HUMOR SANTO (Sylvio Macri)

“Entre vocês não deve haver nem sequer menção de imoralidade sexual, como também de nenhuma espécie de impureza e de cobiça, pois essas coisas não são próprias para os santos. Não haja obscenidade, nem conversas tolas, nem gracejos imorais, que são inconvenientes, mas, ao invés disso, ações de graça.” (Efésios 5.3,4 – NVI).

O humorismo existe e não podemos negar. Programas de humor povoam a TV, filmes e peças de humor estão sempre em cartaz, e os cristãos não podem ignorá-los. Aliás, os crentes em Cristo podem e devem gostar de humor. Contudo, pelo que Paulo diz no texto acima, quase todo o humor que se vê hoje na TV, no cinema ou no teatro fica excluído das preferências do crente. Assim, também as piadas que são contadas por pessoas da sua convivência. O problema é que as pessoas não conseguem fazer humor sem usar obscenidades.

Como sempre, nesse e em qualquer outro tema que envolva divertimento, devemos ser seletivos, sem sermos legalistas. Nossa avaliação crítica deve ser pautada pelo que Paulo disse aos coríntios: “Todas as coisas são permitidas, mas nem todas são proveitosas. Todas as coisas são permitidas, mas nem todas são edificantes.” (1Co.10.23). Em Cristo não somos proibidos de nada, mas somos responsáveis por decidir se devemos falar, ouvir ou assistir algo que seja inconveniente aos santos (ou inútil, ou destrutivo).

No texto acima, Paulo foi muito cuidadoso ao usar palavras na língua original que expressam com clareza seu pensamento. Em seu comentário sobre a Carta aos Efésios, Arthur Patzia explica: “As palavras torpes são obscenas, feias, chulas e envergonham (aischrotes); conversa tola (morologia) são as palavras pronunciadas por um louco (moros), destituídas de decência e honra; eutrapelia (gracejos imorais) é termo que pode ter sentido positivo, como “bom humor” ou “palavras agradáveis”. Aqui, porém, é usado negativamente, no sentido de anedotas indecentes, cruas, insinuações sujas, e assim por diante.”

Por último Paulo cita um critério infalível, ao qual podemos submeter essa e qualquer outra questão: diga, ouça, assista apenas aquilo que possa ser motivo de ações de graças a Deus. “Tudo quanto fizerdes, quer por palavras quer por ações, fazei em nome do Senhor Jesus, dando graças por ele a Deus Pai.” (Cl.3.17). Portanto, a pergunta que nos devemos fazer é: “Jesus poderia falar/ouvir/assistir isso? Eu poderia dar graças a Deus por falar/ouvir/assistir isso?”

Pr. Sylvio Macri