“E a paz de Deus, que ultrapassa todo entendimento, guardará o vosso coração e os vossos pensamentos em Cristo Jesus.” (Filipenses 4.7)
Deus não está sujeito à ansiedade, mas nós estamos, por isso precisamos da sua paz. Paulo exorta os filipenses: “Não andeis ansiosos por coisa alguma; pelo contrário, sejam os vossos pedidos plenamente conhecidos diante de Deus por meio de oração e súplica com ações de graça.” (Fp.4.6). Feito isto, nosso coração descansará, ao ser envolvido pela paz de Deus.
Essa paz não é só a que ele dá, mas é principalmente a que ele tem. Uma pessoa só pode dar o que tem. É uma paz diferente daquela que qualquer outro possa nos dar: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou. Eu não a dou como o mundo a dá. Não se perturbe o vosso coração nem tenha medo.” (Jo.14.27).
O sentido de “andar ansioso” na língua original em que Paulo escreveu é “ser rasgado”, “ser despedaçado”. Assim, Paulo estava dizendo aos filipenses: “Não se deixem destruir pelos problemas, pelas circunstâncias, enfim, por coisa alguma.” O apóstolo estava repercutindo o que o rei Davi já dissera: “Entrega tuas ansiedades ao Senhor, e ele te dará sustentação; nunca permitirá que o justo seja abalado.” (Sl.55.22).
A paz de Deus tem duas qualidades: em primeiro lugar, ela ultrapassa todo entendimento, “é uma paz que prevalece mesmo quando, segundo os cálculos humanos, não poderia existir.” (Hoke Smith, “Filipenses, el gozo de la vida em Cristo”, Casa Bautista de Publicaciones, El Paso, Texas, EUA, 1971, pr.78). Ainda que seja legítimo questionar “por que” ou “até quando”, é a serenidade que domina o coração guardado pela paz de Deus.
E justamente aqui e que está sua segunda qualidade: o verbo “guardará” no original era um termo militar usado para descrever a defesa de uma cidade. Os saldados eram distribuídos ao longo do muro que circundava a cidade, e vigiavam dia e noite contra os ataques inimigos. A paz de Deus é como uma fileira de soldados em volta do nosso coração, protegendo-nos contra aquilo que quer nos destruir, é uma verdadeira “blindagem”.
Para obter essa paz é preciso orar, pedir, suplicar, porém nunca se esquecendo de também agradecer.
Pr. Sylvio Macri