brava/mente

               constroem um país

               de mentira

                                       —diária/mente". [25]

 

 

3

VALORIZE AS PESSOAS

 

Como sabemos, "afofoca sempre procura as faltas de pessoas; ele écomo a mosca que sempre pousa no lugarsujo. Se um homem tem furúnculos, a mosca ignoraráo resto do corpo e vai se assentar no furúnculo. Assim écom a fofoca. Ela vêtodo todo o bem deum homem mas sófala do mal". [26]

Se não houver algo bom a falarsobre uma pessoa, vocênão precisa fazê- lo. As verdades em geral vêm àtona por si mesmas, vocênão tem de ficar com o ônus de ter posto o tema na mesa. Se alguém édesonesto, não hápor que vocêser o algoz. Háuma chance de a pessoa ser descoberta e isso às vezes ocorre por ações (ou falhas) do próprio indivíduo. Salvo se vocêtem obrigação legal de agir, não épreciso assumir essa tarefa.[27]

Pensando em termos corporativos, a partir dos estudos de Daniel Goleman sobre inteligência emocional, eis algumas atitudes que os líderes devem tomar, aconselhando:

. Ouça atentamente as pessoas ao seu redor, para saber o que elas querem da vida, da carreira e do atual emprego;

. Preste atenção aos sentimentos e às necessidades das pessoas, demonstrando preocupação com elas.

. Diante de pessoas da equipe que falham em algum ponto, reservem tempo para orientá-las e aconselhá-las, para que desenvolvam competências que lhes faltem;

. Celebrem vitóriase riem, sabendo que a diversão não éperda de tempo; antes, éuma maneira de construir um capital emocional.[28]

Na formação e manutenção de uma equipe de trabalho, esses cuidados são indispensáveis. Todos estes valores serão valiosos para a nossa vida em família.

Essas habilidades não devem ser buscadas apenas por líderes, mas por todos que convivem com outras (e todos convivemos). Todos precisamos ouvir atentamente as pessoas, prestando atenção aos seus sentimentos e às suas expectativas; afinal, éassim que queremos se tratados. Devemos sempre dar uma oportunidade aos outros quando falham, como gostaríamos de receber quando falharmos. Devemos celebrar as vitórias dos outros, indo às suas festas e esperando que venham às nossas.

As pessoas têm valor. Precisamos dizer isto a elas.

Stephen Kanitz chama isto de validação. Para ele, validar uma pessoa éconfirmar que essa pessoa existe, que ela éreal etem valor."Todos nós precisamos ser validados pelos outros, constantemente. Alguém tem de dizer que vocêébonito ou bonita, por mais bonito ou bonita que vocêseja. O autoconhecimento, tão decantado por filósofos, não resolve o problema. Ninguém pode autovalidar-se, por definição. Vocêsempre seráum ninguém, a não ser que outros o validem como alguém. Validar o outro significa confirmá-lo, como dizer: “Vocêtem significado para mim”.

Podemos validar com gestos simples, um olhar, um sorriso, um elogio. O problema — continua o consultor — que "estamos tão preocupados em mostrar que somos o “máximo”, que esquecemos de dizer aos nossos amigos, filhos e cônjuges que o “máximo”são eles. Puxamos o saco de quem não gostamos, esquecemos de validar aqueles que admiramos".

Graças àvalidação, pela qual as pessoas são aceitas pelo que realmente são, mesmo as inseguras "começarão a acreditar em si mesmas e crescerão". Assim, "se quisermos tornar o mundo menos inseguro e melhor, precisaremos treinar e exercitar uma nova competência: validar alguém todo dia. Um elogio certo, um sorriso, os parabéns na hora certa, uma salva de palmas, um beijo, um dedão para cima, um 'valeu, cara, valeu'”. [29]

 

ACORDE

 

1. Autoconheça-se. Julgue-se com honestidade quanto ao uso das palavras ditas aos outros, sobre os outros e a vocêmesmas. Sempre têm a intenção de promover?

 

2. Confesse. Admita que jájogou penas do alto de um morro e que agora não consegue recolhê-las. Tome esta experiência como um marco para mudança de atitude. Se nunca o fez, peça a Deus que o conserve assim.

 

3. Ore. Peça a Deus para pensar bem das pessoas, como ele pensa de nós.

 

4. Reflita sobre a seguinte instrução bíblica: "Nenhuma palavra torpe saia da boca de vocês, mas apenas a que for útil para edificar os outros, conforme a necessidade, para que conceda graça aos que a ouvem" (Efésios 4.29).

 

5. Decida. Para obedecer ao nono mandamento, vocêestádisposto a pagar o preço por ser impopular, por não dar ouvidos a fofocas e não as dizer? (Se tomar esta decisão, saiba que perderáalguns amigos fofoqueiros, mas ganharáoutros que gostam de respeitar e ser respeitados. [30]

 

6. Empenhe-se. "Se procura de fato a integridade e a decência na sua vida, vocêestádisposto a começar pelo modo como lida com a fofoca e as conversas que magoam?" [31]

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

COLEMAN, Daniel. Foco. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.

DOUGLAS, William. O poder dos dez mandamentos.São Paulo: Mundo Cristão, 2011.

FELDER, Leonard. Os dez desafios. São Paulo: Cultrix, 1999.

PECK, M. Scott. O povo da mentira. Tradução de Maria Regina. Rio de Janeiro: Imago, 1992.

SCHLESSINGER, Laura C. Los Diez Mandamientos. Traducción por Ana del Corral. New York: HarperCollins, 2006.

TELUSHKIN, Joseph. Words That Hurt, Words That Heal How to Choose Words Wisely and Well. New York: HarperCollins,  2010.

WARREN, Cortney S. Lies We Tell Ourselves: The Psychology of Self-Deception. Sevierville, TN: Insight, 2014.

 

 


[1] Dados informados pelo jornal New York Times, em 7.6.1996. Citados por SCHLESSINGER, Laura C. Los Diez Mandamientos. Traducción por Ana del Corral. New York: HarperCollins, 2006, posição 4766.

[2] FELDER, Leonard. Os dez desafios. São Paulo: Cultrix, 1999, p. 161.

[3] Parágrafo inspirado em SCHLESSINGER, Laura C. Los Diez Mandamientos. Traducción por Ana del Corral. New York: HarperCollins, 2006, posição 4973.

[5]McALLISTER, Dawson. Eight Types of Lies that People Tell. Disponível em <http://www.thehopeline.com/different-kinds-of-lies-you-tell/>

[6] ZENS, Jon. Have You Heard…? The Plague of Gossip in the Body of Christ. Disponível em < http://searchingtogether.org/articles/gossip.htm>

[7] McALLISTER, Dawson. Eight Types of Lies that People Tell.Disponível em <http://www.thehopeline.com/different-kinds-of-lies-you-tell/>

[8] FELDER, Leonard. Os dez desafios. São Paulo: Cultrix, 1999, p. 161.

[9] McALLISTER, Dawson. Eight Types of Lies that People Tell.Disponível em <http://www.thehopeline.com/different-kinds-of-lies-you-tell/>

[10] TELUSHKIN, Joseph. Words That Hurt, Words That Heal How to Choose Words Wisely and Well. New York: HarperCollins,  2010, p. 89.

[11] Lista reorganizada a partir de FISHER, Marsha. "Accusation," Be In Health Conference, April 29, 2008, Thomaston GA. Disponível em <http://searchingtogether.org/articles/gossip.htm>

[12] COLEMAN, Daniel. Foco. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013, posição 2037.

[13] WARREN, Cortney S. Lies We Tell Ourselves: The Psychology of Self-Deception. Sevierville, TN: Insight, 2014, p. 42.

[14] PECK, M. Scott. O povo da mentira. Tradução de Maria Regina. Rio de Janeiro: Imago, 1992.

[15] PECK, M. Scott, op. cit., p. 309.

[16] ZENS, Jon. Have You Heard…? The Plague of Gossip in the Body of Christ. Disponível em < http://searchingtogether.org/articles/gossip.htm>

[17] MAY, Gerald. Simplesmente são: a espiritualidade da saúde mental. Rio de Janeiro: Paulus, 1998, p. 203.

[18] MAY, Gerald, loc. cit.

[19]FELDER, Leonard, op. cit., p. 167.

[20] TOZER, A.W. Five Vows for Spiritual Power. Disponível em <http://www.neve-family.com/books/tozer/FiveVows.html>

[21]FELDER, Leonard, op. cit., p. 170.

[22] ZENS, Jon. Have You Heard…? The Plague of Gossip in the Body of Christ. Disponível em <http://searchingtogether.org/articles/gossip.htm>

[23] FELDER, Leonard, op. cit., p. 172.

[24] SHAKESPEARE, William. Otelo. Disponível em <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cv000084.pdf>

[25] SANT'ANNA, Affonso Romano de. A implosão da mentira. Disponível em http://www.releituras.com/arsant_implosao.asp> onde pode ser lido na íntegra.

 

 

[26] TELUSHKIN, Joseph. Words That Hurt, Words That Heal How to Choose Words Wisely and Well. New York: HarperCollins,  2010, p. 12.

[27] DOUGLAS, William. O poder dos dez mandamentos.São Paulo: Mundo Cristão, 2011, posição 2139.

[28] GOLEMAN, Daniel. Foco. Tradução de Cassa Zanon. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013, ediçãoeletrônica, posição 3831.

[29] KANITIZ, Stephen. O poder da validação. Disponível em <http://blog.kanitz.com.br/poder-validacao/>. (Artigo publicado na Revista Veja, edição 1705, 20 de junho de 2001, p. 22)

[30] FELDER, Leonard, op. cit., p. 172.

[31] FELDER, Leonard, op. cit., p. 174.