“Tudo isso vocês aprenderam com Epafras, nosso querido companheiro de trabalho, o qual presta serviço em favor de vocês como um fiel servidor de Cristo. Foi ele quem nos contou do amor que o Espírito de Deus deu a vocês.” (Colossenses 1.7,8 – NTLH).
Epafras é a forma abreviada de Epafrodito, mas não se trata da mesma pessoa que é mencionada por Paulo na Carta aos Filipenses (Fp.2.25-30). Durante seu ministério em Éfeso, Paulo reuniu em torno de si um grupo seleto de discípulos, como Tíquico, Arquipo e Epafras, treinou-os e enviou-os como missionários às cidades próximas. Epafras era natural de Colossos, cidade que ficava no vale do rio Lico, onde também se situavam Laodicéia e Hierápolis. Foi para lá que Paulo o enviou e foi ele quem fundou as igrejas nessas três cidades.
Na Carta a Filemon, Paulo diz que Epafras é seu companheiro de prisão em Roma (Fm.23). Na saudação final aos colossenses, Epafras é um dos companheiros de Paulo que lhes envia sua saudação, e Paulo aproveita para elogiá-lo. Supõem os eruditos estudiosos do Novo Testamento que Epafras teria ido ao encontro de Paulo para expor-lhe a heresia que estava sendo disseminada naquelas igrejas, ensino espúrio que misturava um gnosticismo incipiente com legalismo judaico. Nessa ida a Roma, de alguma maneira Epafras acabou sendo preso junto com Paulo, e impedido de voltar a Colossos.
Paulo, então, escreveu duas cartas, uma à igreja de Colossos e outra à igreja de Laodicéia, que enviou por meio de Tíquico e Onésimo, para fortalecer a fé dos irmãos daquela região e combater a heresia. Infelizmente foi preservada apenas a carta dirigida à igreja de Colossos. No início dessa carta Paulo reafirmou o evangelho tal como fora transmitido aos colossenses por Epafras (1.3-6) e deixou bem claro que Epafras, seu amado conservo, lhes tinha sido enviado em seu próprio nome e era um fiel ministro de Cristo, portanto amplamente autorizado a ensinar-lhes a palavra da verdade, como de fato o fez.
No final da carta, Paulo diz que mesmo preso, Epafras tinha muito cuidado pelas três igrejas que plantara, e agonizava em oração por elas Cl.4.12,13). “O quadro inteiro nos dá a impressão de um jovem pastor, cheio de amor por Deus, por seus irmãos e pelos perdidos do Vale do Lico (….). Oxalá fôssemos insistentes diante de Deus, pedindo-lhe para levantar, nas igrejas brasileiras, muitos servos como Epafras!”(Russell Shedd, Andai Nele – Exposição Bíblica de Colossenses, Ed. Vida Nova, SP, 1979, p.19).
Pr. Sylvio Macri