EKLESIA, 3 – O QUE MUDOU NO CRISTIANISMO

Num dos retratos que faz da igreja apostólica, três décadas depois, o historiador Lucas registra como era a vida dos cristãos nos anos 30:

 

"A igreja passava por um período de paz em toda a Judéia, Galiléia e Samaria.Ela se edificava e, encorajada pelo Espírito Santo, crescia em número, vivendo no temor do Senhor".(Atos 9.31)

 

Quanto à perseguição, os tempos antigos não foram sempre de paz. Desde cedo, nossos primeiros irmãos tiveram que lidar com ela, o que certamente trazia questionamentos, defecções e fortalecimentos. O apóstolo Pedro foi um dos primeiros a ser encarcerado, numa história que termina de maneira feliz:

 

No ano 41 (possivelmente), "o rei Herodes prendeu alguns que pertenciam à igreja, com a intenção de maltratá-los, e mandou matar à espada Tiago, irmão de João, (…) prendendo também Pedro durante a festa dos pães sem fermento.

Tendo-o prendido, lançou-o no cárcere. (…) Herodes pretendia submetê-lo a julgamento público depois da Páscoa.Pedro, então, ficou detido na prisão, mas a igreja orava intensamente a Deus por ele.

Na noite anterior ao dia em que Herodes iria submetê-lo a julgamento, Pedro estava dormindo entre dois soldados, preso com duas algemas, e sentinelas montavam guarda à entrada do cárcere. Repentinamente apareceu um anjo do Senhor, e uma luz brilhou na cela. Ele tocou no lado de Pedro e o acordou.

— Depressa, levante-se!, disse ele.

Então as algemas caíram dos punhos de Pedro".

Liberto e escoltado por um anjo, "ele se dirigiu à casa de Maria, mãe de João, também chamado Marcos, onde muita gente se havia reunido e estava orando. Pedro bateu à porta do alpendre, e uma serva chamada Rode veio atender. Ao reconhecer a voz de Pedro, tomada de alegria, ela correu de volta, sem abrir a porta, e exclamou:

— Pedro está à porta!

Eles porém lhe disseram:

— Você está fora de si!

Insistindo ela em afirmar que era Pedro, disseram-lhe:

— Deve ser o anjo dele.

Mas Pedro continuou batendo e, quando abriram a porta e o viram, ficaram perplexos. Mas ele, fazendo-lhes sinal para que se calassem, descreveu como o Senhor o havia tirado da prisão e disse:

— Contem isso a Tiago e aos irmãos.

Então saiu e foi para outro lugar".(Atos 12.1-17)

 

Este estilo de vida capaz de enfrentar o sofrimento por sua fé, fé que os levava a cuidar uns dos outros, mesmo que importasse em sacrifício, fez com que fossem vistos de modo positivo que pelas pessoas com as quais vivia. Movia-os o amor e a certeza que Jesus Cristo iria voltar para introduzir a todos no céu. Esses irmãos criam que "dada a ordem, com a voz do arcanjo e o ressoar da trombeta de Deus, o próprio Senhor [Jesus] descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que estivermos vivos seremos arrebatados com eles nas nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares. E assim estaremos com o Senhor para sempre" (1Tessalonicenses 4.16-17).

 

 

 

1

AS MARCAS DA FÉ EM JESUS

Essas narrativas bíblicas deixam salientes algumas marcas dos nossos primeiros irmãos.

 

1. Os primeiros cristãos viam-se como pertencentes à família de Deus, que era ao mesmo tempo local, regional e universal. Espalhados primeira por Israel, (hoje) Turquia, Grécia e Itália, eles tinham a percepção que o seu pertencimento à igreja local os fazia pertencer a uma igreja universal, invisível e visível. Não eram parte de uma seita, liderada por um homem, mas de uma religião estabelecida por Deus. Há uma irmandade que extrapola a comunidade local, para integrar uma comunidade universal.

Quando Paulo chegou a Jerusalém, como seguidor do Caminho de Jesus, ele e sua equipe de trabalho "foram bem recebidos pela igreja, pelos apóstolos e pelos presbíteros e relataram tudo o que Deus fizera com eles" (Atos 15.4).

 

2. Os primeiros cristãos desenvolviam sua fé e sua conduta das Escrituras Sagradas, que eram, portanto, centrais para a sua vida. Desde cedo, eles  se reuniam para ouvir, aprender e ensinar a Palavra de Deus. Todas as discussões eram com base nas Escrituras (Atos 17.2).

Quando lemos o Novo Testamento, nós nos deparamos com 855 citações do Antigo Testamento:

 

Evangelho de Mateus                    96

Evangelho de Marcos                    34

Evangelho de Lucas                      58

Evangelho de João                        40

Atosdos Apóstolos             57

Romanos                              74

1Coríntios                             41

2Coríntios                             13

Gálatas                                  16

Efésios                                  11

Filipenses                                3

Colossenses                                       3

1Tessalonicenses                  2

2Tessalonicenses                  2

1Timóteo                                  6

2Timóteo                                  2

Hebreus                                86

Tiago                                     16

1Pedro                                              20

2Pedro                                               10

1João                                      6

Apocalipse                           249

Total                                      855 [1]

 

Assim, cerca de dez por cento do Novo Testamento são citações do Antigo, o que demonstra o lugar que a Palavra de Deus ocupava em suas vidas.

 

3. Os primeiros cristãos tinham um sentido claro para a sua missão, que era apresentar Jesus a todos, no mundo inteiro (conhecido), não importavam onde morassem. Nos seus primeiros 70 anos, segundo algumas evidências, o Evangelho foi anunciado, além de Israel, em países como Síria, Egito (Marcos), Turquia (Paulo), Grécia (Paulo), Itália (Paulo), Índia (Tomé), Malta (Paulo), Armênia (Judas Tadeu), Tunísia e França.

 

4. Os primeiros cristãos entendiam que a graça recebida demandava deles uma vida íntegra, irrepreensível. O crescimento numérico dos professantes da fé advinha das palavras dos cristãos  sobre Jesus e de suas vidas como imitadores de Jesus.

A meta de todos era apresentar "como igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e inculpável" (Efésios 5.27).

 

5. Os primeiros cristãos esperavam a volta de Cristo. Eles se viam como a comunidade do ínterim, do ínterim entre a vinda e a volta de Jesus. Nesse tempo, se o sucesso era relativo, o fracasso também o era.

Sua crença era segura:

 

"Nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça" (2Pedro 3.13).

 

A certeza deles era que "o Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia [demorada — ARC); mas é longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se" (2Pedro 3.9ARC)

 

6. Os primeiros cristãos, com sua vida cheia de simplicidade, tinham poder espiritual, um poder recebido de Deus para testemunhar ao ponto do sacrifício pessoal, um poder concedido por Deus para operar milagres extraordinários através de suas palavras e gestos.

Eles criam que Deus fazia uma casa tremer (Atos 4.31).

Eles criam que deviam vender suas propriedades e distribuir os recursos entre si (Atos 4.34-35).

Eles criam que Deus os protegia com anjos (Atos 12.11).

Eles criam que Deus os supriria em suas necessidades (Filipenses 4.16).

Eles criam no poder do Deus a quem oravam (Tiago 5.14).

Eles criam que tudo o que lhes acontecia, fosse bom ou fosse ruim, vinha de Deus, até mesmo o mal (2Coríntios 12.7).

Eles criam que Deus pode fazer por nós mais infinitamente mais do que pedimos ou pensamos (Efésios 3.20).

Eles criam que precisavam exigir nos seus corpos as marcas de Jesus (Gálatas 6.17).

Eles criam que precisam dar o fruto do Espírito Santo em suas vidas (Gálatas 5.22-23).

 

 

2

AS ROTAS DOS DESVIOS

 

Os livros do Novo Testamento foram escritos para prevenir e para corrigir os erros, tanto doutrinários quanto morais. Os inspirados autores também tinham como objetivo relembrar a missão, que nunca pode ser esquecida.

 

1. Apesar da advertência que os seguidores de Jesus devem viver de modo digno, muitos fazem da graça uma oportunidade para a libertinagem, que vem de um tipo de dualismo em que o espírito (representando a dimensão espiritual) e o corpo (representando a dimensão moral ou estética) são incomunicáveis, e não se afetam mutuamente.

Com esta perspectiva, esses cristãos fazem o que acham que é bom, perfeito e agradável, mesmo que a vontade de Deus não aprove um estilo de vida que não seja educada pela graça, Eles apreciam uma frase (deslocada) de Agostinho de Hipona:

 

“Ama e faz o que quiseres. Se calares, calarás com amor; se gritares, gritarás com amor; se corrigires, corrigirás com amor; se perdoares, perdoarás com amor. Se tiveres o amor enraizado em ti, nenhuma coisa senão o amor serão os teus frutos”.

 

Ora, para ficarmos em algumas práticas, o egoísmo não é uma expressão de amor; desrespeito ao outro não vem de quem ama; o hedonismo não é verdadeiro amor. Não devemos confundir as coisas.

Amor que se satisfaz com o hedonismo é desvio, não é amor em toda a sua expressão, que inclui o interesse pelo outro e a adoração a Deus.

Ainda ao tempo do Novo Testamento, como o atestam as cartas de Paulo aos coríntios bem como as cartas de Jesus as sete igrejas da (atual) Turquia, amar verdadeiramente implica em atenção e prática dos ensinos da Palavra de Deus.

O libertinismo é uma desgraça, porque nega a graça, embora diga afirmá-la.

 

2. Apesar da insistência no sacerdócio universal de todos os que creem em Jesus como Senhor, líderes cristãos se apresentam como intermediários entre os cristãos e Deus, numa negação da realidade do vendaval que rasgou o véu que, no templo, separava as áreas do povo em geral e dos sacerdotes em particular.

O sacerdotalismo dos cristãos superou o dos judeus, ao ponto de atribuir a um líder, no caso o da Igreja Católica Romana, o condão da infalibilidade (uma doutrina de 1870) quando "quando se dirige, na qualidade de sucessor do Apóstolo Pedro, que ele propriamente é, a toda a Igreja; quando o objeto do seu pronunciamento é a moral, a fé e/ou os costumes; e quando define uma decisão dogmática".[2]A referida infabilibilidade deriva da ideia do sucessionismo, segundo o qual todos os líderes máximos da Igreja Católica latina são sucessores do apóstolo Pedro, que foi sucessor de Jesus Cristo.

Quando outras denominações atribuem aos seus líderes locais, regionais ou universais um poder semelhante, roçam igualmente ao sacerdotalismo.

O sacerdotalismo é uma tragédia, porque cria cristãos de segunda classe.

 

3. Embora Deus privilegie o coração, pelo que lhe interessa misericórdia e não o sacrifício (Oseias 6.6), tendemos a sacramentalizar os atos de que participamos. Ligado ao ao sacerdotalismo, o sacramentalismo pressupõe que a simples participação em determinados religiosos confere graça ao participante, independentemente da sua atitude. Na Igreja Católica Romana são sete os sacramentos conferidores de bênção: o batismo, a confirmação (ou crisma), a Eucaristia, a confissão perante um sacerdote (que confere a absolvição ou penitência), a unção dos enfermos (ou extrema unção), a ordem (para a celebração dos sacramentos, concedida a bispos, presbíteros e diáconos) e o casamento (ou matrimónio, que é indissolúvel).

Em outras denominações cristãs, o sacramentalismo pode assumir formas menos definidas, mas igualmente fortes. Um exemplo pode estar na participação dos cultos dominicais. Se deles participamos para receber o favor de Deus, "inclinamo-nos a uma estrutura de pensamento sacramental em relação a toda a vivência cristã".[3]No caso da Ceia do Senhor, "a solenidade e até algum aparato que envolvem a sua celebração, inevitavelmente, passam a imagem de se tratar de alguma coisa tão especial que confere bênção igualmente especial aos que nela participam. Consequentemente, a Ceia do Senhor deixa de ser um momento simples, em que nos lembramos da bênção que foi a entrega de Jesus por nós, para passar a ser a bênção em si mesma".

Tomemos ainda o caso do batismo que, segundo a doutrina bíblica, "é um ato de testemunho público, em obediência ao Senhor, pelo qual dizemos aos outros que a nossa vida velha já morreu e já nascemos de novo, para uma vida com Jesus".A cerimônia é, assim, "um ato subsequente à nova vida, em que damos testemunho público da mesma". No entanto, muitas vezes "o modo como a prática em relação ao batismo tem vindo a distanciar-se da simplicidade bíblica, tem contribuído para o tornar num fim em si mesmo".O batismo não pode ser visto com "uma meta, um alvo, um propósito que é alcançado no fim de um processo, transformando-o numa espécie de prémio", como se trouxesse, "em si mesmo, alguma bênção especial e é, de certa forma, um sinal da aprovação de Deus".

A Bíblia impressa também tem sido objeto de sacramentalização. "Em determinadas situações, parece ser mais abençoador ter, guardar e mostrar o livro a que chamamos Bíblia, do que conformar a nossa vida ao seu conteúdo. Algumas pessoas pensam que ter uma Bíblia em casa é bom, e se estiver aberta num local central da casa, ainda é melhor. O objeto sobrepõe-se ao conteúdo e assume a função abençoadora".

Somos capazes da sacramentalizar práticas boas, o que as torna ruins, se delas participamos "com o pressuposto de que nos vão conferir algum tipo de bênção ou favor de Deus". O sacramentalismo desvia "a atenção e o foco do que é essencial para o que é acessório, do que é espiritual para o que é material, do que é interior para o que é exterior".O sistema "leva, inevitavelmente, a uma vivência vicristã baseada na negociação, no deve e haver, no toma lá, dá cá", em que, se fazemos isto e aquilo, Deus vai automaticamentemenosabençoar. "Isto não é graça, é negócio. E Deus não negoceia connosco. Aquilo que nos dá é sempre fruto da sua graça, a qual nunca vamos merecer".

O sacramentalismo é trágico porque afasta as pessoas de Deus.

 

4. Embora todos os seguidores de Jesus sejam sacerdotes, tendemos a eleger mediadores. Os mediadores vivos são os sacerdotes humanos, que lideram as igrejas. Os mediadores mortos são homens e mulheres que, tendo vida virtuosa, foram são considerados santos, que intercedem pelos cristãos na terra.

O mediadorismo é o resultado secundário das perseguições sofridas por cristãos ao ponto de serem martirizados por terem permanecido fiéis ao Evangelho professado. Tendo recebido a coroa da vida, foi-lhes acrescentada a tarefa de interceder pelos vivos que pedem a sua intercessão junto à Trindade.

Um padre brasileiro oferece as razões:

 

"Cristo é o único mediador, mas não no sentido estrito. Os homens são membros do corpo do único mediador e mesmo após a morte, continuam fazendo parte desse Corpo, conforme o livro do Apocalipse atesta".[4]

Assim, segundo o ensino católico, "os anjos, os santos e a Virgem Maria possuem modos distintos de ação. Os anjos, uma vez que são puro espírito, não estão ligados a nenhum lugar específico e agem concentrando sua atenção espiritual em determinado lugar ou pessoa. Esse jeito vale tanto para os anjos quanto para os demônios.

Os santos, por sua vez, estão no céu, em Deus. Fazem parte da chamada Igreja triunfante e seu ofício é interceder a Deus pelos homens. (…)

A Virgem Santíssima ocupa um lugar muitíssimo especial: está entre a Santíssima Trindade e os anjos e santos. Por um desígnio especial, foi escolhida por Deus para trazer ao mundo o Seu Filho. E Deus não muda. É por ela, portanto, que Jesus continua a ser gerado ao longo da história. Ela ouve os pedidos dos homens, mas, estando em Deus, participa por graça daquilo que Deus quer que ela saiba. Contudo, ela não é onipotente nem mesmo onipresente, mas, estando em Deus ressuscitada (corpo e alma) pode estar presente onde quer que o Corpo de Cristo esteja no mundo. A Virgem Maria faz parte da misteriosa economia salvífica de Deus".[5]

 

O mediadorismo, uma exacerbação do sacerdotalismo, é uma das desgraças do cristianismo.

 

5. Embora sejamos lembrados que a letra (isto é, a tradição) mata e o Espírito Santo (que nos renova a mente) vivifica (2Coríntios 3.6), tendemos a nos apegar à tradição.

O tradicionalismo se manifesta no sucessionismo, segundo o qual uma coisa é boa porque começou nos primórdios. Os católicos romanos derivam autoridade para o seu líder, porque é tido tido como um sucessor do apóstolo Paulo. Alguns batistas se apresentam como superiores por afirmarem que existem como grupo desde o Novo Testamento. Alguns pentecostais se veem como continuadores sucessivos do culto realizado em Jerusalém no dia de Pentecostes. Alguns proponentes do modelo da igreja em pequenos grupos (células, igrejas caseiras, entre outros nomes) afirmam que estão retomando a prática dos primeiros cristãos, que se reuniam em casas.

O tradicionalismo se expressa no preterismo, ou culto ao passado, pressupondo que as coisas, as práticas e as pessoas do passado são melhores que as do presente. O passado não é examinado, para ser aprovado ou reprovado, porque é visto como necessariamente digno  de saudade.

Na Igreja Católica Romano, a tradição é tão forte, que é vista como mais importante do que a Bíblia. Entre as denominações evangélicas, práticas do passado são perenizadas, como se fossem boas sempre em todos os lugares e em todos os tempos. Até mesmo liturgias são repetidas, como o demonstram os espetáculos rejudaizadores, com celebrações de cultos em cabanas, com uso de óleos e chifres, próprias das celebrações hebreias no deserto.

O tradicionalismo se mostra no desejo de fazer hoje o que foi feito ontem por ter sido feito ontem, numa rejeição à renovação metodológica, para se alcançar o resultado que o passado alcançou.

É um equívoco fazer as coisas de um jeito hoje pela simples razão que sempre foram feitas desse jeito ontem.

 

6. Embora sejamos chamados para continuar e mundo e transformar o mundo com os valores do Reino de Jesus, inaugurado por Jesus, tendemos a nos isolar.  Jesus não quis ficar no Monte da Transfiguração, mas nós queremos. Jesus disse para não sairmos do mundo, mas nós tendamos fugir dele.

O isolacionsimo encontrou um modelo no monaquismo, quando cristãos bem intencionados deixaram suas cidades e se recolheram em mosteiros, para não se contaminarem com o mundo.

Sabemos que o mundo é contagioso, mas também sabemos que nossa missão é no mundo e para o mundo.

Ao longo da história, muitos grupos cristãos têm envergonhado a fé ao fanaticamente se isolarem em comunidades ermas para esperar a volta de Jesus, que eles datam segundo interpretações próprias.

 

 

 

3

BOAS NOVIDADES

 

Ao longo dos dois primeiros milênios da experiência cristã, muitas práticas boas foram introduzidas, em obediência ao mandato recebido.

Algumas dessas práticas podem ser resumidas.

 

1. As igrejas cresceram de tamanho. Elas cresceram tanto numericamente que não cabiam mais em casas. Aé o século 2, os irmãos se reuniam em casas ou lugares improvisados.  A partir do século 3 com certeza (ou um pouco antes), começaram a surgir templos, conforme a liberdade religiosa regional permitia. A igreja tem o tamanho do seu templo.

O século 20 viu o crescimento de muitas igrejas locais, algumas com numerosos números de membros.

 

Lista das maiores igrejas do mundo

 

            NOME (PAÍS) — PÚBLICO POR CULTO

1          Yoido Full Gospel (Coreia do Sul)                                  230.000

2          Deeper Christian Life Ministry (Nigéria)               75.000

3          Mision Carismática Internacional (Colômbia)                60.000

4          Faith Cruch, Hungria                                                          60.000

5          Pyungkang Cheil(Coreia do Sul)                                    60.000

6          Nambu Full Gospel, Coreia do Sul                                  50.000

7          New Life (Índia)                                                        50.000

8          Yeshu Darbar (Índia)                                                          50.000

9          Living Faith (Nigéira)                                                          50.000

10       Catedral Evangélica (Chile)                                              45.000

 

Lista das maiores igrejas locais nos EUA

           

#          NOME (CIDADE) — PASTOR — FREQUENTADORES POR DOMINGO

1          Lakewood Church (Houston, TX) — Joel Osteen–     43,500          

2          North Point Ministries        (Alpharetta, GA) — Andy Stanley — 30,629       

3          Willow Creek Community Church (South Barrington, IL) — Bill Hybels — 25,743

4          NewSpring Church (Anderson, SC) — Perry Noble    — 23,055

5          Church of the Highlands (Birmingham, AL) — Chris Hodges           — 22,184

6          Saddleback Church (Lake Forest, CA) — Rick Warren — 22,055

7          Southeast Christian Church (Louisville, KY) — Dave Stone — 21,764

8          Gateway Church (Southlake, TX) Robert Morris — 21,403

9          Central Christian Church (Las Vegas, NV) — Jud Wilhite — 21,055

10       Phoenix First Assembly of God (Phoenix, AZ) — Luke Barnett — 21,000

 

No Brasil, a maior igreja evangélica é a da Paz, em Santarém, com 60 mil membros. Depois, vem a Batista (renovada) da Lagoinha, com 40 mil membros.

 

2. A igreja adotou diferentes sistemas de governo.

O crescimento demandou uma organização eclesiástica específica, que encontrou diversidade.

Até o surgimento da Reforma protestante predominou o sistema episcopal de liderança. As igrejas nacionais acabaram dando a um dos seus bispos o título e o poder de "primus inter pares" (primeiro entre os iguais), o que faz deles autênticos chefes. O papa católico romano está numa categoria, não como igual, mas como superior aos demais bispos. Os chefes das igrejas ortodoxas orientais e da Anglicana são considerados "primus inter pares".

A pergunta que se impõe é sobre a natureza do governo nas igrejas apostólicas. Parece claro que o sistema era episcopal. A igreja de Jerusalém tinha um colégio de bispos (Pedro, Tiago e João), cabendo a Tiago a liderança (presidência, diríamos). As igrejas eram lideradas por alguém cujo título podia variar entre presbítero, bispo ou pastor.

Cristo é o chefe da igreja.

Não temos uma orientação imperativa no Novo Testamento sobre que tipo de governo a igreja deve adotar.

As práticas variavam.

Em Atos 11.28, Paulo e Barnabé se reuniam com a igreja em Antioquia, ensinando aos irmãos. Em Atos 14.23, Paulo e Barnabé escolhiam presbíteros em cada igreja local.

As cartas às sete igrejas da Ásia menor (Turquia) são dirigidas aos líderes locais  .

Havia ministros gerais e locais.

Entre os gerais estavam os apóstolos, os 11 primeiros e outros escolhidos posteriormente (como Matias, em Atos 1.26),

São reconhecidos e mencionados como apóstolos Matias (Atos 1.26), Paulo e Barnabé (1Coríntios 9.5-6, Tiago, o irmão de Jesus  (Galatasia 1.19), Andronico e Júnias, uma mulher  (Romanos 16.7)

Cada igreja local, compromissada com Cristo e sem interferência de uma uma sobre a outra, administrava seus assuntos, sob a liderança de um presbítero, bispo ou pastor. Embora independentes, desenvolviam um trabalho cooperativo informal (Romanos 15.26-27; 2Coríntios 8 e 9; Gálatas 2.10, Romanos 15.1. 3João 1.8). [6]

Quando surgiram, os batistas conceberam o sistema congregacional, na trilha do movimento anabatista. Assim, os sistemas de governo em vigor nas igrejas são o episcopal, o presbiteral e o congregacional. [7]

 

3. Entre suas ações, as igrejas fundaram hospitais, orfanatos e universidades, para sinalizar o reino de Deus.

Perseguidos, a partir do século 4, os cristãos tiveram seus direitos reconhecidos. Em 311, o imperador Galério estabeleceu:

 

"Por causa dessa nossa bondade, os cristãos podem orar ao seu Deus por nossa segurança, para que a república possa continuar protegida por todos os lados e os cristãos possam viver em segurança em suas casas".

 

Pouco depois (313), surgiu o Edito de Milão:

 

"s, Constantino e Licínio, imperadores, encontrando-nos em Milão para conferenciar a respeito do bem e da segurança do império, decidimos que, entre tantas coisas benéficas à comunidade, o culto divino deve ser a nossa primeira e principal preocupação. Pareceu-nos justo que todos, os cristãos inclusive, gozem da liberdade de seguir o culto e a religião de sua preferência. Assim qualquer divindade que no céu mora ser-nos-á propícia a nós e a todos nossos súditos.

Decretamos, portanto, que, não obstante a existência de anteriores instruções relativas aos cristãos, os que optarem pela religião de Cristo sejam autorizados a abraçá-la sem estorvo ou empecilho, e que ninguém absolutamente os impeça ou moleste. (...)

Observai, outrossim, que também todos os demais terão garantia a livre e irrestrita prática de suas respectivas religiões, pois está de acordo com a estrutura estatal e com a paz vigente que asseguremos a cada cidadão a liberdade de culto segundo sua consciência e eleição; não pretendemos negar a consideração que merecem as religiões e seus adeptos.

Outrossim, com referência aos cristãos, ampliando normas já estabelecidas sobre os lugares de seus cultos, é-nos grato ordenar, pela presente, que todos os que compraram esses locais os restituam aos cristãos sem qualquer pretensão a pagamento".

 

A partir daí, puderam continuar com seus esforços humanitários, antes embrionários. Antes disto, o fim do primeiro século, ao tempo de Clemente de Roma, os cristãos se envolveram no cuidado das viúvas pobres. Quando a peste atacou Cartago (norte da África), as famílias pagãs jogavam nas ruas os atingidos pela prega. Os cristãos saíram às ruas para confortar os doentes e abrir suas casas para receber e cuidar deles,

O aborto, o infanticídio e a exposição de crianças eram comuns no mundo antigo. Os cristãos agiram contra o infanticídio proibindo-o, levantando suas vozes contra a prática no mundo pagão e providenciando o alívio para os pobres, cuidando e adotando crianças rejeitadas, numa época em que as crianças expostas nas ruas tinham três destinos: a morte, a escravidão, a prostituição ou adoção por cristãos. [8]

Este cuidado continuou, como o demonstra a história do primeiro reformador protestante. Martim Lutero e sua esposa Catarina foram pais de seis filhos e depois adotaram mais quatro crianças e assumiram outros sete sobrinhos órfãos.

Os cristãos também desafiaram, com ações e palavras, as autoridades seculares a cuidar dos doentes. [9]

Desde o quarto século, os cristãos vêm-se se empenhando no planejamento, na implantação e na construção de hospitais. [10]

Em 369, o bispo Basílio, o Grande, fundou um hospital com 300 leitos em Cesareia (hoje Kayseri, na Turquia). Foi o primeiro hospital de larga escola da história, com abrigos para pobres, unidades de isolamento, enfermarias para viajantes doentes e uma ala para os que sofriam de hanseníase.

Os mosteiros que surgiram a partir de Pacômio (século 4), no Egito, tinham hospitais para os internos e também para os moradores da cidade. Desde cedo, os beneditinos, segundo a ordem de São Bento (século 6) na Itália, dedicaram-se a cuidar dos enfermos, ajudando-os como se fossem Cristo. Muitos monges se tornam médicos.

Fabíola foi uma médica que se tornou monja. No século 4, por influência de Jerônimo, ela impactou a cidade de Roma com a doação de seus bens para o cuidado dos doentes, que incluía a construção de hospitais, em que ela mesma atuava.

Guiado pelos princípios da caridade e da compaixão cristãs, bem como pelos exemplos bíblicos de ajuda às pessoas em dificuldade e de cura do enfermos, o clero, além de estudar medicina, partiu logo para a prática e se pôs a ajudar as pessoas em dificuldade e a cuidar dos doentes, fundando os primeiros hospitais dentro dos mosteiros, inicialmente para os monges e empregados e depois para as pessoas da cidade. [11]

O interesse pelos doentes levou o London's Science Museum a reconhecer que as crenças cristãs foram  a causa do desenvolvimento dos hospitais: "A ideia da caridade religiosa está no coração do hospital medieval e moderno. Isto ficava evidente localização das camas, que era geralmente determinada pelo localização do altar. O cuidado médico era geralmente realizado por monges e freiras. (…) A origem religiosa dos primeiros hospitais permanece evidente, a maioria pelos próprios nomes. Bons exemplos são o Hôtel Dieu emParis, fundado no século 8, e o St Bartholomew's Hospital em Londres, aberta no século 12 e até hoje em funcionamento. [12]

O movimento moderno a favor dos hospitais a partir do século 18 teve a participação dos cristãos, sob a liderança deJohn Wesley eGeorge Whitefield.  A história mais emocionante, nesta área, é a do teólogo e organista Albert Schweitzer, que dedicou a sua vida ao hospital que fundou no Gabão.

Na América Latina, os hospitais nasceram como iniciativa da Igreja Católica e, depois, das igrejas protestantes, como o atesta a história do Hospital Evangélico do Rio de Janeiro, surgido em 1887.

Poucos hospitais no Brasil continuam confessionais, mesmo os que ainda mantêm nomes ligados às suas origens.

Quanto às universidades, elas apareceram na Europa medieval a partir das escolas cristãs, nas quais monges e freiras ensinavam. Mais tarde, foram estabelecidas por reis.

Pode-se dizer que as universidades e escolas de catedrais foram uma continuação do interesse pelo estudo promovido pelos mosteiros.

Nos Estados Unidos, as universidades surgiram como espaço para a formação de pastores. Foi o caso Universidade de Harvard (primeiramente, Harvard College), a mais antiga (1636). Depois foi sendo ampliada em sua atuação, tornando-se centros de excelência na pesquisa e no ensino. A maioria dessas grandes universidades se secularizou completamente a partir do século 19. No entanto, há ainda dezenas de universidades e centenas de faculdades com clara orientação e direção cristã.

Na América Latina, as iniciativas de criações de universidades surgiram dos governos. Desde cedo, o entanto, a Igreja Católica, pioneira na abertura de colégios, participou do ensino superior, sobretudo através das Pontifícias Universidades (PUC), que são 15 no país. Há outras universidades católicas no Brasil.

Quanto aos evangélicos, são quatro as universidades ligadas a denominações: Universidade Presbiteriana Mackenzie, Universidade Metodista de Piracicaba Universidade Metodista de São Paulo. Há outros empreendimentos universitários de propriedade de evangélicos.

No caso dos batistas brasileiros, o missionário J.W. Shepard idealizou uma Universidade a partir do Colégio e do Seminário Batista, mas ela nunca aconteceu. Depois de uma tentativa de abertura dessa universidade em Brasília, a pedra fundamental de uma universidade batista chegou a ser erigida em junho de 1968 na propriedade do Colégio Batista do Rio de Janeiro. [13]

 

4. O Cristianismo pôs seu foco no ensino da Bíblia.

O ensino sempre foi visto como parte integrante da missão cristã, que inclui ensinar para fazer discípulos. O modo como a missão foi desenvolvida conheceu diferentes contornos. No Antigo e no Novo Testamento, as crianças deviam ser instruídas por seus pais. Nas igrejas, o apóstolos basicamente ensinavam. "O cristianismo começou e se espalhou por meio do ensino. Uma religião missionária precisa ensinar".[14]

No início, a educação era oferecida segundo três modalidades: educação familiar (como o atesta a informação de Paulo sobre Timóteo, educado por sua mãe e avó em casa, cf. 2Timóteo 1.5), educação nas sinagogas e educação catequética, esta destinada aos que queriam entrar para a igreja, pelo que os alunos eram instruídos nas doutrinas e a história da fé cristã. "Nenhum desses meios era novo. Cada um era uma continuação e o desenvolvimento natural dos métodos que tinham sido usados entre os judeus". [15]

Como o ensino em casa declinou, foi substituído por instituições como os mosteiros, que também ensinavam aos adultos. Na Idade Média, era por meio "dos cultos, dos rituais, da arquitetura, da arte, do teatro e dos festivais cristãos que a educação cristã era comunicada às massas". [16]

Os reformadores deram muita importância à educação, sobretudo porque a população era analfabeta no seus idiomas e no conhecimento bíblico. O grande passo para o estudo da Bíblia como instrumento para a fé e para o progresso foi dado por Robert Raikes, editor de um jornal em Londres, que, nos anos 1780, propôs e patrocinou classes para estudo da Bíblia aos domingos. Seu propósito era, por meio da educação, melhorar as precárias condições de vida das crianças no contexto opressivo da Revolução Industrial. Como trabalhavam até sábado, só lhes restava o domingo para estudar.

Nessas classes, as crianças e os jovens aprendiam a ler, escrever e contar, além de conhecer a Bíblia.

Depois das classes abertas por Raikes, outras igrejas fizeram o mesmo, tornando popular o movimento. [17]

 

Em 1785, estudavam nessas classes cerca de 250 mil aluno na Inglaterra. Pouco depois o movimentando, a partir também das igrejas,  chegou aos Estados Unidos, com o objetivo de ensinar leitura, escrita e consciência moral.

Nessa fase, a Escola Dominical fazia o papel do estado no ensino fundamento. Como o estado assumiu, seu papel o objetivo da Escola Dominical foi sendo transformado, visando sobretudo que os alunos lessem e interpretassem a Bíblia. A partir do final do século 18, nos EUA, a Escola Dominical das igrejas evangélicas se tornou o principal instrumento para o crescimento das igrejas, alcançando todas as idades. E.Y. Mullins chegou a escrever no início do século 20 que "a Escola Bíblica era a principal, e talvez a única, esperança para o crescimento da igreja". [18]

Quando chegaram ao Brasil, as Escolas Dominicais já começaram como escolas bíblicas.

 

5. O cristianismo redescobriu os pequenos grupos.

As igrejas sempre tiveram grupos no seu interior para fins específicos. Por uma limitação arquitetônica, as primeiras igrejas se reuniam em pequenos grupos.

No Novo Testamento, a igreja de Jerusalém era uma assembleia que se reunia num só lugar e também nas casas, tendo um local principal. Nas cidades helenizadas, a igreja se reunia nas casas e raramente em outros lugares (Atos 9.8-10), até surgirem os templos.

Embora sempre tenha havido pequenos grupos nas igrejas cristãs, [19]no século 20 eles se tornaram uma estratégia bem definida para o crescimento dessas igrejas.

Há vários tipos de pequenos grupos cristãos.

. Uns se organizam em torno da ideia do Pacto, herdada do movimento pietista. Eles são pensados como um grupo em que 3 a 12 pessoas se reúnem regularmente com o propósito comum de descobrir e crescer nas possibilidades da vida abundante em Cristo (Roberta Hestenes). O objetivo é criar uma comunidade de longo prazo. Não interessam às pessoas que não participam das igrejas e não visam a multiplicação, pelo que tendem a morrer.

. Outros se organizam por um período curto de tempo, visando finalidades específicas. Podem ser grupos já existentes (como um coro ou uma classe) que, durante dois semestres, se encontram regularmente. (É proposto por Lyman Coleman.) Neste modelo, há uma abertura e uma conclusão a cada semestre, com uma celebração final do ano.

. Outros grupos se organizam num meta-modelo (Carl George) ou em igrejas com células. Outros programs são criados ou mantidos pela igreja, porque os pequenos grupos não estratégia exclusiva. É o modelo predominante nos EUA.

. Outros grupos se organizam exclusivamente em células, reunindo-se apenas para celebrações (Ralph Neighbour). Todo o ministério da igreja é desenvolvido nas e através das células. O modelo é predominante na Coreia, em Singapura e na América Latina.

 

 

 

 

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O QUE PRECISAMOS MANTER

 

As igrejas do Novo Testamento continuam modelares, mas não nas suas práticas, geográfica e historicamente determinadas. Elas são modelos no sentido espiritual da busca dos valores do Reino de Deus implantado por Jesus Cristo e a ser consumado por ele.

Em todos os tempos e em todos os lugares, as precisam manter:

 

1. A CENTRALIDADE DAS ESCRITURAS. No ensino, ministrado no púlpito, nas classes de estudos e em outros grupos ou ministérios, a Bíblia precisa ser central. Dela deve vir a inspiração para todas as práticas da igreja.

Para tanto, a igreja deve tornar a Bíblia um livro vivo para os seus membros e para o mundo. A partir deste ideal, cada igreja deve revisar suas práticas e fazer derivar seu ensino sempre da Palavra de Deus.

Especificamente, o púlpito e a Escola Bíblica devem ser sempre bíblicos. Uma igreja precisa respirar a Bíblia, tomada como inspiração e autoridade última.

 

2. O GOVERNO DO ESPÍRITO SANTO. Há muitas formas de governo, mas nenhuma é perfeita. A igreja deve escolher o sistema que julga melhor. No entanto, os sistemas são meios, apenas meios. O sistema de gestão não substitui o Espírito Santo, que deve ser sempre buscado para a orientação perfeita. A santidade da igreja não está apenas em suas atitudes, suas liturgias e seus costumes, mas na dependência para conduzir as decisões da comunidade.

A igreja como organização e seus membros devem evidenciar o fruto do Espírito em suas experiências.

 

3. A VOLTA DE JESUS. A igreja deve orar: "maranata!". A igreja precisa saber que sua história termina, não na cidade onde está, mas na cidade de Deus. Os cristãos nao podem ter a volta de Jesus como tardia ou desnecessária, vivendo como se ela nunca fosse acontecer, porque ela pode acontecer a qualquer hora. A espera do porvir não deve gerar nenhum tipo de quietismo, mas de ação corajosa, centrada na esperança.

 

4. O SENTIDO DA MISSÃO. A igreja deve priorizar sua missão, que se faz no pregar, ensinar e influenciar. A missão na igreja não é louvar, mas proclamar dentro e sobretudo fora de suas paredes. Ela deve ousar corajosamente na proclamação, no ensino e na influência.

 

5. A SUFICIÊNCIA DA GRAÇA. A igreja precisa pregar a graça, nunca a lei, já superada por Jesus. A graça precisa ser também ensinada, para que as pessoas vivam no compasso dela. Deve ficar claro para todos o fruto do Espírito Santo é requerido de todo aquele que é alcançado pela graça,

 

6. A LOCALIDADE UNIVERSAL. A igreja precisa saber que é uma comunidade local que tem o sentimento do mundo. O mundo deve ser a paróquia da igreja local. Cada igreja visível deve entender que é parte da igreja invisível.

Ao mesmo tempo, cada comunidade deve ser vista como completa, no sentido que nela seus membros devem encontrara a segurança que buscam, segurança que se mostra em termos de acolhimento e relevância.



[2] Cf. artigo na revista "O fiel católico", disponível em <http://www.ofielcatolico.com.br/2001/04/a-infalibilidade-papal-o-papa-e.html>

Todas críticas citadas aqui ao sacramentalismo vem de COUTO, Ruben. Sacramentalismo: os atos que conferem graça. Disponível em<http://vidaemabundancia.blogspot.com.br/2013/03/sacramentalismo-os-atos-que-conferem.html>

[4] RICARDO, Paulo. A intercessão dos santos. Disponível em <https://padrepauloricardo.org/episodios/intercessao-dos-santos>

[5] RICARDO, Paulo. A Virgem Maria é onipresente? E os anjos? E os demônios? E os santos?

Disponível em <https://padrepauloricardo.org/episodios/a-virgem-maria-e-onipresente-e-os-anjos-e-os-demonios-e-os-santos>

[6] FORRESTER, E. J. Church governament. Disponível em >http://www.biblestudytools.com/encyclopedias/isbe/church-government.html>

[7]Estas  coisas têm a ver com o funcionamento, de que tataremas posteriormente.

[8]Lawrence, “Childhood in the Roman Empire,” History Today 55). Disponível em <http://www.nacsw.org/Publications/Proceedings2011/GruberJOrphanCareE.pdf

[9] Para uma resenha sobre o nascimento dos hospitais, leia HORDERN Peregrine Horden. The Earliest Hospitals in Byzantium, Western Europe, and Islam. The Journal of Interdisciplinary History, Vol. 35, No. 3, Poverty and Charity: Judaism, Christianity, and Islam (Winter, 2005), pp. 361-389).

[10] BEAL-PRESTON, Rosie. The Christian Contribution to Medicine. Disponível em <http://admin.cmf.org.uk/pdf/helix/spr00/11history.pdf>

[11] FERRERI, Enza. How Christian Charity Developed Western Ethics, Hospitals, Schools. Disponível em <http://enzaferreri.blogspot.com/2013/11/how-christian-charity-developed-western.html#ixzz3pRN1yfMa>

[12] FERRERI, Enza. How Christian Charity Developed Western Ethics, Hospitals, Schools. Disponível em <http://enzaferreri.blogspot.com/2013/11/how-christian-charity-developed-western.html#ixzz3pRN1yfMa>

[13] A história do ideário educacional batista foi contada por Almiro Schulz. Leia um resumo em <http://abiee.org.br/doc/historia/Almiro%20Schulz%20-%20Educa%E7%E3o%20Confessional%20Batista%20no%20Brasil.doc>

[14]COPE, H. F. The evolution of Sunday School. Boston: Pilgrim, 1911, p. 14.

[15] COPE, H.F., op. cit., p. 15.

[16] MATSHIGA, D.J. The historical development of cristian education. Pretoria: Universiteit van Pretoria, [s.d.]. Disponível em <http://repository.up.ac.za/xmlui/bitstream/handle/2263/30107/02chapters5-9.pdf?sequence=3&isAllowed=y>

[17] LARSEN, Timothy. When did Sunday Schools start? Disponível em <http://www.christianitytoday.com/ch/asktheexpert/whendidsundayschoolstart.html

[18] THOMAS, Darren W. The role, history, and decline of the Sunday School, 2005. Disponível em <http://eridan.websrvcs.com/clientimages/36689/historyofthesundayschool.pdf>

[19] Para uma história, leia COMISKEY, Joel. History of the cell movement. Fuller Theological Seminary. 1996. Disponível em <http://celycecomiskey.tripod.com/new_page_2.htm>