“Agora vos digo: Afastai-vos destes homens e deixai-os livres, pois se este projeto ou esta obra for dos homens, se desfará. Mas, se é de Deus, não podereis derrotá-los; para que não sejais achados combatendo contra Deus” (Atos 5.38,39).
Os líderes judeus estavam em desespero de causa com respeito aos seguidores de Jesus Cristo. Lucas nos diz que a igreja crescia sem parar, o povo levava os doentes para as ruas para serem curados até pela sombra de Pedro quando este passava por eles, e das cidades vizinhas vinha muita gente para ser curada. Diante disso, a única estratégia dos líderes do Sinédrio era tentar intimidar os apóstolos, aprisioná-los, ou, em último caso, eliminá-los.
A intimidação não dava resultado, pois os apóstolos deixaram bem claro que “não podiam deixar de falar daquilo que tinham visto e ouvido” (At.4.20), e que “é mais importante obedecer a Deus do que aos homens” (At.5.29). Prendê-los também não adiantou, pois veio um anjo durante a noite libertá-los da cadeia e dar-lhes ordem expressa de voltar ao templo e pregar “a mensagem completa desta nova vida” (At.5.19,20).
Quando foram buscá-los na prisão para mais uma sessão de intimidação no plenário do Sinédrio, encontraram o cárcere trancado com toda a segurança e guardado por sentinelas, mas os apóstolos não estavam lá (agora eram todos, não só Pedro e João). Nisso chegaram alguns que disseram: “Os homens que pusestes na prisão estão no templo, ensinando o povo” (At.5.25). A situação se agravou muito, eles se enfureceram e queriam matar os apóstolos.
Já estavam decididos a fazê-lo, quando Gamaliel, um homem sensato, pediu a palavra e fez um breve discurso, ao fim do qual deu o conselho que transcrevemos no início. É provável que já tivessem percebido que estavam “combatendo contra Deus”, pois não podiam explicar a libertação da prisão e nem questionaram os apóstolos sobre a ela, para não expor publicamente sua impotência diante do povo de Jesus. Aceitando o conselho de Gamaliel, soltaram os apóstolos, que continuaram pregando todos os dias, no templo e nas casas.
Porque, se a obra é de Deus, ninguém pode derrotá-la.
Pr. Sylvio Macri