“Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor, aquele que é, que era e que há de vir. Eu sou o que vive; fui morto, mas agora estou aqui, vivo para todo sempre e tenho as chaves da morte e do inferno.” (Apocalipse 1.8,18).
Um apóstolo muito idoso, o último deles, está preso e exilado numa ilha inóspita. Seu crime foi ser fiel a seu Mestre, Jesus Cristo, e à sua igreja. Mas ele não está preocupado consigo mesmo, e sim com as igrejas do Senhor espalhadas pela Ásia Menor, região em que mais havia crescido o culto ao imperador romano, e por isso recrudescia a perseguição àqueles que se negavam a confessar outro Senhor que não Jesus Cristo. Por isso, João, esse apóstolo, recebe do próprio Jesus uma fantástica visão, e uma ordem para descrevê-la numa carta que deverá enviar a sete igrejas dessa região.
Quem lhe fala é o Alfa e o Ômega, aquele que já existia antes da história, existe durante ela e existirá depois dela. Em outras palavras, sua existência sempre foi e será fora e além da história, pois é o Senhor da história, o que decretou seu o início e decretará seu fim. Por outro lado, ele interveio na história, encarnando-se, vivendo entre os homens, morrendo e ressuscitando por eles. Ele pode assegurar a qualquer um que nele creia que, apesar das perseguições e sofrimentos, ninguém os poderá destruir, por mais que tente.
A visão que João tem de Jesus é impressionante. Ele veste uma túnica longa, envolta por uma faixa de ouro, seus cabelos são brancos como a neve, seus olhos, como chama de fogo, seus pés, como metal brilhante, sua voz, como a de um mar bravio. Seu rosto brilha como o sol em seu resplendor e de sua boca sai uma espada de dois gumes. Ele passeia por entre sete candelabros e segura na mão direita sete estrelas, símbolos, respectivamente das sete igrejas destinatárias da carta, às quais está atento, e de seus líderes, a quem guarda e livra.
Ele tem o poder da morte, isto é, o poder sobre esse monstro aterrorizante que interrompe as carreiras mais brilhantes, que extingue o domínio de qualquer autoridade humana, por mais poderosa que seja, que lança no pó toda a arrogância e todo o orgulho dos que se julgam donos de seu próprio destino. Ele vem com as nuvens e todo olho o verá, e nessa ocasião lamentarão profundamente o fato de o terem desprezado e crucificado, pois o estarão enfrentando como juiz. A grandiosa visão que Jesus deu a João mostra toda essa glória.
Pr. Sylvio Macri