UM AMOR TETRADIMENSIONAL (Sylvio Macri)

“Que Cristo habite pela fé em vosso coração, a fim de que, arraigados e fundamentados em amor, vos seja possível compreender, juntamente com todos os santos, a largura, o comprimento, a altura e a profundidade desse amor.” (Efésios 3.17,18).

As tecnologias multidimensionais estão em alta vertiginosa. Antes usadas somente em imagens de cinema, agora invadiram o cotidiano, com a invenção de outros usos, principalmente as impressoras 3D e, que são capazes de produzir qualquer objeto, desde um botão até uma casa. Entretanto, enquanto tais tecnologias se restringem a três dimensões, o texto acima transcrito fala de quatro dimensões. E não de objetos materiais, mas de um sentimento, o mais importante para a existência humana – o amor de Deus.

O texto é parte de uma oração de Paulo em favor de seus leitores. A oração de Paulo é um tanto contraditória, pois ao mesmo tempo em que pede que conheçamos esse amor e compreendamos suas quatro dimensões, ele diz que não podemos entender completamente o amor de Cristo, pois excede a nossa capacidade de percepção. Mas não nos preocupemos, porque Deus pode fazer muito do que pedimos ou pensamos. E é o conhecimento desse amor que fará com que sejamos preenchidos até a plenitude de Deus (Veja Ef.3.14-21).

Com respeito à fé cristã o amor é tanto radical como fundamental, se faz presente na raiz e no alicerce do nosso relacionamento com Deus e com o próximo. Como diz João, “nisto está o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele quem nos amou e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.” (1Jo.4.10). O amor de Deus é o solo em que fomos plantados e estamos crescendo como uma árvore bem arraigada; é o alicerce em que estamos sendo edificados como uma casa bem construída.

É nessa condição que podemos compreender a largura, o comprimento, a altura e a profundidade do amor de Cristo. Ele é tão largo que abrange todos os pecadores em todos os tempos e lugares, é tão comprido que permanece por toda a eternidade, é tão profundo que desce até ao mais degradado pecador e tão alto que chega ao trono de Deus no céu, por meio da intercessão de Jesus Cristo.

O famoso hino “O amor de Deus,” escrito por Frederick Lehman em 1917, diz na sua terceira estrofe: “Se os mares todos fossem tinta e os céus sem fim fossem papel, se as aves todas fossem penas e os homens todos escrivães, nem mesmo assim o amor seria descrito em seu fulgor. Oh maravilha deslumbrante esse eternal amor!”.

“Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.” (1Jo.4.8).

Pr. Sylvio Macri