“Achei necessário enviar-vos Epafrodito, meu irmão e cooperador, companheiro de lutas, a quem enviastes para me socorrer nas minhas necessidades; porque ele sentia saudades de todos vós e estava angustiado por saberdes que ele havia adoecido.” (Filipenses 2.25,26).
Epafrodito, cujo nome significa “amoroso”, era um dos líderes da igreja de Filipos. Há quem diga que era um de seus pastores. Foi enviado a Roma ao encontro do apóstolo Paulo, para levar a este uma ajuda financeira dos filipenses, bem como para permanecer como seu companheiro, cuidando de suas necessidades, em nome daquela igreja. É isso que se depreende do texto acima e do capítulo 4, onde Paulo o menciona novamente, e onde ficamos sabendo que a igreja de Filipos já ajudara o apóstolo em outras oportunidades.
O percurso de Filipos a Roma era longo, podendo levar semanas. Pela maneira como Paulo se expressa nos versículos 19 a 30, conclui-se que Epafrodito adoeceu não muito tempo depois de chegar a Roma. Paulo nos informa que a doença o levou à beira da morte, e que a notícia dessa enfermidade chegou a Filipos e deixou os irmãos dali muito preocupados. Entretanto, enquanto Epafrodito permanecia em Roma ministrando a Paulo, veio-lhe a informação de que os irmãos souberam do que lhe ocorrera, e agora ele foi quem se preocupou com os filipenses.
Parece que Paulo já tinha planejado escrever uma carta dando notícias suas aos filipenses e agradecendo-lhes o envio da oferta e de Epafrodito, carta essa que enviaria por meio de Timóteo. Mas mudou de planos e resolveu mandar Epafrodito de volta e com ele a carta, que é essa que temos na Bíblia. Nela Paulo fez questão de explicar que Epafrodito insistira em permanecer com ele e em cumprir a missão que lhe fora dada pela igreja, mas o apóstolo entendeu que seria melhor ele voltar logo, para aliviar a angústia de todos.
Paulo tem Epafrodito em alta conta. Chama-o de “meu irmão”, do mesmo modo que chama Timóteo de “filho”, isto é, alguém com quem tem profunda intimidade e identidade. Também o chama de “cooperador”, tradução de um termo grego que significa “aquele que trabalha lado a lado”. E de “companheiro de lutas”, um termo militar que significa “aquele que combate lado a lado.” E ainda, pelo fato de ter arriscado sua vida para suprir-lhe as necessidades, Paulo exorta a igreja de Filipos a recebê-lo com alegria e honra.
Nestes tempos em que os pastores se queixam tanto de solidão no ministério, é reconfortante ler sobre a beleza desse relacionamento entre Paulo e Epafrodito. Que Deus nos dê mais Epafroditos.
Pr. Sylvio Macri