O ODONO DE TODA A RIQUEZA SE POBRE POR NÓS (Sylvio Macri)

“Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, tornou-se pobre por vossa causa, para que fôsseis enriquecidos por sua pobreza.” (2Coríntios 8.9).

O salmista reconhece: “Ao Senhor pertencem a terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que nele habitam.” (Sl.24.1). O Senhor mesmo falou, por meio do profeta Ageu: “A prata e o ouro pertencem a mim.” (Ag.2.8). A própria definição de Deus como criador e sustentador de todas as coisas, leva à conclusão de que ele é mesmo o proprietário de tudo. Mas o dono de toda riqueza, na pessoa de seu Filho, renunciou a tudo isso e se fez pobre por nossa causa.

Porém, não é a bens materiais que Paulo se refere no versículo acima transcrito, apesar de que o contexto seja o levantamento de uma oferta financeira para os cristãos pobres da Judéia. Jesus se fez pobre quando deixou a glória que tinha à direita do Pai e tornou-se um de nós, transpondo o abismo infinito entre o Deus santo e o mundo pecador. Jesus se fez pobre ao longo do seu ministério terreno, quando identificou-se com pecadores, publicanos e meretrizes. Jesus se pobre em sua paixão e morte como o pior de todos os criminosos.

Como diz Pedro, não foi com coisas perecíveis, como prata ou ouro, que fomos resgatados da perdição eterna. Fomos resgatados pelo precioso sangue de um cordeiro sem defeito e sem mancha (1Pd.1.18,19). Assim, a riqueza que ele veio nos trazer não é prosperidade material, mas “uma herança que não perece, não se contamina nem se altera” (1Pd.1.4). O que ele veio custear para nós com a sua própria vida foi a salvação, que nos torna ricos de tudo aquilo que precisamos como seres humanos.

E tudo isso nos foi dado por meio da graça de nosso Senhor Jesus Cristo. Deus é rico em perdoar (Is.55.7), é rico em misericórdia (Ef.2.4) e quer repartir conosco a “suprema riqueza da sua graça” (Ef.2.7). A vida eterna é o “dom gratuito de Deus em Cristo Jesus” (Rm.6.23), e não poderia ser diferente, pois jamais poderemos pagar seu custo. Atingidos assim, em cheio, por tão maravilhosa graça, que reação devemos ter senão uma disposição de também nos tornarmos pobres para que outros se tornem ricos?

Pr. Sylvio Macri