“O sétimo anjo tocou sua trombeta, e surgiram no céu fortes vozes, que diziam: O reino do mundo passou a ser do nosso Senhor e de seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos.” (Apocalipse 11.15).
Uma das mais famosas obras da música clássica de todos os tempos, o oratório “O Messias”, de Haendel, foi composta em apenas 24 dias. Seu autor, de tão absorvido na obra, ficou inconsciente do mundo, esquecendo-se até de comer. Conta-se que um dia o criado o surpreendeu com lágrimas nos olhos. Foi quando terminou de compor o trecho mais famoso do oratório, o “Aleluia”. Com a voz embargada, Haendel disse ao empregado que tinha tido uma visão de Deus.
A letra cantada pelo coro no “Aleluia” é nada mais nada menos que o versículo acima transcrito. “O triunfo único do Evangelho atinge seu clímax no coro Hallelujah, que encerra esta parte. As vozes explodem em júbilo – Pois o Senhor onipotente reina – para se superarem ainda mais no Rei dos Reis e Senhor dos Senhores, Aleluia!” (citação extraída do fascículo Haendel, da série Grandes Compositores da Musica Universal, Ed. Abril, SP, 1969, p.12).
Mas, por maior que tenha sido a inspiração musical de Haendel, ele jamais conseguiria descrever, em toda a sua grandeza, a cena em que o sétimo anjo toma a sua posição, toca a sua trombeta e um coral celestial canta que finalmente o Reino de Deus é implantado no mundo, pelos séculos dos séculos. Chegou a hora, a paciência divina se esgotou e o julgamento vai começar. De agora em diante os inimigos de Deus e da igreja serão derrotados um a um.
Entretanto, assim como a cena vista por João o confortou em seu sofrimento por amor a Cristo, a música magnífica de Haendel nos serve de conforto e consolo, na esperança e na certeza de que o senhorio de Jesus será definitivo e glorioso. Todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor. Infelizmente muitos farão este reconhecimento quando o sétimo anjo já tiver tocado a trombeta. Tarde demais.
Pr. Sylvio Macri
