“Visto que todas as coisas criadas por Deus são boas, nada deve ser rejeitado se for recebido com ações de graças, pois são santificadas pela palavra de Deus e pela oração.” (1Timóteo 4.4,5).
Na narrativa da criação em Gênesis, a frase “Viu Deus que isso era bom”, e suas variações, aparece sete vezes (Gn.1.4,10,12,18,21,25,31), por isso Paulo afirma que todas as coisas criadas por Deus são boas. Mas os falsos mestres de Éfeso na entendiam assim, pois queriam proibir os crentes de ingerir determinados alimentos, os quais o Senhor criou para serem recebidos com ações de graças (1Tm.4.3).
Tais mestres, que Paulo acusa de mentirosos e hipócritas, e de ter a consciência insensível, alegavam ter recebido revelações de Deus para estabelecer essas proibições, não só relativas a alimentos, mas também a relacionamentos pessoais (veja 1Tm.4.1-3). O apóstolo diz que tais “revelações” na verdade vinham de espíritos enganadores e eram doutrinas de demônios.
Ao longo da história da igreja vemos que proibições constituem um traço comum desse tipo de “revelação”. São muito úteis aos falsos mestres, que por meio delas manipulam a credulidade dos fiéis e escravizam suas mentes. A abstinência de determinadas coisas gera uma falsa sensação de santidade e uma presunção de mérito pessoal. O ascetismo exerce uma atração muito grande sobre mentes enfraquecidas pela dúvida e insegurança doutrinária .
É evidente que existem alimentos nocivos à nossa saúde em geral, e à saúde de pessoas que pertencem a grupos de risco, como os diabéticos, os hipertensos, os celíacos, e outros. Mas nesse caso a abstinência é uma questão de saúde física, não de religião. Portanto, se não temos nenhuma restrição de saúde, podemos comer de tudo sem medo de pecar. O único pecado é não dar graças a Deus antes de comer.
Pr. Sylvio Macri
