Terça, 05/01/16 — ATITUDES DIANTE DO MAL

Jó 2.13
 
A arte de visitar
 
Pode ser que o mal não o atinj a, mas atinja outras pessoas, conhecidas ou não. O mal diminui a todos.
Foi, assim, solidária a atitude dos amigos de Jó. Eles vieram de longe em solidariedade ao seu amigo para o consolar. Tal era o seu estado que eles não o reconheceram. Quando se encontraram, assentaram-se em silêncio, porque sabiam que palavras, nessas horas, não significam nada.
Pena que os amigos de Jó tenham se esquecido do seu silêncio e puseram a explicar o que acontecera ao amigo.
Diante da dor de nossos amigos, eis o que devemos fazer: chorar, sentar-se ao lado, consolar.
Nossas explicações não ajudam em nada.
A maior calamidade é a indiferença.
Quando as notícias de uma tragédia nos atingem em cheio, nossa primeira e legítima reação é buscar informações sobre pessoas (parentes ou amigos) presentes nas áreas atingidas. Fazemos bem. Não temos como abraçar o mundo.
Melhor faremos, aliviados, se nos interessarmos efetivamente pelas dores dos outros, mesmo que desconhecidos. Somos todos irmãos uns dos outros e todas as mortes devem doer também em nós. Somos parte(s) do mundo.
Mais que apenas uma reportagem, portanto, a visão da tragédia deve nos levar a pensar no que podemos fazer, para minorar o sofrimento das vítimas. 
Se a calamidade se deveu, mesmo que parcialmente, à irresponsabilidade humana, devemos também pensar se, no quinhão que nos cabe, estamos realmente cuidando da terra que nos foi legada para cultivar.