Domingo, 27/12/15 — ÁGUAS PROFUNDAS

Ezequiel 47.6

 
Quando se viaja por países como Egito, Jordânia e Israel, fica-se sabendo que, sob o solo pisado, há outros níveis mais baixos, que podem esconder cidades inteiras.
Os guias egípcios afirmam que seu país é um imenso sítio arqueológico. Os guias jordanianos e israelenses dizem a mesma coisa, autorizados por seus arqueólogos.
As descobertas que vão se sucedendo dizem que eles têm razão.
As advertências dos arqueólogos e guias são metáforas sobre a vida.
Um turista por estas terras pode se contentar em tirar fotografias. Pior: pode pensar que está num parque de diversões. Melhor: pode se encantar com a riqueza do que vê na superfície e voltar para casa achando que conhece a história do lugar.
Um turista pode aprender com os arqueólogos: há um nivel mais profundo que se alcança quando se escava.
Viver é escavar dentro da gente mesma para experimentar níveis mais profundos, bem abaixo das frases feitas, das soluções impostas, das palavras da moda e da moda das roupas, dos calçados e dos gostos.
Precisamos de profundidade, nunca de uma religião superficial capaz de alcançar milhares de quilômetros de extensão (para fazer novos adeptos, por exemplo) e apenas alguns milímetros de profundidade.
Profundidade verdadeira tem a ver com desejar que Deus modele o nosso caráter, para que seja mais altruísta (despojados de nós mesmos) e menos interesseiro no relacionamento com ele. Profundidade séria tem com resistir ao mal com o bem, não dando, por exemplo, lugar à ira. Profundidade honesta tem a ver com a redescoberta que nascemos e fomos renascidos para adorar a Deus. Quando tiramos da presença de Deus conosco o prazer maior de nossas vidas, estamos no caminho de experimentar as coisas excelentes.